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Os números da votação: nulos e brancos caíram pela metade

Nas urnas de 2018, cerca de 9,6% dos votos foram registrados em branco ou anulados. Ontem, nulos e brancos caíram proporcionalmente pela metade

(Marcelo Camargo / Agência Brasil/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2022 às 10h14.

Luiz Inácio Lula da Silva teve cerca de 13 milhões de votos a mais que Fernando Haddad em 2018, enquanto Jair Bolsonaro superou sua própria votação na última eleição em 400.000 sufrágios. Isso, em tese, sugere que houve maior engajamento em 2022. Ocorre que o índice de abstenção foi praticamente o mesmo: agora, 20,59% dos eleitores aptos para votar ficaram em casa; em 2018, foram 20,33%.

A diferença de votos, portanto, é reflexo do crescimento no número total de eleitores, de 147 milhões para 156 milhões. Houve, porém, uma diferença crucial entre essa eleição e a anterior. O volume de votos nulos e em branco diminuíram avassaladoramente.Nas urnas de 2018, cerca de 9,6% dos votos foram registrados em branco ou anulados (totalizando 11,2 milhões de unidades). Ontem, nulos e brancos caíram proporcionalmente pela metade, com 4,6% da somatória (ou 5,7 milhões de sufrágios).

Portanto, a polarização não foi suficiente para trazer mais eleitores aos locais de votação. Mas provocou engajamento suficiente para diminuir os votos que rejeitam os dois finalistas do segundo turno. Em números totais, chegamos a um montante impressionante: 5,38 milhões de eleitores a mais resolveram cravar um nome em vez de se eximir, quando comparamos esse resultado com o de 2018.

Pode-se concluir que a maioria desses eleitores (além dos marinheiros de primeira viagem) optou por Lula, mas ainda assim tivemos a menor margem de vitória desde que 1989, quando tivemos a primeira eleição presidencial desde a redemocratização.

A votação de Bolsonaro, que perdeu no photochart, mostra que a direita está viva. Mas precisa melhorar sua performance em Minas Gerais e no Nordeste, além de se expandir em São Paulo. Enquanto esses colégios eleitorais estiverem como estão, a esquerda continuará com seu protagonismo nacional. A grande dúvida é saber se Lula conseguirá passar seu capital político a um sucessor, já que o presidente eleito já afirmou que esse será seu último mandato.

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Portanto, a polarização não foi suficiente para trazer mais eleitores aos locais de votação. Mas provocou engajamento suficiente para diminuir os votos que rejeitam os dois finalistas do segundo turno. Em números totais, chegamos a um montante impressionante: 5,38 milhões de eleitores a mais resolveram cravar um nome em vez de se eximir, quando comparamos esse resultado com o de 2018.

Pode-se concluir que a maioria desses eleitores (além dos marinheiros de primeira viagem) optou por Lula, mas ainda assim tivemos a menor margem de vitória desde que 1989, quando tivemos a primeira eleição presidencial desde a redemocratização.

A votação de Bolsonaro, que perdeu no photochart, mostra que a direita está viva. Mas precisa melhorar sua performance em Minas Gerais e no Nordeste, além de se expandir em São Paulo. Enquanto esses colégios eleitorais estiverem como estão, a esquerda continuará com seu protagonismo nacional. A grande dúvida é saber se Lula conseguirá passar seu capital político a um sucessor, já que o presidente eleito já afirmou que esse será seu último mandato.

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