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Onde Lula e Bolsonaro vão buscar os votos para vencer em 30/10?

Além de buscar aqueles que ficaram em casa no primeiro turno, os candidatos terão de disputar primariamente quem votou nos proponentes derrotados

(Nelson Almeida/AFP/Sopa Images/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2022 às 19h36.

Feitas as contas – e partindo do princípio que os eleitores vão comparecer às urnas e repetir seus votos em 30/10 –, o universo total de sufrágios em jogo para o segundo turno é de 48 milhões de unidades. Como este bolo é dividido? Em primeiro lugar, tivemos 32,7 milhões de eleitores que se abstiveram no primeiro turno. Além disso, 5,4 milhões votaram nulo ou em branco. Por fim, os candidatos derrotados reuniram um eleitorado de 9,8 milhões de pessoas. Somando-se tudo, chega-se a um número considerável, especialmente quando lembramos que a distância entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro é de 6 milhões de votos.

Há controvérsias sobre quem se beneficia com a abstenção, uma vez que os gazeteiros pertencem a um grupo muito amplo, tanto em demografia como na divisão socioeconômica. Mas uma coisa é certa: Bolsonaro terá de trabalhar para trazer alguns milhões de eleitores que ficaram em casa para cravar seu número na cabine eleitoral. Qual é o problema? Geralmente, a abstenção do segundo turno é maior que a do primeiro.

Isso pode prejudicar Lula, pois os eleitores do Nordeste têm um índice maior de comparecimento às urnas. Se o segundo turno tiver uma abstenção superior nesta região, Lula pode ter menos votos, proporcionalmente, do que obteve no último domingo. Por outro lado, esta tendência também dificulta a missão de Bolsonaro, que precisa reduzir a abstenção para reduzir a diferença ao candidato do PT.

Além de buscar aqueles que ficaram em casa no primeiro turno, os candidatos terão de disputar primariamente quem votou nos proponentes derrotados – em especial Simone Tebet e Ciro Gomes, que concentraram as maiores votações. Tebet e Ciro vão apoiar Lula. Mas a posição desses dois candidatos não necessariamente pode definir o destino de seus votos na próxima etapa das eleições. Talvez os eleitores da candidata pelo MDB prefiram Lula a Bolsonaro, com base em pesquisas realizadas em setembro. Mas isso precisa ser revalidado agora, pois o segundo turno é uma nova eleição.

O fato é que para cada voto que Lula obtiver, daqui para frente, Bolsonaro precisará do dobro. Isso, porém, vai depender do grau de engajamento dos militantes do PT e do PL. Sabe-se que a militância bolsonarista é fortemente combativa e organizada, como se viu em vários eventos realizados nos últimos dias.

Os dois candidatos estarão em busca do eleitorado de centro – justamente aquele que não enxerga com bons olhos a verborragia de Bolsonaro ou as acusações de corrupção sofridas por Lula durante a Operação Lava-Jato.

Para sensibilizar os centristas, Lula terá de apresentar pelo menos um arrazoado de plano econômica – algo que ele não estava disposto a mostrar até agora, para não criar celeuma. Mas os eleitores de centro, em sua maioria, vão querer saber qual é seu plano econômico e não estão dispostos em assinar um cheque em branco. Esses eleitores, ainda, vão acompanhar de perto a campanha de Lula para verificar sua aproximação com entidades ou políticos menos alinhados à esquerda. Vai ajudar muito a candidatura de Lula se ele divulgar uma equipe econômica claramente moderada, especialmente se indicar para chefiá-la o ex-ministro Henrique Meirelles.

Neste quesito, por sinal, percebe-se que Geraldo Alckmin não trouxe exatamente muitos votos para a chapa petista. Isso pode ser claramente percebido na votação de Fernando Haddad para o governo paulista, que estancou em um patamar próximo a 35 % e lá ficou.

Os resultados de Marcos Pontes, no Senado, e de Tarcísio de Freitas, para o primeiro turno do governo estadual, mostram que Bolsonaro surfou fortemente na onda de antipetismo. Haverá ainda mais espaço para conseguir virar o jogo nestas próximas quatro semanas usando a mesma estratégia? Talvez não. Por isso é que a importância de trazer para as seções eleitorais aqueles que ficaram em casa em 2 de outubro – e torcer para que os adversários não façam o mesmo de forma eficaz.

