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O papel dos indecisos na reta final das eleições

Existe também uma certeza em relação a este grupo: vários deles tomarão o caminho da abstenção, do voto branco ou do nulo

(Rodolfo Buhrer/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 22h56.

Nesta reta final das eleições, o papel desempenhado pelos indecisos cresceu de forma avassaladora. Em praticamente todas as pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva está em uma dianteira confortável ou confortabilíssima. Dependendo da enquete, Lula estaria a um ou três pontos percentuais de levar a disputa já no primeiro turno – e é justamente neste cenário que a importância do eleitorado indeciso cresce barbaramente.

São, hoje, de 10% a 17 % de eleitores indecisos. Este percentual seria suficiente para fazer de Lula o vencedor no próximo domingo. Ou poderia viabilizar de vez a presença de Jair Bolsonaro na etapa final do pleito presidencial.

No fundo, uma parcela expressiva dos eleitores que ainda não definiram é de órfãos da chamada Terceira Via. Esses brasileiros estão imersos na indecisão porque não querem votar em nenhum dos líderes das pesquisas. Para esse eleitor, o lado B dos principais candidato é intragável. Por isso, procrastinam ao máximo a sua escolha final.

Existe também uma certeza em relação a este grupo: vários deles tomarão o caminho da abstenção, do voto branco ou do nulo. Lembremos o que aconteceu em 2018: no primeiro turno, compareceram às urnas 79,67% dos cidadãos aptos a votar. Isso quer dizer que pouco mais de 20 % dos eleitores desistiram de comparecer às seções eleitorais. E entre os que votaram nulo? Fora 7,2 milhões no primeiro turno – ou 6,14 %. Brancos? Cerca de 3,1 milhões de votos, ou 2,14 % do total.

Portanto, foram 41 milhões de brasileiros que preferiram não escolher um nome para conduzir o país na primeira etapa das eleições de quatro anos atrás. Se as pesquisas atuais estiverem corretas, o número de abstenções, nulos e brancos de 2022 será bem menor – mas, mesmo assim, podem definir a realização ou não de um segundo turno.

Há, nesse quesito, uma sutileza: há indecisos que não vão votar. Mas também há eleitores com seu voto definido que resolvem também ficar em casa.

Um estudo conduzido pelos professores Emerson Urizzi Cervi, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Felipe Borba, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), com base em dados de 2018 e 2020, revela os grupos demográficos que mais se abstêm de votar:

+ Eleitores do Sudeste e Centro-Oeste

+ Homens

+ Eleitores com ensino fundamental

+ Eleitores no exterior

+ Cidades pequenas ou médias (de 10 000 a 200 000 habitantes)

+ Eleitores acima de 75 anos ou abaixo de 18

Este é um grupo bastante heterogêneo e, se a abstenção for igual em todos os subgrupos, talvez não ajude ou prejudique nenhum dos principais candidatos. Ou seja, os indecisos que resolverem votar em um dos principais candidatos podem decidir este pleito – assim como os que declararam apoio a Ciro Gomes e Simone Tebet (mais de 50 % dos eleitores de cada um disseram que poderia mudar de candidato até domingo). Se o escolhido desse grupo for Lula, a chance de a eleição terminar em 2 de outubro aumenta. Se, ao contrário, for Bolsonaro, a decisão fica mesmo para o dia 30 do mês que vem.

Os próximos dias prometem um cenário de tensão entre Lula e Bolsonaro – e um clima totalmente beligerante no debate de quinta-feira, que será transmitido pela Rede Globo. Essa reta final deve testar os nervos de todos os eleitores. Mas, principalmente, deve submeter os principais candidatos a uma prova de fogo.

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Nesta reta final das eleições, o papel desempenhado pelos indecisos cresceu de forma avassaladora. Em praticamente todas as pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva está em uma dianteira confortável ou confortabilíssima. Dependendo da enquete, Lula estaria a um ou três pontos percentuais de levar a disputa já no primeiro turno – e é justamente neste cenário que a importância do eleitorado indeciso cresce barbaramente.

São, hoje, de 10% a 17 % de eleitores indecisos. Este percentual seria suficiente para fazer de Lula o vencedor no próximo domingo. Ou poderia viabilizar de vez a presença de Jair Bolsonaro na etapa final do pleito presidencial.

No fundo, uma parcela expressiva dos eleitores que ainda não definiram é de órfãos da chamada Terceira Via. Esses brasileiros estão imersos na indecisão porque não querem votar em nenhum dos líderes das pesquisas. Para esse eleitor, o lado B dos principais candidato é intragável. Por isso, procrastinam ao máximo a sua escolha final.

Existe também uma certeza em relação a este grupo: vários deles tomarão o caminho da abstenção, do voto branco ou do nulo. Lembremos o que aconteceu em 2018: no primeiro turno, compareceram às urnas 79,67% dos cidadãos aptos a votar. Isso quer dizer que pouco mais de 20 % dos eleitores desistiram de comparecer às seções eleitorais. E entre os que votaram nulo? Fora 7,2 milhões no primeiro turno – ou 6,14 %. Brancos? Cerca de 3,1 milhões de votos, ou 2,14 % do total.

Portanto, foram 41 milhões de brasileiros que preferiram não escolher um nome para conduzir o país na primeira etapa das eleições de quatro anos atrás. Se as pesquisas atuais estiverem corretas, o número de abstenções, nulos e brancos de 2022 será bem menor – mas, mesmo assim, podem definir a realização ou não de um segundo turno.

Há, nesse quesito, uma sutileza: há indecisos que não vão votar. Mas também há eleitores com seu voto definido que resolvem também ficar em casa.

Um estudo conduzido pelos professores Emerson Urizzi Cervi, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Felipe Borba, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), com base em dados de 2018 e 2020, revela os grupos demográficos que mais se abstêm de votar:

+ Eleitores do Sudeste e Centro-Oeste

+ Homens

+ Eleitores com ensino fundamental

+ Eleitores no exterior

+ Cidades pequenas ou médias (de 10 000 a 200 000 habitantes)

+ Eleitores acima de 75 anos ou abaixo de 18

Este é um grupo bastante heterogêneo e, se a abstenção for igual em todos os subgrupos, talvez não ajude ou prejudique nenhum dos principais candidatos. Ou seja, os indecisos que resolverem votar em um dos principais candidatos podem decidir este pleito – assim como os que declararam apoio a Ciro Gomes e Simone Tebet (mais de 50 % dos eleitores de cada um disseram que poderia mudar de candidato até domingo). Se o escolhido desse grupo for Lula, a chance de a eleição terminar em 2 de outubro aumenta. Se, ao contrário, for Bolsonaro, a decisão fica mesmo para o dia 30 do mês que vem.

Os próximos dias prometem um cenário de tensão entre Lula e Bolsonaro – e um clima totalmente beligerante no debate de quinta-feira, que será transmitido pela Rede Globo. Essa reta final deve testar os nervos de todos os eleitores. Mas, principalmente, deve submeter os principais candidatos a uma prova de fogo.

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