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'Sapiens', de Yuval Harari, ganha versão em quadrinhos

Companhia das Letras lança quatro volumes com HQ do best-seller "Sapiens"; Audre Lorde ganha reunião de poemas; James Baldwin ganha nova tradução no Brasil

Yuval Noah Harari: historiador israelense é autor do sucesso "Sapiens" (Getty Images/Visual China Group/Getty Images)
GD

Guilherme Dearo

Publicado em 10 de agosto de 2020 às 12h14.

Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 12h28.

Quadrinhos de "Sapiens"

Best-seller mundial, o livro "Sapiens", do historiador e filósofo israelenseYuval Noah Harari, vai ganhar uma versão em quadrinhos em novembro. A Quadrinhos da Cia., selo de HQs da Companhia das Letras, lança em quatro volumes a adaptação do livro de Harari que conta a história da humanidade. Roteiro e arte ficaram por conta dos franceses David Vandermeulen e Daniel Casanave, com tradução de Érico Assis.

Além dessa adaptação, a Companhia das Letras também relançará "Sapiens", que até agora era editado no Brasil pela LP&M. A editora também tem os direitos dos outros livros de Harari, como "Homo Deus" e "21 lições para o século 21".

Sapiens em quadrinhos: adaptação do best-seller de Yuval Noah Harari (Quadrinhos na Cia./Divulgação)

Revolução no prato

O escritor americano Jonathan Safran Foer é famoso por seus livros de ficção. "Tudo Se Ilumina" ganhou o Guardian First Book Award em 2002. "Extremamente Alto e Incrivelmente Perto" virou best-seller e foi adaptado para o cinema por Stephen Daldry, com Tom Hanks. Mas o escritor também é um entusiasta das causas veganas e vegetarianas. Seu primeiro livro de não ficção sobre o assunto, "Comer Animais", trouxe profundas reflexões sobre o modo como funciona a indústria da carne.

Agora, a Rocco lança no Brasil novo livro de Froer sobre o assunto, "Nós Somos o Clima". O autor defende que a revolução passa pela alimentação: se todos adotarem uma dieta parcialmente vegana, há salvação para a destruição do planeta (desde o surgimento da agricultura, há 12 mil anos, os humanos já destruíram 83% de todos os mamíferos selvagens e metade de todas as plantas). O livro mostra, por exemplo, como é mais eficiente cortar produtos de origem animal do café da manhã e do almoço do que manter uma dieta apenas vegetariana em tempo integral.

"Nós Somos o Clima", livro de Jonathan Safran Foer (Rocco/Divulgação)

Mais James Baldwin

Pouco lembrado fora dos meios intelectuais americanos até pouco tempo, o poeta, romancista, ensaísta e ativista James Baldwin (1924-1987) viu, com justiça e grande atraso, sua popularidade disparar após o documentário "Eu Não Sou o Seu Negro", que conta sua história e sua luta contra o racismo e pelos direitos civis nos EUA. Mais relevante do que nunca, Baldwin ganhou três traduções no Brasil da Companhia das Letras, de seus romances "Terra Estranha", "Se a Rua Beale Falasse" e "O Quarto de Giovanni".

Nesse semestre, a editora lança o quarto volume de sua série de James Baldwin, "Notas de um Filho Nativo", livro de não ficção sobre raça e identidade que impulsionou a carreira do autor. A coletânea de ensaios publicada em 1955 reúne textos dos anos 1940 e 1950.

James Baldwin: Companhia das Letras lança coletânea de ensaios do autor (Companhia das Letras/Divulgação)

Poemas de Audre Lorde

A pensadora e ativista Audre Lorde (1934-1992) é nome obrigatório para se estudar feminismo, movimento negro e questões LGBT nos séculos 20 e 21. No Brasil, Lorde tem seus ensaios traduzidos em edições como "Irmã outsider: Ensaios e conferências", da Autêntica, e "Sou sua irmã: Escritos reunidos e inéditos", da Ubu. Agora, a Bazar do Tempo lança coletânea de poemas traduzidos da autora.

