Exame Logo

O clima político fica conturbado – e a campanha mal começou

Apertem os cintos: a campanha mal começou e estamos cercados de polêmicas

O clima de vale-tudo está começando e entrando no terreno da Justiça (Nelson Almeida/AFP/Andressa Anholete/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2022 às 10h29.

O cenário político no Brasil é tão tenso que uma declaração que seria banal em qualquer país democrático virou notícia no último final de semana. No sábado, o presidente Jair Bolsonaro  disse que respeitaria o resultado das eleições de outubro: “A gente está nessa empreitada buscando a reeleição, se esse for o entendimento. Caso contrário, a gente respeita. Mas a nossa democracia e nossa liberdade acima de tudo”.

Um dos personagens mais belicosos da histórica política brasileira, Bolsonaro deu uma declaração apaziguadora e surpreendeu aliados e opositores. O óbvio ganhou status de notícia por conta da longa campanha que o presidente estava fazendo contra as urnas eletrônicas – um movimento que tem ressonância entre o universo conservador. Ontem, por exemplo, o jornalista J.R. Guzzo escreveu em sua coluna no jornal “O Estado de São Paulo” que a geração das urnas utilizadas no Brasil só tem equivalentes em dois países: Butão e Bangladesh.

Isso poderia ser um fator negativo em relação a essas geringonças eleitorais. Mas, também ontem, o TSE realizou um teste no Maranhão com urnas de última geração. Ao todo serão utilizados 225 000 aparelhos de última geração em outubro, num total de 400 000. As novas urnas são mais rápidas, seguras e transparentes – e fabricadas pela Positivo, uma indústria nacional.

Estamos apenas no início da campanha e já vimos um exemplo de deep fake, em cima do Jornal Nacional. Esse deve ser o primeiro de muitos. A grande imprensa é criticada pelos seguidores dos principais candidatos. Mas, na hora de fabricar um fake, é usado sempre um veículo constantemente criticado pelos militantes, mas com grande audiência ou circulação. Esse deep fake do JN é uma versão 2.0 das capas adulteradas de revistas que circulavam adoidado quatro anos atrás.

Preparem-se: conforme a tecnologia evoluir, veremos vídeos inacreditáveis envolvendo candidatos de todos os níveis pelo país. Mas nada como a realidade para provocar, de fato, avalanches nas redes sociais. Em comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falava sobre a violência contra a mulher. E deu uma bela escorregada: “Quer bater em mulher, vá bater em outro lugar, mas não dentro de sua casa ou no Brasil”.

Foi o suficiente para que o universo digital se agitasse em torno dessa frase infeliz. O clima de vale-tudo está começando e entrando no terreno da Justiça. O caso da ex-ministra e candidata ao Senado pelo Distrito Federal, é singular. Ela foi condenada a retirar alguns vídeos de campanha, considerados fake news pelo Tribunal Superior Eleitoral. Num deles, a ex-ministra insinua que Lula ensinou a juventude brasileira a usar crack.

O ex-presidente pode ser acusado de várias coisas sérias. Mas, esta incriminação, convenhamos, é totalmente fora de propósito. Por fim, há mesários pedindo ao TSE um esquema reforçado de segurança, com medo do que os ânimos acirrados e a desconfiança de alguns eleitores em relação às urnas eletrônicas possam causar nas seções eleitorais.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o Tribunal Regional de São Paulo está discutindo um eventual reforço na segurança com as polícias Civil, Militar e Federal. Apertem os cintos: a campanha mal começou e estamos cercados de polêmicas. Imagine o que pode ocorrer ao final do mês que vem, às vésperas da eleição.

Veja também

O cenário político no Brasil é tão tenso que uma declaração que seria banal em qualquer país democrático virou notícia no último final de semana. No sábado, o presidente Jair Bolsonaro  disse que respeitaria o resultado das eleições de outubro: “A gente está nessa empreitada buscando a reeleição, se esse for o entendimento. Caso contrário, a gente respeita. Mas a nossa democracia e nossa liberdade acima de tudo”.

Um dos personagens mais belicosos da histórica política brasileira, Bolsonaro deu uma declaração apaziguadora e surpreendeu aliados e opositores. O óbvio ganhou status de notícia por conta da longa campanha que o presidente estava fazendo contra as urnas eletrônicas – um movimento que tem ressonância entre o universo conservador. Ontem, por exemplo, o jornalista J.R. Guzzo escreveu em sua coluna no jornal “O Estado de São Paulo” que a geração das urnas utilizadas no Brasil só tem equivalentes em dois países: Butão e Bangladesh.

Isso poderia ser um fator negativo em relação a essas geringonças eleitorais. Mas, também ontem, o TSE realizou um teste no Maranhão com urnas de última geração. Ao todo serão utilizados 225 000 aparelhos de última geração em outubro, num total de 400 000. As novas urnas são mais rápidas, seguras e transparentes – e fabricadas pela Positivo, uma indústria nacional.

Estamos apenas no início da campanha e já vimos um exemplo de deep fake, em cima do Jornal Nacional. Esse deve ser o primeiro de muitos. A grande imprensa é criticada pelos seguidores dos principais candidatos. Mas, na hora de fabricar um fake, é usado sempre um veículo constantemente criticado pelos militantes, mas com grande audiência ou circulação. Esse deep fake do JN é uma versão 2.0 das capas adulteradas de revistas que circulavam adoidado quatro anos atrás.

Preparem-se: conforme a tecnologia evoluir, veremos vídeos inacreditáveis envolvendo candidatos de todos os níveis pelo país. Mas nada como a realidade para provocar, de fato, avalanches nas redes sociais. Em comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falava sobre a violência contra a mulher. E deu uma bela escorregada: “Quer bater em mulher, vá bater em outro lugar, mas não dentro de sua casa ou no Brasil”.

Foi o suficiente para que o universo digital se agitasse em torno dessa frase infeliz. O clima de vale-tudo está começando e entrando no terreno da Justiça. O caso da ex-ministra e candidata ao Senado pelo Distrito Federal, é singular. Ela foi condenada a retirar alguns vídeos de campanha, considerados fake news pelo Tribunal Superior Eleitoral. Num deles, a ex-ministra insinua que Lula ensinou a juventude brasileira a usar crack.

O ex-presidente pode ser acusado de várias coisas sérias. Mas, esta incriminação, convenhamos, é totalmente fora de propósito. Por fim, há mesários pedindo ao TSE um esquema reforçado de segurança, com medo do que os ânimos acirrados e a desconfiança de alguns eleitores em relação às urnas eletrônicas possam causar nas seções eleitorais.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o Tribunal Regional de São Paulo está discutindo um eventual reforço na segurança com as polícias Civil, Militar e Federal. Apertem os cintos: a campanha mal começou e estamos cercados de polêmicas. Imagine o que pode ocorrer ao final do mês que vem, às vésperas da eleição.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesJair BolsonaroLuiz Inácio Lula da Silva

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se