Amy Winehouse e os 12 trabalhos de Hércules.
Como a Mitologia pode nos ajudar na modernidade?
Publicado em 25 de julho de 2011 às, 21h46.
Última atualização em 21 de novembro de 2017 às, 12h13.
Estamos na Inglaterra, berço da cantora Amy Winehouse, país que se ressente da morte prematura da dona de uma das vozes mais impressionantes do séc XXI através da indignação, da dor de seus fãs e do sensacionalismo da mídia.
Amy entra no hall dos “27” como dizem, fazendo parte de um time de astros de primeira grandeza que padeceram de um mal comum: foram vencidos pelos seus vícios e engolidos por essa força avassaladora.
Todos extremamante talentosos e excessivamente criativos, desconheciam o significado da palavra “limite”. Tiveram seu futuro interrompido de forma prematura, mas não sem aviso, seu duelo com a morte já era algo previsto, diante da estrada que optaram seguir. No caso de Amy sua morte não foi surpresa nem mesmo para seus pais, que afirmaram conhecer seu destino muito antes do fatídico ponto final.
Na tradição grega helênica*, um dos maiores exercícios da virtude ensinado aos jovens em sua formação era justamente o “eterno controle e vilgilância dos vícios”. Os helênicos sabiamente acreditavam que os vícios eram praticamente invencíveis e portanto deveriam ser dominados através da inteligência aplicada em seu controle.
Não é a toa que o segundo entre os doze trabalhos de Hércules, conhecido como “A Hidra de Lerna”, reza sobre essa eterna vigilância …
Em sua jornada Hércules tinha como tarefa lutar contra uma enorme Hidra de nove cabeças e deveria domá-la usando a inteligência. Uma de suas cabeças era imortal, portanto invencível. A Hidra representava os vícios humanos que dificilmente são vencidos e estão sempre na iminência de aflorarem novamente. Hércules teve a idéia de enterrar a cabeça imortal, colocando por cima uma enorme pedra e vigiando-a para o resto da vida. O aprendizado desse mito refere-se justamente à essa eterna vigilância de nossos vícios, considerada não como vergonhosa e sim como o real exercício da virtude.
Os mitos serviam como embasamento para educação helênica, e além de informar, ajudavam na formação do indivíduo denominado “obra de arte”. Uma das premissas dessa educação era fomentar os talentos individuais como caminho para o equilibrio e o desenvolvimento humano.
Infelizmente o time dos “27” inteiro foi vencido pela Hidra de Lerna e sua “cabeça imortal”. Os exímios talentos não resistiram aos seus próprios excessos e desequilíbrio, foram engolidos por seus desvarios levados até as últimas consequências.
Por Luah Galvão
* Na Grécia antiga o período entre os séculos XV ao V antes de Cristo foi denominado como período “helênico”, de uma das fases de maior desenvolvimento humano conhecidas até os dias de hoje.
Quem quiser saber mais sobre a Civilização Helênica e os 12 Trabalhos de Hércules vale a pena ler a obra do Prof Dr Viktor de Salis.
Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España, realizaram 3 projetos. O primeiro foi uma Volta ao Mundo por mais de 2 anos em que visitaram 28 países nos 5 continentes – para entender o que Motiva pessoas das mais variadas raças, credos e culturas. O segundo foi caminhar os 800 km do Caminho de Compostela na Espanha, entrevistando peregrinos sobre o sentido da Superação. E recentemente voltaram da Expedição Perú, onde o sentido da resiliência foi a grande busca do casal. Agora que estão de volta ao Brasil compartilham suas descobertas através de textos e histórias inspiradoras para esse e outros veículos de relevância, assim como em palestras e workshops por todo o Brasil.
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