"Entre nós mesmas – Poemas reunidos" vai reunir três livros de Lorde com poemas escritos nos anos 1970 e 1980, seu período de maior engajamento político no movimento LGBT e pelos direitos civis: "Uma terra onde o outro povo vive" (1973), "Poemas escolhidos – velhos e novos" (1978) e "Entre nós mesmas" (1982). A tradução foi feita por Tatiana Nascimento e Valéria Lima e a edição, bilingue, traz glossário de termos de origem africana que surgem ao longo dos poemas.

Poemas reunidos de Audre Lorde: edição da Bazar do Tempo (Bazar do Tempo/Divulgação)

Racismo Sem Racistas

A Editora Perspectiva lança em 27 de agosto "Racismo Sem Racistas: O Racismo da Cegueira de Cor e a Persistência da Desigualdade na América", de Eduardo Bonilla-Silva. Com tradução de Margarida Goldstajn e prefácio de Silvio Almeida, o livro do professor de Sociologia na Universidade Duke traz reflexão potente sobre racismo estrutural e como ele está enraizado em sociedades como a americana e a brasileira. A obra também traz o conceito de "novo racismo".

O livro é o sexto volume da série da Perspectiva "Palavras Negras". A capa é potente: trazintervenção do grafiteiro Banksy sobre grafite do artista americano Jean-Michel Basquiat.

"Racismo Sem Racistas" livro de Eduardo Bonilla-Silva (Perspectiva/Divulgação)

Gertrude Stein para crianças

Nome central da literatura e da cultura do século 20, a americana Gertrude Stein (1874-1946) deixou obras complexas e experimentais, como "A Autobiografia de Alice B. Toklas" e "The Making of Americans". O que pouca gente sabe é que a escritora também fez histórias para crianças.

Em 1938,a escritora de livros infantis Margaret Wise Brown chamou três nomes de peso para escrever histórias para crianças: Ernest Hemingway, John Steinbeck e Gertrude Stein. Somente Stein cumpriu com o desafiador convite, criando "O mundo é redondo". Lançado pela Young Scott Books, o livro trazia as exigências da autora: páginas cor-de-rosa e texto em azul. No Brasil, essa obra peculiar chega finalmente traduzida, pela Iluminuras. A edição traz tradução de Dirce Waltrick do Amarante e Luci Collin e ilustrações de Sérgio Medeiros.

"O mundo é redondo", de Gertrude Stein (Iluminuras/Divulgação)


Blog Na Estante - guilherme.dearo@exame.com | Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1830 - Torre 1, 3º andar -  Itaim Bibi, São Paulo - SP, 04543-900

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Além dessa adaptação, a Companhia das Letras também relançará "Sapiens", que até agora era editado no Brasil pela LP&M. A editora também tem os direitos dos outros livros de Harari, como "Homo Deus" e "21 lições para o século 21".

Sapiens em quadrinhos: adaptação do best-seller de Yuval Noah Harari (Quadrinhos na Cia./Divulgação)

Revolução no prato

O escritor americano Jonathan Safran Foer é famoso por seus livros de ficção. "Tudo Se Ilumina" ganhou o Guardian First Book Award em 2002. "Extremamente Alto e Incrivelmente Perto" virou best-seller e foi adaptado para o cinema por Stephen Daldry, com Tom Hanks. Mas o escritor também é um entusiasta das causas veganas e vegetarianas. Seu primeiro livro de não ficção sobre o assunto, "Comer Animais", trouxe profundas reflexões sobre o modo como funciona a indústria da carne.

Agora, a Rocco lança no Brasil novo livro de Froer sobre o assunto, "Nós Somos o Clima". O autor defende que a revolução passa pela alimentação: se todos adotarem uma dieta parcialmente vegana, há salvação para a destruição do planeta (desde o surgimento da agricultura, há 12 mil anos, os humanos já destruíram 83% de todos os mamíferos selvagens e metade de todas as plantas). O livro mostra, por exemplo, como é mais eficiente cortar produtos de origem animal do café da manhã e do almoço do que manter uma dieta apenas vegetariana em tempo integral.

