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Discovery Sport completa dez anos; relembre trajetória do modelo

SUV mantém sobriedade e apelo aventureiro, mas tropeça na sede do motor flex

Discovery Sport. (Divulgação/Divulgação)

Discovery Sport. (Divulgação/Divulgação)

Rodrigo Mora
Rodrigo Mora

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Publicado em 1 de março de 2025 às 08h34.

Há exatos dez anos, jornalistas de todos os cantos do mundo – este colunista inclusive – lutavam contra ventos de 100 km/h para manter o estreante Discovery Sport em prumo nas estradas cobertas por neve na Islândia. Era o lançamento global do SUV que chegava para aposentar o Freelander.

Talvez a intenção da Land Rover fosse provar que seus carros podem ir a qualquer lugar, mesmo aos mais inóspitos. Como fez ao completar os 28,8 mil quilômetros da Trans-Americas e atravessar o até então intransponível estreito de Darién, no Panamá, aventuras encaradas pelo então novato Range Rover em 1972. Dois anos depois, o desafio foi percorrer, em 100 dias, 12 mil quilômetros no Deserto do Sahara.

Antes de exibir seus poderosos recursos off-road, seu competente motor e uma cabine vedada o bastante para isolar os ocupantes das habituais temperaturas negativas da terra da Björk, o Discovery já havia se apresentado no Brasil. Anunciada no Salão do Automóvel de 2014, a cidadania brasileira saiu em junho de 2016.

O problema é que a fábrica de Itatiaia (RJ) foi aberta enquanto a indústria nacional atravessava uma das piores fases, despencando do auge de 3,8 milhões de emplacamentos para trágicos 2,05 milhões no ano de inauguração da planta fluminense, que hoje também restaura carros antigos. 

Ao completar uma década de mercado nacional, o Discovery Sport não pode se orgulhar das 5,4 mil unidades vendidas no período. Por outro lado, a média de 45 exemplares emplacados mensalmente virou involuntariamente uma espécie de antídoto para a falta de novidades. Em outras palavras, ainda exala algum frescor justamente por não ser visto em qualquer esquina.

Discovery Sport. (Divulgação/Divulgação)

Estagnado na primeira geração, o Discovery Sport ganhou apenas leve reestilização, cabine mais luxuosa e minimalista e uma adaptação na plataforma D8 para receber motorização eletrificada, ao que passou a atender por Premium Transverse Architecture (PTA). Daí o propulsor a diesel contar com a companhia de um motor de arranque acionado por correia e um conjunto de baterias, o que o classifica como um “mild hybrid” (MHEV).

Outra opção é o 2.0 turbo flex de 249 cv e R$ 448.450. Bom de dirigir, elegante e envolto por uma aura de parceiro para qualquer aventura, só tropeça na sede do motor – durante nossa convivência o consumo não passou de 6 km/l.

Na reconfiguração de suas marcas dentro do plano Reimagine, a JLR ainda precisa revelar os planos para a gama Discovery.

Mas, até aqui, não dá pra dizer que o Discovery Sport não foi longe.

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