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Como surgiu o primeiro carro de rua da McLaren?

M6GT nasceu do desejo de Bruce de enfrentar nomes como Porsche e Ferrari no Grupo 4, categoria do automobilismo que reunia carros do tipo Grand Turismo

McLaren M6GT. (Divulgação/Divulgação)

McLaren M6GT. (Divulgação/Divulgação)

Rodrigo Mora
Rodrigo Mora

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Publicado em 7 de junho de 2025 às 08h02.

Em 18 de junho de 1995, o McLaren F1 GTR número 59 pilotado por JJ Lehto, Yannick Dalmas e Masanori Sekiya venceu as 24 Horas de Le Mans. Era a estreia da marca como equipe oficial na lendária corrida de longa duração. 

Trinta anos depois, a McLaren apresenta o 750S Le Mans, superesportivo limitado a 50 unidades, nenhuma por enquanto destinada ao Brasil. 

Tanto o F1 - revelado em maio de 1992 com direito a ouro no cofre do motor e que até 1998 teve 106 unidades produzidas - quanto o 750S são descendentes do M6GT, a "gênese da atual linha McLaren de carros esportivos de rua", segundo a própria marca. 

Fundada em 1963 pelo piloto neozelandês Bruce McLaren, a Bruce McLaren Motor Racing corria tanto na Fórmula 1 quanto na Canadian American Challenge Cup a partir da segunda metade daquela década. Em épocas diferentes, o time foi protagonista nos dois campeonatos. 

Antes do sucesso na F1, a equipe dominou a Can-Am. O auge foi em 1969, quando ganhou as 11 corridas da temporada. Bruce subiu no topo do pódio seis vezes e seu companheiro (e conterrâneo) Denny Hulme, cinco. 

McLaren M6GT. (Divulgação/Divulgação)

O M6GT nasceu do desejo de Bruce de enfrentar nomes como Porsche e Ferrari no Grupo 4, categoria do automobilismo que reunia carros do tipo Grand Turismo. Bruce então desenhou uma nova carroceria e a montou sobre o chassi do M6, o carro que disputava a Can-Am. 

Porém, às vésperas da temporada de 1969, a Federação Internacional de Automobilismo mudou as regras, exigindo das equipes ao menos 50 carros homologados para as ruas em troca do ingresso à cobiçada divisão. Sem condições de atender as novas exigências, a escuderia desistiu do Grupo 4. 

Mas não do carro, pois quatro deles já estavam finalizados: um amarelo, um laranja e dois vermelhos - um deles, o da placa OBH 500H, foi o carro usado por Bruce diariamente. Para ele, o M6GT deveria ser o superesportivo mais extraordinário do seu tempo. Equipado com um motor V8 da Chevrolet, tinha velocidade máxima estimada em 265 km/h. 

A carreira do M6GT foi interrompida de vez no dia 2 de junho de 1970, quando Bruce morreu em um acidente no circuito de Goodwood, testando um novo carro para a Can-Am. A equipe seguiu, mas seus novos donos não se interessaram em dar continuidade ao esportivo. 

Em 2015, a filha de Bruce McLaren, Amanda, apareceu dirigindo o M6GT que era de seu pai no Goodwood Revival. O carro hoje pertence a um colecionador norte-americano.

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