“Em um século, saíram das fábricas da GM do Brasil produtos que marcaram época e se tornaram ícones da nossa cultura. A partir de 2025, esses clássicos estarão de volta às ruas como os Vintages Chevrolet, uma série limitada de veículos restaurados e customizados pela própria GM”, anunciou sucintamente a fabricante norte-americana durante o evento de comemoração por seus 100 anos de Brasil.

A General Motors of Brazil S.A. desembarcou aqui em 26 de janeiro de 1925, no bairro do Ipiranga, com o Superior, um furgão de 25 cv com 500 kg de capacidade de carga.

Deu a entender que a GM faria como a Jaguar Land Rover, que há quatro anos opera uma clínica de restauração dentro da fábrica de Itatiaia. Na planta fluminense, recursos como cabine de estanqueidade, teste de rolos e pista de rodagem servem tanto a modelos novos, como Evoque e Discovery Sport, quanto a antigos, como o Defender.

Mas não será exatamente assim.

No ano passado, quatro oficinas de São Paulo foram procuradas pela fabricante para restaurar e customizar dez carros da marca: um Monza, um Chevette, uma S10, um Omega, uma C10, um Kadett, uma Chevrolet Brasil, uma D20 e dois Opalas da década de 1970. Famosa por seus trabalhos exóticos, a Tarso Marques Concept recusou a missão.

As três que toparam (que não podem ter suas identidades reveladas) então buscaram no mercado de antigos os dez carros, que quando concluídos vão parar nas mãos de clientes e colecionadores da marca. Ainda não se sabe se os veículos serão vendidos ou leiloados.

A concepção de cada modelo é da GM, mas a execução da restauração e da customização, não. Será assim também na segunda fase do projeto.

Uma fonte consultada pela coluna explica que uma das três oficinas será selecionada para ser a restauradora oficial da marca, que só aceitará o serviço demandado pelo colecionador se a GM aprovar.

Consultada, a empresa informa que “aproveita a celebração do seu centenário no Brasil para antecipar detalhes de futuras ações e negócios. Entre eles o Vintages, um projeto piloto focado na restauração e customização tipo restmod de veículos clássicos ou icônicos da marca Chevrolet. Será uma quantidade bem limitada de veículos, que serão vendidos para colecionadores e consumidores apaixonados. O projeto de cada carro foi idealizado pela própria GM”.

Um estudo divulgado em 2021 Federação Internacional de Veículos Antigos apurou que um colecionador gasta, em média, R$ 13.400 por ano com restauração, manutenção e operação de carros clássicos. Pelo menos até 2019, período da amostragem, existiam cerca de 1,2 milhão de colecionadores e 2,7 veículos por colecionador, totalizando cerca de 3,2 milhões de veículos. Um em cada dez veículos são das marcas VW e Chevrolet.