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Feitas as contas – e partindo do princípio que os eleitores vão comparecer às urnas e repetir seus votos em 30/10 –, o universo total de sufrágios em jogo para o segundo turno é de 48 milhões de unidades. Como este bolo é dividido? Em primeiro lugar, tivemos 32,7 milhões de eleitores que se abstiveram no primeiro turno. Além disso, 5,4 milhões votaram nulo ou em branco. Por fim, os candidatos derrotados reuniram um eleitorado de 9,8 milhões de pessoas. Somando-se tudo, chega-se a um número considerável, especialmente quando lembramos que a distância entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro é de 6 milhões de votos.

Há controvérsias sobre quem se beneficia com a abstenção, uma vez que os gazeteiros pertencem a um grupo muito amplo, tanto em demografia como na divisão socioeconômica. Mas uma coisa é certa: Bolsonaro terá de trabalhar para trazer alguns milhões de eleitores que ficaram em casa para cravar seu número na cabine eleitoral. Qual é o problema? Geralmente, a abstenção do segundo turno é maior que a do primeiro.

Isso pode prejudicar Lula, pois os eleitores do Nordeste têm um índice maior de comparecimento às urnas. Se o segundo turno tiver uma abstenção superior nesta região, Lula pode ter menos votos, proporcionalmente, do que obteve no último domingo. Por outro lado, esta tendência também dificulta a missão de Bolsonaro, que precisa reduzir a abstenção para reduzir a diferença ao candidato do PT.

Além de buscar aqueles que ficaram em casa no primeiro turno, os candidatos terão de disputar primariamente quem votou nos proponentes derrotados – em especial Simone Tebet e Ciro Gomes, que concentraram as maiores votações. Tebet e Ciro vão apoiar Lula. Mas a posição desses dois candidatos não necessariamente pode definir o destino de seus votos na próxima etapa das eleições. Talvez os eleitores da candidata pelo MDB prefiram Lula a Bolsonaro, com base em pesquisas realizadas em setembro. Mas isso precisa ser revalidado agora, pois o segundo turno é uma nova eleição.

O fato é que para cada voto que Lula obtiver, daqui para frente, Bolsonaro precisará do dobro. Isso, porém, vai depender do grau de engajamento dos militantes do PT e do PL. Sabe-se que a militância bolsonarista é fortemente combativa e organizada, como se viu em vários eventos realizados nos últimos dias.

Os dois candidatos estarão em busca do eleitorado de centro – justamente aquele que não enxerga com bons olhos a verborragia de Bolsonaro ou as acusações de corrupção sofridas por Lula durante a Operação Lava-Jato.

Para sensibilizar os centristas, Lula terá de apresentar pelo menos um arrazoado de plano econômica – algo que ele não estava disposto a mostrar até agora, para não criar celeuma. Mas os eleitores de centro, em sua maioria, vão querer saber qual é seu plano econômico e não estão dispostos em assinar um cheque em branco. Esses eleitores, ainda, vão acompanhar de perto a campanha de Lula para verificar sua aproximação com entidades ou políticos menos alinhados à esquerda. Vai ajudar muito a candidatura de Lula se ele divulgar uma equipe econômica claramente moderada, especialmente se indicar para chefiá-la o ex-ministro Henrique Meirelles.

Neste quesito, por sinal, percebe-se que Geraldo Alckmin não trouxe exatamente muitos votos para a chapa petista. Isso pode ser claramente percebido na votação de Fernando Haddad para o governo paulista, que estancou em um patamar próximo a 35 % e lá ficou.

Os resultados de Marcos Pontes, no Senado, e de Tarcísio de Freitas, para o primeiro turno do governo estadual, mostram que Bolsonaro surfou fortemente na onda de antipetismo. Haverá ainda mais espaço para conseguir virar o jogo nestas próximas quatro semanas usando a mesma estratégia? Talvez não. Por isso é que a importância de trazer para as seções eleitorais aqueles que ficaram em casa em 2 de outubro – e torcer para que os adversários não façam o mesmo de forma eficaz.

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