Vem aí o Iphone 14. Steve Jobs conseguiria fazer algo melhor?
A última vez que a Apple lançou um smartphone que rompeu paradigmas foi quando Steve Jobs ainda estava vivo
Publicado em 6 de julho de 2022 às, 08h49.
Aluizio Falcão Filho
Começam a pipocar notícias sobre a nova versão do Iphone, a 14. Esse deve ser o modelo mais caro de toda a série de smartphones da Apple. Suas inovações? Um chip mais potente, maiores recursos de memória e uma câmera fotográfica com maior sofisticação. Não há exatamente grandes avanços tecnológicos ou exemplos de disrupção. Aliás, faz muito tempo que a Apple não lança nenhum produto revolucionário.
A última vez que a empresa lançou um smartphone que rompeu paradigmas foi quando Steve Jobs ainda estava vivo – a versão 4, que trazia uma câmera frontal (que inventou o fenômeno das selfies), e a 4s, que incorporou a assistente pessoal Siri. Depois disso, na era de Tim Cook, a Apple lançou produtos de ótima qualidade, mas sem o brilho de aplicações revolucionárias, tão comuns aos anos em que Steve Jobs estrelava os eventos de lançamento de novos produtos da empresa.
A pergunta que não quer calar é: Jobs conseguiria arrancar novos coelhos da cartola se estivesse vivo? Ele continuaria criando serviços novos a partir de uma plataforma que sofre uma concorrência fortíssima do sistema Android, do Google, e do hardware da Samsung?
Trata-se de uma pergunta difícil de responder. Mas podemos arriscar que ele criaria coisas inéditas que iriam superar os upgrades de plantão. Jobs tinha a capacidade de criar necessidades que ainda não existiam ou de empurrar os membros de sua equipe técnica na direção certa, rompendo paradigmas e criando produtos novos e revolucionários.
O criador da Apple era um gênio. E, com esse pacote, vinha um comportamento irascível, agressivo e belicoso. Ele conseguiu arrancar criações magistrais de suas equipes, mas o custo era alto: o bullying imperava forte na Apple. Esse tipo de comportamento não seria tolerado nos dias de hoje – e provavelmente ele sofreria algum tipo de cancelamento, que poderia ser estendido aos seus computadores, tablets e smartphones.
Mas, diante de tantos anos de celulares inteligentes (o primeiro Iphone é de 2007), será que ele conseguiria manter a empresa no mesmo patamar de criatividade? Lembremos: no final dos anos 2000, havia uma avenida de aplicativos e aprimorações que poderiam ser criados para os novos modelos de telefonia celular. Hoje, essa indústria já tem quinze anos. É natural, portanto, que exista uma acomodação dentro deste setor.
Mas alguém consegue enxergar Steve Jobs como uma pessoa acomodada?
Isso seria difícil de acontecer, pois iria contra outra característica de Jobs: o inconformismo. Essa insatisfação com modelos consolidados o movia constantemente. E, com certeza, ele não iria gostar de ver um rival, a Samsung, ditar as inovações do mercado que foi inventado por ele.
Portanto, Jobs iria passar noites em claro até quebrar paradigmas e nos oferecer algo que iríamos precisar desesperadamente – algo que não havia nos smartphones da concorrência. Isso, evidentemente, surgiria sob o custo de sangue, suor e lágrimas, além de pouquíssimas horas de sono.
Talvez Steve Jobs não conseguisse se adaptar aos tempos politicamente corretos da atualidade. Isso afetaria sua criatividade e capacidade de inovar? Bem, dificilmente teremos uma resposta plausível para essa questão. Mas sabemos que ele era um lutador. Não iria sucumbir sem uma boa briga – especialmente se houvesse a possibilidade de revolucionar o seu mercado. Uma coisa é certa: no que dependesse dele, a evolução dos Iphones seria completamente diferente do que já acontece há alguns anos. E sua empresa estaria em outro patamar de evolução.
P. S.: tiro alguns dias de folga e estarei de volta no dia 15. Até lá.