Sobre o racismo dos torcedores espanhóis
Vinicius Júnior, mais uma vez, foi alvo de manifestações execráveis de racismo durante uma partida pelo campeonato espanhol
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Publicado em 23 de maio de 2023 às 09h56.
Vinicius Júnior, mais uma vez, foi alvo de manifestações execráveis de racismo durante uma partida pelo campeonato espanhol. O atacante do Real Madrid foi insistentemente chamado de “macaco” pela torcida adversária e ficou, com toda razão, revoltado. Não é a primeira vez que isso ocorre nos campos espanhóis. Outros jogadores, brasileiros ou não, também foram vítimas de torcedores preconceituosos e de mente tacanha.
O esporte – em especial, o futebol – sempre foi palco de igualdade entre os homens. Dentro das quatro linhas, o que é importa é a equação que envolve talento individual, a união de uma equipe e sua tática. Nas partidas, a cor da pele, a religião ou o status social nada valem. A única coisa que vale, ao final de 90 minutos, é colocar a bola na rede adversária.
A torcida, neste contexto, tem um papel importantíssimo. Ela pode motivar uma equipe cabisbaixa e levá-la à vitória. Mas também pode mexer com a cabeça dos adversários, com ofensas e apupos. Vini Jr. é um dos melhores jogadores do mundo e causa terror nos times que enfrentam o Real Madrid. Infelizmente, a torcida do Valencia encontrou uma forma de desestabilizá-lo emocionalmente e não render aquilo que deveria.
Muitos podem achar que a reação do brasileiro é exagerada – mas não é. Estamos em pleno Século 21, uma era na qual o racismo deve ser enterrado e condenado. Aqueles que diminuem o sentimento de revolta dos atingidos por esta prática hedionda, chamando essa reação de “coitadismo”, precisam de um banho de empatia. Diminuir a importância dessa indignação é algo que pode perpetuar os preconceitos e sentimentos vis.
Existem aqueles que relativizam o uso de expressões racistas, lembrando de um tempo, da década de 1990 para trás, quando era comum utilizar o termo empregado para desestabilizar Vinicius Júnior. Ou chamar pretos e mulatos de expressões que hoje são criticadas pela sociedade. É algo que tolhe o discurso dos outros? Sim. Mas é um sacrifício tão grande deixar de falar certas palavras para preservar o sentimento de determinados seres humanos? Acredito que não.
Outro dia, entrei em uma discussão na qual meu interlocutor dizia que o critério do IBGE, de somar pretos e mulatos dentro da categoria “negros”, era uma narrativa da esquerda. Ponderei que esse era um método técnico, adotado pela autoridade estatal em estatística. Ele me perguntou, então, por que os mulatos não poderiam ser alinhados com a população branca. Respondi que um mulato jamais seria considerado branco em uma convenção da Ku Klux Klan – e que essa situação hipotética responderia à pergunta.
Temos a tendência de minimizar aquilo que não é familiar em nossa memória sensorial. Assim, se nunca passamos por uma situação na qual fomos alvo de preconceito, será muito difícil entender o que sente alguém que é tratado com racismo. Portanto, precisamos nos colocar nos sapatos de quem sofre discriminações e ajudar a combatê-las.
Na outra ponta, existem aqueles que nunca sofreram a asquerosa agressão do preconceito e se sentem culpados por isso. Não deveriam. O racismo deve ser combatido com veemência e frieza, pois vai desarmar os preconceituosos, que sempre apostam em tumultuar qualquer discussão sobre o assunto, com argumentos totalmente irracionais. Ao desmascarar o preconceito através da razão (algo dificílimo para quem é vítima dele), deixa-se o adversário sem capacidade de reagir.
Curiosamente, esses torcedores espanhóis que entoam cânticos racistas nos campos de seu país, não são considerados brancos nos Estados Unidos – e sim latinos. E, entre os racistas americanos, aqueles que acreditam em uma imbecilidade chamada “supremacia branca”, os latinos são tão execrados como os negros.
Quando penso em uma boa punição para esses idiotas (que seguramente não representam a maioria da torcida espanhola), imagino em mandá-los viver por algum tempo em alguma comunidade racista americana. Com certeza, eles iriam provar do próprio veneno e, quem sabe, criariam um pouco de empatia em suas almas nefastas.