"Nós Somos o Clima", livro de Jonathan Safran Foer (Rocco/Divulgação)

Mais James Baldwin

Pouco lembrado fora dos meios intelectuais americanos até pouco tempo, o poeta, romancista, ensaísta e ativista James Baldwin (1924-1987) viu, com justiça e grande atraso, sua popularidade disparar após o documentário "Eu Não Sou o Seu Negro", que conta sua história e sua luta contra o racismo e pelos direitos civis nos EUA. Mais relevante do que nunca, Baldwin ganhou três traduções no Brasil da Companhia das Letras, de seus romances "Terra Estranha", "Se a Rua Beale Falasse" e "O Quarto de Giovanni".

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James Baldwin: Companhia das Letras lança coletânea de ensaios do autor (Companhia das Letras/Divulgação)

Poemas de Audre Lorde

A pensadora e ativista Audre Lorde (1934-1992) é nome obrigatório para se estudar feminismo, movimento negro e questões LGBT nos séculos 20 e 21. No Brasil, Lorde tem seus ensaios traduzidos em edições como "Irmã outsider: Ensaios e conferências", da Autêntica, e "Sou sua irmã: Escritos reunidos e inéditos", da Ubu. Agora, a Bazar do Tempo lança coletânea de poemas traduzidos da autora.

"Entre nós mesmas – Poemas reunidos" vai reunir três livros de Lorde com poemas escritos nos anos 1970 e 1980, seu período de maior engajamento político no movimento LGBT e pelos direitos civis: "Uma terra onde o outro povo vive" (1973), "Poemas escolhidos – velhos e novos" (1978) e "Entre nós mesmas" (1982). A tradução foi feita por Tatiana Nascimento e Valéria Lima e a edição, bilingue, traz glossário de termos de origem africana que surgem ao longo dos poemas.

Poemas reunidos de Audre Lorde: edição da Bazar do Tempo (Bazar do Tempo/Divulgação)

Racismo Sem Racistas

A Editora Perspectiva lança em 27 de agosto "Racismo Sem Racistas: O Racismo da Cegueira de Cor e a Persistência da Desigualdade na América", de Eduardo Bonilla-Silva. Com tradução de Margarida Goldstajn e prefácio de Silvio Almeida, o livro do professor de Sociologia na Universidade Duke traz reflexão potente sobre racismo estrutural e como ele está enraizado em sociedades como a americana e a brasileira. A obra também traz o conceito de "novo racismo".

O livro é o sexto volume da série da Perspectiva "Palavras Negras". A capa é potente: trazintervenção do grafiteiro Banksy sobre grafite do artista americano Jean-Michel Basquiat.

"Racismo Sem Racistas" livro de Eduardo Bonilla-Silva (Perspectiva/Divulgação)

Gertrude Stein para crianças

Nome central da literatura e da cultura do século 20, a americana Gertrude Stein (1874-1946) deixou obras complexas e experimentais, como "A Autobiografia de Alice B. Toklas" e "The Making of Americans". O que pouca gente sabe é que a escritora também fez histórias para crianças.

Em 1938,a escritora de livros infantis Margaret Wise Brown chamou três nomes de peso para escrever histórias para crianças: Ernest Hemingway, John Steinbeck e Gertrude Stein. Somente Stein cumpriu com o desafiador convite, criando "O mundo é redondo". Lançado pela Young Scott Books, o livro trazia as exigências da autora: páginas cor-de-rosa e texto em azul. No Brasil, essa obra peculiar chega finalmente traduzida, pela Iluminuras. A edição traz tradução de Dirce Waltrick do Amarante e Luci Collin e ilustrações de Sérgio Medeiros.

"O mundo é redondo", de Gertrude Stein (Iluminuras/Divulgação)


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