Você já fez compras pela rede social?
Embora engatinhando, o Brasil está entrando, desde a pandemia, neste universo: silenciosamente, várias empresas estão utilizando as redes sociais para vender seus produtos
Bibiana Guaraldi
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 10h28.
Não se trata exatamente de um conceito novo, eu sei. A primeira vez em que se falou de Social Shopping foi em 2005. Mas o conceito não chegou a pegar para valer aqui no Brasil, ao contrário do que acontece na China. Lá, aplicativos como o WeChat podem oferecer, além da interação entre pessoas, absolutamente tudo que existe no mundo do comércio e das transações financeiras. Em 2021, espera-se que essa modalidade movimente US$ 361 bilhões no mercado chinês, segundo dados da Insider Intelligence. Nos Estados Unidos, de acordo com o mesmo levantamento, o volume transacionado em comércio social é dez vezes menor: US$ 36 bilhões.
Embora engatinhando, o Brasil está entrando, desde a pandemia, neste universo: silenciosamente, várias empresas estão utilizando as redes sociais para vender seus produtos. Facebook e Instagram já embarcaram nessa tendência há algum tempo. Recentemente, no entanto, o WhatsApp vem sendo muito utilizado para realizar transações. O último empurrão para que essa tendência se consolidasse de vez foi o Pix, uma forma rápida e prática de se pagar pelas aquisições via rede.
O WhatsApp, atualmente, virou uma espécie de anjo da guarda do atendimento ao consumidor. Pode-se conversar com o Rappi sobre um produto que precisa ser substituído na compra de supermercado ou com corretores de imóveis, passando por docerias e lojas de roupas.
Realizar transações pelos grupos de rede social não é exatamente o conceito original de social shopping ou de social commerce. Essa definição original do fenômeno previa muito mais o engajamento de consumidores nas redes para discutir produtos e influenciar em uma determinada compra.
Mas já passamos dessa fase. Há até sites especializados em classificar produtos e serviços de acordo com a avaliação de seus clientes. Neste cenário, há embaixadores e detratores das marcas. Mas o que se vê hoje é a adoção de uma conta de WhastApp para vender, enquanto congêneres do WeChat (ou o próprio) não chegam no Brasil.
Por enquanto, o WhatsApp funciona muito bem – inclusive com fornecedores nos Estados Unidos, um país no qual há poucos usuários desta plataforma.
Neste momento, vê-se mais empresas pequenas utilizando este expediente. Mas o cenário pandêmico acabou por reformular o modelo de negócios dos restaurantes. Em um primeiro momento, as casas passaram a utilizar os serviços do Rappi e similares, mas hoje algumas estão brigando por conta das taxas de entrega e a comissão cobrada pelos aplicativos de delivery.
Uma das saídas para os restauranteurs foi apelar para serviços diretos através de conversas pelo smartphone. Neste caso, não há comissão e os pagamentos dos entregadores são fixos. Aparentemente, todos ganham – menos os aplicativos.
A criatividade do brasileiro fez surgir o cheque pré-datado e o parcelamento nos cartões de crédito, soluções tão brasileiras como a jabuticaba, e que deram impulso, por anos, ao comercial nacional. Percebe-se que o WhatsApp, associado às facilidades geradas pelo Pix, pode ir pelo mesmo caminho. A vantagem, no caso, é consultar grupos de amigos, rapidamente, sobre determinados produtos.
Já passei por essa experiência. Uma amiga perguntou aos membros do grupo o quais eram as opiniões sobre uma determinada raça de cachorro. A conversa flutuou um pouco, versando sobre a adoção dos animais e a eventual crueldade imposta pela exibição de filhotes nas vitrines de lojas. Mas o bate-papo terminou com a indicação de três vendedores de animais – um dos quais foi escolhido e acionado. Tudo pelo WhastApp.
Esse método pode parecer um pouco estranho para os mais velhos. Mas vemos que a tal aceleração digital está chegando a todos os cantos da economia. Se democratizarmos o acesso do e-commerce dessa forma tão simples e aprimorarmos a logística, teremos um mundo novo nas mãos, que pode modificar totalmente o varejo como conhecemos hoje.