Vinicius Júnior, mais uma vez, foi alvo de manifestações execráveis de racismo durante uma partida pelo campeonato espanhol. O atacante do Real Madrid foi insistentemente chamado de “macaco” pela torcida adversária e ficou, com toda razão, revoltado. Não é a primeira vez que isso ocorre nos campos espanhóis. Outros jogadores, brasileiros ou não, também foram vítimas de torcedores preconceituosos e de mente tacanha.
O esporte – em especial, o futebol – sempre foi palco de igualdade entre os homens. Dentro das quatro linhas, o que é importa é a equação que envolve talento individual, a união de uma equipe e sua tática. Nas partidas, a cor da pele, a religião ou o status social nada valem. A única coisa que vale, ao final de 90 minutos, é colocar a bola na rede adversária.
A torcida, neste contexto, tem um papel importantíssimo. Ela pode motivar uma equipe cabisbaixa e levá-la à vitória. Mas também pode mexer com a cabeça dos adversários, com ofensas e apupos. Vini Jr. é um dos melhores jogadores do mundo e causa terror nos times que enfrentam o Real Madrid. Infelizmente, a torcida do Valencia encontrou uma forma de desestabilizá-lo emocionalmente e não render aquilo que deveria.
Muitos podem achar que a reação do brasileiro é exagerada – mas não é. Estamos em pleno Século 21, uma era na qual o racismo deve ser enterrado e condenado. Aqueles que diminuem o sentimento de revolta dos atingidos por esta prática hedionda, chamando essa reação de “coitadismo”, precisam de um banho de empatia. Diminuir a importância dessa indignação é algo que pode perpetuar os preconceitos e sentimentos vis.
Existem aqueles que relativizam o uso de expressões racistas, lembrando de um tempo, da década de 1990 para trás, quando era comum utilizar o termo empregado para desestabilizar Vinicius Júnior. Ou chamar pretos e mulatos de expressões que hoje são criticadas pela sociedade. É algo que tolhe o discurso dos outros? Sim. Mas é um sacrifício tão grande deixar de falar certas palavras para preservar o sentimento de determinados seres humanos? Acredito que não.
Outro dia, entrei em uma discussão na qual meu interlocutor dizia que o critério do IBGE, de somar pretos e mulatos dentro da categoria “negros”, era uma narrativa da esquerda. Ponderei que esse era um método técnico, adotado pela autoridade estatal em estatística. Ele me perguntou, então, por que os mulatos não poderiam ser alinhados com a população branca. Respondi que um mulato jamais seria considerado branco em uma convenção da Ku Klux Klan – e que essa situação hipotética responderia à pergunta.
Temos a tendência de minimizar aquilo que não é familiar em nossa memória sensorial. Assim, se nunca passamos por uma situação na qual fomos alvo de preconceito, será muito difícil entender o que sente alguém que é tratado com racismo. Portanto, precisamos nos colocar nos sapatos de quem sofre discriminações e ajudar a combatê-las.
Na outra ponta, existem aqueles que nunca sofreram a asquerosa agressão do preconceito e se sentem culpados por isso. Não deveriam. O racismo deve ser combatido com veemência e frieza, pois vai desarmar os preconceituosos, que sempre apostam em tumultuar qualquer discussão sobre o assunto, com argumentos totalmente irracionais. Ao desmascarar o preconceito através da razão (algo dificílimo para quem é vítima dele), deixa-se o adversário sem capacidade de reagir.
Curiosamente, esses torcedores espanhóis que entoam cânticos racistas nos campos de seu país, não são considerados brancos nos Estados Unidos – e sim latinos. E, entre os racistas americanos, aqueles que acreditam em uma imbecilidade chamada “supremacia branca”, os latinos são tão execrados como os negros.
Quando penso em uma boa punição para esses idiotas (que seguramente não representam a maioria da torcida espanhola), imagino em mandá-los viver por algum tempo em alguma comunidade racista americana. Com certeza, eles iriam provar do próprio veneno e, quem sabe, criariam um pouco de empatia em suas almas nefastas.