Mais brasileiros apoiam a privatização
Desde a privatização do sistema telefônico, a expansão de linhas e do serviço celular tem sido mais rápida do que em muitos países desenvolvidos
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2023 às 12h23.
Aluizio Falcão Filho
Pesquisa do Datafolha divulgada ontem mostra que 38 % da população brasileira apoia as privatizações. Pode parecer pouco, mas é um enorme avanço quando olhamos para o passado: em 2017, apenas 20 % dos brasileiros apoiavam a desestatização de empresas. Esse índice subiu um pouco mais em setembro do ano passado, quando os partidários da privatização somavam 26 % (precisamos lembrar que, por outro lado, 45 % dos entrevistados ainda são contrários a privatizar empresas do governo).
Esse crescimento mostra que a sociedade está percebendo o óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues: o Estado tem de diminuir e rápido. Os adeptos da fanfarra esquerdista podem dizer o que quiserem. Mas os serviços prestados pela iniciativa privada – desde que exista concorrência – sempre serão melhores que os providos pelo governo.
Um exemplo claro da inépcia estatal está na telefonia. Enquanto a Telebrás era a única fornecedora de linhas telefônicas no país, vivemos em uma situação de penúria nas telecomunicações. Havia um número tão pequeno de linhas que sua posse virou um ativo que deveria ser declarado no Imposto de Renda.
Os mais jovens podem até se chocar, mas era possível vender uma linha telefônica ou até alugá-la. Se alguém quisesse comprar um número telefônico teria de se inscrever em um plano de expansão, no qual se pagava uma prestação mensal em uma espera que poderia durar até cinco anos.
Neste caso, o serviço prestado pela Telebrás lembrava muito uma piada que era contada pelo presidente americano Ronald Reagan sobre o que acontecia no comunismo russo. O chiste era o seguinte: um russo vai até uma loja de carros e diz que quer comprar um veículo. O sujeito confere o dinheiro, entrega um contrato e diz: “Venha daqui a dez anos e retire o seu carro”. O cliente retruca: “Pela manhã ou à tarde?”. O vendedor responde: “É daqui a dez anos, que diferença isso faz?”. O comprador responde: “É que pela manhã o encanador irá à minha casa”.
Desde a privatização do sistema telefônico, no entanto, a expansão de linhas e do serviço celular tem sido mais rápida do que em muitos países desenvolvidos. No fundo, um mercado como o brasileiro, com dezenas de milhões de consumidores, é muito mais importante do que certas nações da Europa, com uma população infinitamente menor.
Aqueles que cresceram dentro deste cenário percebem que empresas privadas estão à frente das estatais no atendimento aos clientes. Isso é captado, inclusive, pela pesquisa Datafolha. O estudo mostra que 63 % dos que têm entre 16 e 34 anos “consideram os produtos e serviços privados melhores que os estatais”.
O caso da telefonia é emblemático neste sentido, até porque temos neste mercado uma concorrência feroz, com três gigantes mundiais guerreando entre si. Este, aliás, é um ponto importantíssimo dessa discussão: o fim do monopólio. Quando trocamos um sistema monopolista estatal por um privado, a qualidade vai melhorar. Mas só atingirá os níveis de excelência exigidos pelo público quando houver concorrência.
A competição e o livre mercado, funcionando em um país cujo Estado é menor e cobra menos impostos é a combinação perfeita para o Brasil. É extremamente animador ver que os jovens começam a perceber que essa é a melhor fórmula para moldarmos uma nação mais competitiva e com maior justiça social.
Correios
Essa pesquisa, no entanto, é divulgada justamente na semana em que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva retirou os Correios e mais seis empresas estatais da lista de privatizações. Uma pena perdermos tanto tempo em um tema que deveria ser óbvio para todos – mas resistir à obviedade se tornou uma questão de honra para as esquerdas.
O pior é que os Correios serão uma empresa inútil no futuro e, por enquanto, ainda pode ser vendida por um valor razoável. Porém, a companhia perde valor de mercado a cada dia que passa, com o crescimento inexorável das empresas privadas de logística, como o Mercado Livre. Ao final do governo Lula, essa estatal estará valendo, na melhor das hipóteses, metade do atual preço de venda.
Mas, em nome de uma ideologia capenga e ultrapassada, o Estado brasileiro manterá um ativo antiquado em sua estrutura já gigantesca e pantagruélica. É lamentável que o país tenha retrocedido tanto em um tema tão fácil de entender. Só nos resta esperar mais quatro anos para — quem sabe — retomar uma agenda tão necessária e fazer emagrecer esse Estado que precisa de uma lipoaspiração urgentemente.
