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O papel de eleitores e eleitoras para tornar o mundo menos desigual

A liberdade de escolha sempre é o melhor caminho, mas não podemos nos abster da participação no debate

Michelle Obama em campanha pelo voto (THE LIP BAR/Reprodução)
DS

Daniel Salles

Publicado em 2 de outubro de 2020 às 16h14.

Ter mais mulheres na política não é só uma questão ideológica de justiça social. É algo que precisamos para ter equidade e liberdade. Com mais mulheres na política temos o crescimento do nosso país. Já falei aqui sobre a importância da representatividade feminina em lugares de poder. Mas hoje queria falar da importância da participação no outro lado, como eleitores e eleitoras. Nós também temos um papel político e podemos fazer a diferença.

Estamos em um momento muito complicado no mundo todo, de forte polarização, e isso torna muito mais difícil estabelecer um diálogo. Qualquer conversa sobre política rapidamente ganha um tom de “nós contra eles”. Com isso, ao invés de criar um ambiente de diálogo, troca, compaixão, entramos em um lugar do “eu estou certo e você está errado”, de julgamentos implacáveis e fake news. Produtivo? Não. Essa rivalidade afunda cada vez mais o Brasil. O mundo está mudando. Essa é a única verdade. Manter estruturas ultrapassadas é contraproducente para termos um país mais próspero. Leva ao caos, brigas e guerras. Às vezes chega a ser desanimador. Sentimos que não temos opções que de fato nos representam ou que temos pouca ou nenhuma influência sobre o rumo que o país tomará. Mas temos que acreditar.

Sempre vão existir aqueles que estão interessados em manter o poder e as estruturas antigas. Conceitos rígidos que funcionaram ontem, mas que não funcionam mais hoje nem amanhã. Quem ainda utiliza argumentos contra a diversidade e inclusão só pode ter motivos pessoais, já que tantos estudos apontam que com mais diversidade, mais positivo é o comportamento dos funcionários, melhores são as práticas de gestão e, consequentemente, melhor a performance financeira. Um estudo realizado pela McKinsey na América Latina aponta que as empresas percebidas pelos funcionários como tendo diversidade em termos de gênero têm probabilidade 93% maior de superar a performance financeira de seus pares na indústria. Somos plurais. Somos diversos. Pensar apenas em um grupo social não faz sentido algum. Por isso as políticas de inclusão são tão fundamentais, porque infelizmente a mudança não ocorre de forma espontânea. Essas medidas serão boas para todos e todas. Não funciona lutar contra. Elas vão existir. Precisamos apenas abrir a cabeça para novas possibilidades.

Não podemos esquecer da nossa história e das lutas passadas para que os direitos fossem conquistados. Foi somente em 1932 que as mulheres conquistaram o direito de votar no Brasil, mas na época era facultativo e no caso das mulheres casadas elas precisavam da autorização dos maridos para votar. Somente com o Código Eleitoral de 1965 o voto feminino foi equiparado ao dos homens e passou a ser obrigatório. Não estou aqui defendendo que o voto obrigatório é melhor que o facultativo. A liberdade de escolha sempre é o melhor caminho, incluindo em relação a votar ou não. Mas acredito que não podemos nos abster dessa participação. É nossa responsabilidade, como seres humanos que vivem em sociedade, participar dela.

E não estamos falando de política por esse ser um ano eleitoral nos municípios brasileiros e presidencial na maior potência do mundo, mas porque tudo é política. A forma que você se veste, se expressa, consome, suas escolhas. Existir é político. Ter mulheres no poder é um ato de igualdade. Em um mundo mais justo e igual existe crescimento.  Esse é o único caminho sem volta. Por isso participar importa. Se informar. Avaliar as propostas. Escolher representantes que saiam do embate bilateral ao qual estamos submetidos e abordem temas que de fato podem mudar a nossa realidade.

Em um mundo que quer manter o status quo, temos que ser os agentes que fazem a diferença para que ele seja menos desigual.

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Ter mais mulheres na política não é só uma questão ideológica de justiça social. É algo que precisamos para ter equidade e liberdade. Com mais mulheres na política temos o crescimento do nosso país. Já falei aqui sobre a importância da representatividade feminina em lugares de poder. Mas hoje queria falar da importância da participação no outro lado, como eleitores e eleitoras. Nós também temos um papel político e podemos fazer a diferença.

Estamos em um momento muito complicado no mundo todo, de forte polarização, e isso torna muito mais difícil estabelecer um diálogo. Qualquer conversa sobre política rapidamente ganha um tom de “nós contra eles”. Com isso, ao invés de criar um ambiente de diálogo, troca, compaixão, entramos em um lugar do “eu estou certo e você está errado”, de julgamentos implacáveis e fake news. Produtivo? Não. Essa rivalidade afunda cada vez mais o Brasil. O mundo está mudando. Essa é a única verdade. Manter estruturas ultrapassadas é contraproducente para termos um país mais próspero. Leva ao caos, brigas e guerras. Às vezes chega a ser desanimador. Sentimos que não temos opções que de fato nos representam ou que temos pouca ou nenhuma influência sobre o rumo que o país tomará. Mas temos que acreditar.

Sempre vão existir aqueles que estão interessados em manter o poder e as estruturas antigas. Conceitos rígidos que funcionaram ontem, mas que não funcionam mais hoje nem amanhã. Quem ainda utiliza argumentos contra a diversidade e inclusão só pode ter motivos pessoais, já que tantos estudos apontam que com mais diversidade, mais positivo é o comportamento dos funcionários, melhores são as práticas de gestão e, consequentemente, melhor a performance financeira. Um estudo realizado pela McKinsey na América Latina aponta que as empresas percebidas pelos funcionários como tendo diversidade em termos de gênero têm probabilidade 93% maior de superar a performance financeira de seus pares na indústria. Somos plurais. Somos diversos. Pensar apenas em um grupo social não faz sentido algum. Por isso as políticas de inclusão são tão fundamentais, porque infelizmente a mudança não ocorre de forma espontânea. Essas medidas serão boas para todos e todas. Não funciona lutar contra. Elas vão existir. Precisamos apenas abrir a cabeça para novas possibilidades.

Não podemos esquecer da nossa história e das lutas passadas para que os direitos fossem conquistados. Foi somente em 1932 que as mulheres conquistaram o direito de votar no Brasil, mas na época era facultativo e no caso das mulheres casadas elas precisavam da autorização dos maridos para votar. Somente com o Código Eleitoral de 1965 o voto feminino foi equiparado ao dos homens e passou a ser obrigatório. Não estou aqui defendendo que o voto obrigatório é melhor que o facultativo. A liberdade de escolha sempre é o melhor caminho, incluindo em relação a votar ou não. Mas acredito que não podemos nos abster dessa participação. É nossa responsabilidade, como seres humanos que vivem em sociedade, participar dela.

E não estamos falando de política por esse ser um ano eleitoral nos municípios brasileiros e presidencial na maior potência do mundo, mas porque tudo é política. A forma que você se veste, se expressa, consome, suas escolhas. Existir é político. Ter mulheres no poder é um ato de igualdade. Em um mundo mais justo e igual existe crescimento.  Esse é o único caminho sem volta. Por isso participar importa. Se informar. Avaliar as propostas. Escolher representantes que saiam do embate bilateral ao qual estamos submetidos e abordem temas que de fato podem mudar a nossa realidade.

Em um mundo que quer manter o status quo, temos que ser os agentes que fazem a diferença para que ele seja menos desigual.

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