Colunistas

Primeiro Audi pós-guerra era união de DKW com Mercedes – lançado há 60 anos pela VW

F 103 surgiu 25 anos depois do último Audi 920 sair da linha de montagem em Zwickau, em 1940.

 (Audi/ Divulgação)

(Audi/ Divulgação)

Rodrigo Mora
Rodrigo Mora

Colunista

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 15h41.

Última atualização em 25 de setembro de 2025 às 08h51.

Um dos principais destaques da IAA Mobility, que abriu na última terça-feira, 9, em Munique (Alemanha), foi o Concept C, que segundo a Audi “incorpora a nova filosofia de design da marca e abre caminho para o futuro”.

Há 60 anos, quando ainda era conhecida como Salão de Frankfurt, a Internationale Automobil Ausstellung (“Exposição Internacional do Automóvel” em alemão) apresentou um modelo que, como o Concept C pretende agora, redefiniria os rumos da empresa.

Constituída em 1932 da união das marcas Audi, DKW, Horch e Wanderer, a Auto Union praticamente desapareceu após a Segunda Guerra Mundial devastar a Alemanha e consequentemente suas plantas de Chemnitz, Zwickau e Zschopau.

Um plano de recuperação acabou levando a companhia para Ingolstadt no fim dos anos 1940. Reorganizada, foi comprada em 1958 pela Daimler-Benz, que em 1964 começou a vender suas ações da empresa das quatro argolas à Volkswagen.

Um novo Audi

Uma nova era começou em Ingolstadt há 60 anos: o primeiro Audi pós-Segunda Guerra Mundial saiu da linha de montagem em 13 de agosto de 1965

No meio dessa transição, um "novo Audi" foi lançado no Salão de Frankfurt de 1965. Internamente conhecido como F 103, nada mais era do que um DKW F 102 reestilizado, alongado e equipado com um motor emprestado da antiga proprietária.

Na essência um DKW com motor de Mercedes, o Auto Union F 103 foi o primeiro Audi a utilizar um quatro-cilindros de quatro tempos e o primeiro modelo da marca pós-Segunda Guerra Mundial, lançado 25 anos depois do último Audi 920 ter saído da linha de montagem em Zwickau, Saxônia, em 1940.

O primeiro Audi pós-Segunda Guerra Mundial saiu da linha de montagem em 13 de agosto de 1965. E naquela ocasião, após um quarto de século, a Auto Union GmbH adotou novamente a tradicional marca Audi

Uma família então se desenvolveu de acordo com a potência do motor: Audi 60, 72, 75, 80 e Super 90. Os sedãs podiam ter duas ou quatro portas, e uma perua, a Variant, surgiu em 1966. O sufixo “L” ao lado do nome indicava as versões mais luxuosas. Dos pouco mais de 400 mil exemplares produzidos da família F 103 até 1972, mais da metade foi das versões 60 e 60 L.

Naquele ano, a família F 103 foi substituída por uma completamente redesenhado Audi 80 – a semente dos futuros Volkswagen Passat (1973), Golf (1974) e Polo (1975).