Aluizio Falcão Filho
Pesquisa do Datafolha divulgada ontem mostra que 38 % da população brasileira apoia as privatizações. Pode parecer pouco, mas é um enorme avanço quando olhamos para o passado: em 2017, apenas 20 % dos brasileiros apoiavam a desestatização de empresas. Esse índice subiu um pouco mais em setembro do ano passado, quando os partidários da privatização somavam 26 % (precisamos lembrar que, por outro lado, 45 % dos entrevistados ainda são contrários a privatizar empresas do governo).
Esse crescimento mostra que a sociedade está percebendo o óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues: o Estado tem de diminuir e rápido. Os adeptos da fanfarra esquerdista podem dizer o que quiserem. Mas os serviços prestados pela iniciativa privada – desde que exista concorrência – sempre serão melhores que os providos pelo governo.
Um exemplo claro da inépcia estatal está na telefonia. Enquanto a Telebrás era a única fornecedora de linhas telefônicas no país, vivemos em uma situação de penúria nas telecomunicações. Havia um número tão pequeno de linhas que sua posse virou um ativo que deveria ser declarado no Imposto de Renda.
Os mais jovens podem até se chocar, mas era possível vender uma linha telefônica ou até alugá-la. Se alguém quisesse comprar um número telefônico teria de se inscrever em um plano de expansão, no qual se pagava uma prestação mensal em uma espera que poderia durar até cinco anos.
Neste caso, o serviço prestado pela Telebrás lembrava muito uma piada que era contada pelo presidente americano Ronald Reagan sobre o que acontecia no comunismo russo. O chiste era o seguinte: um russo vai até uma loja de carros e diz que quer comprar um veículo. O sujeito confere o dinheiro, entrega um contrato e diz: “Venha daqui a dez anos e retire o seu carro”. O cliente retruca: “Pela manhã ou à tarde?”. O vendedor responde: “É daqui a dez anos, que diferença isso faz?”. O comprador responde: “É que pela manhã o encanador irá à minha casa”.
Desde a privatização do sistema telefônico, no entanto, a expansão de linhas e do serviço celular tem sido mais rápida do que em muitos países desenvolvidos. No fundo, um mercado como o brasileiro, com dezenas de milhões de consumidores, é muito mais importante do que certas nações da Europa, com uma população infinitamente menor.
Aqueles que cresceram dentro deste cenário percebem que empresas privadas estão à frente das estatais no atendimento aos clientes. Isso é captado, inclusive, pela pesquisa Datafolha. O estudo mostra que 63 % dos que têm entre 16 e 34 anos “consideram os produtos e serviços privados melhores que os estatais”.
O caso da telefonia é emblemático neste sentido, até porque temos neste mercado uma concorrência feroz, com três gigantes mundiais guerreando entre si. Este, aliás, é um ponto importantíssimo dessa discussão: o fim do monopólio. Quando trocamos um sistema monopolista estatal por um privado, a qualidade vai melhorar. Mas só atingirá os níveis de excelência exigidos pelo público quando houver concorrência.
A competição e o livre mercado, funcionando em um país cujo Estado é menor e cobra menos impostos é a combinação perfeita para o Brasil. É extremamente animador ver que os jovens começam a perceber que essa é a melhor fórmula para moldarmos uma nação mais competitiva e com maior justiça social.
Correios
Essa pesquisa, no entanto, é divulgada justamente na semana em que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva retirou os Correios e mais seis empresas estatais da lista de privatizações. Uma pena perdermos tanto tempo em um tema que deveria ser óbvio para todos – mas resistir à obviedade se tornou uma questão de honra para as esquerdas.
O pior é que os Correios serão uma empresa inútil no futuro e, por enquanto, ainda pode ser vendida por um valor razoável. Porém, a companhia perde valor de mercado a cada dia que passa, com o crescimento inexorável das empresas privadas de logística, como o Mercado Livre. Ao final do governo Lula, essa estatal estará valendo, na melhor das hipóteses, metade do atual preço de venda.
Mas, em nome de uma ideologia capenga e ultrapassada, o Estado brasileiro manterá um ativo antiquado em sua estrutura já gigantesca e pantagruélica. É lamentável que o país tenha retrocedido tanto em um tema tão fácil de entender. Só nos resta esperar mais quatro anos para — quem sabe — retomar uma agenda tão necessária e fazer emagrecer esse Estado que precisa de uma lipoaspiração urgentemente.