Não se trata exatamente de um conceito novo, eu sei. A primeira vez em que se falou de Social Shopping foi em 2005. Mas o conceito não chegou a pegar para valer aqui no Brasil, ao contrário do que acontece na China. Lá, aplicativos como o WeChat podem oferecer, além da interação entre pessoas, absolutamente tudo que existe no mundo do comércio e das transações financeiras. Em 2021, espera-se que essa modalidade movimente US$ 361 bilhões no mercado chinês, segundo dados da Insider Intelligence. Nos Estados Unidos, de acordo com o mesmo levantamento, o volume transacionado em comércio social é dez vezes menor: US$ 36 bilhões.
Embora engatinhando, o Brasil está entrando, desde a pandemia, neste universo: silenciosamente, várias empresas estão utilizando as redes sociais para vender seus produtos. Facebook e Instagram já embarcaram nessa tendência há algum tempo. Recentemente, no entanto, o WhatsApp vem sendo muito utilizado para realizar transações. O último empurrão para que essa tendência se consolidasse de vez foi o Pix, uma forma rápida e prática de se pagar pelas aquisições via rede.
O WhatsApp, atualmente, virou uma espécie de anjo da guarda do atendimento ao consumidor. Pode-se conversar com o Rappi sobre um produto que precisa ser substituído na compra de supermercado ou com corretores de imóveis, passando por docerias e lojas de roupas.
Realizar transações pelos grupos de rede social não é exatamente o conceito original de social shopping ou de social commerce. Essa definição original do fenômeno previa muito mais o engajamento de consumidores nas redes para discutir produtos e influenciar em uma determinada compra.
Mas já passamos dessa fase. Há até sites especializados em classificar produtos e serviços de acordo com a avaliação de seus clientes. Neste cenário, há embaixadores e detratores das marcas. Mas o que se vê hoje é a adoção de uma conta de WhastApp para vender, enquanto congêneres do WeChat (ou o próprio) não chegam no Brasil.
Por enquanto, o WhatsApp funciona muito bem – inclusive com fornecedores nos Estados Unidos, um país no qual há poucos usuários desta plataforma.
Neste momento, vê-se mais empresas pequenas utilizando este expediente. Mas o cenário pandêmico acabou por reformular o modelo de negócios dos restaurantes. Em um primeiro momento, as casas passaram a utilizar os serviços do Rappi e similares, mas hoje algumas estão brigando por conta das taxas de entrega e a comissão cobrada pelos aplicativos de delivery.
Uma das saídas para os restauranteurs foi apelar para serviços diretos através de conversas pelo smartphone. Neste caso, não há comissão e os pagamentos dos entregadores são fixos. Aparentemente, todos ganham – menos os aplicativos.
A criatividade do brasileiro fez surgir o cheque pré-datado e o parcelamento nos cartões de crédito, soluções tão brasileiras como a jabuticaba, e que deram impulso, por anos, ao comercial nacional. Percebe-se que o WhatsApp, associado às facilidades geradas pelo Pix, pode ir pelo mesmo caminho. A vantagem, no caso, é consultar grupos de amigos, rapidamente, sobre determinados produtos.
Já passei por essa experiência. Uma amiga perguntou aos membros do grupo o quais eram as opiniões sobre uma determinada raça de cachorro. A conversa flutuou um pouco, versando sobre a adoção dos animais e a eventual crueldade imposta pela exibição de filhotes nas vitrines de lojas. Mas o bate-papo terminou com a indicação de três vendedores de animais – um dos quais foi escolhido e acionado. Tudo pelo WhastApp.
Esse método pode parecer um pouco estranho para os mais velhos. Mas vemos que a tal aceleração digital está chegando a todos os cantos da economia. Se democratizarmos o acesso do e-commerce dessa forma tão simples e aprimorarmos a logística, teremos um mundo novo nas mãos, que pode modificar totalmente o varejo como conhecemos hoje.