Flávio diz que seu pai está “mais calmo” – mas precisa combinar com ele
O ambiente político tenso, de fato, está tão belicoso que algumas pessoas perderam sua vida no meio de discussões eleitorais
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2022 às 16h11.
Ontem, o jornal “O Globo” publicou uma entrevista com o senador Flávio Bolsonaro. Duas frases chamam atenção. A primeira, que deve atingir consenso entre lulistas e bolsonaristas, é a seguinte: “Está todo mundo cansado de briga”. O ambiente político tenso, de fato, está tão belicoso que algumas pessoas perderam sua vida no meio de discussões eleitorais. Já a segunda frase merece análise e reflexão — mas está longe de ser consensual. “Vocês estão vendo o presidente [Jair Bolsonaro] muito mais calmo, a cada dia mais preparado, com a inteligência emocional melhor”, disse.
Se o tempo tivesse parado no dia 2 de outubro, logo após a votação, quando Bolsonaro deu uma coletiva a vários órgãos de imprensa, até que a opinião do senador poderia levada em consideração. Mas, na semana que sucedeu a entrevista concedida em um tom de voz comedido e ameno, o presidente já passou por momento de descontrole emocional em frente às câmaras.
Não é de hoje que o presidente tem um comportamento errático. Logo que fechou um acordo com o Centrão, impingiu-se um silêncio relativamente duradouro. Mas, depois de um hiato, a coisa desandou novamente e o mandatário voltou aos embates verbais.
A estratégia de adotar um tom moderado faz todo sentido. Afinal, a única forma de se vencer essa eleição é trazer os votos do centro para qualquer um dos candidatos. Luiz Inácio Lula da Silva (com alguns escorregões, é verdade) tenta se apresentar como o lado ponderado e centrado. Mas Bolsonaro sempre usou lacradas para se sintonizar com seus apoiadores de primeira hora – que vão votar no presidente faça chuva ou faça sol.
Dois dias atrás – na mesma data em que o senador dava entrevista ao “Globo” – o presidente, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, voltou a lançar suspeitas sobre as urnas eletrônicas. “Todos nós desconfiamos”, afirmou. “Como pode aquele cara [Lula] pode ter tantos votos se o povo não está ao lado dele?”. Na mesma oportunidade, ainda disse: “No próximo dia 30, vamos votar. E mais do que isso. Vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado”.
Aparentemente, existe um descompasso entre o que pensa o senador, filho do presidente, e aquilo que faz, na prática, o candidato à reeleição. Até porque existem dois caminhos para que Bolsonaro tente a vitória. Um é tentar se enquadrar dentro de um personagem comedido e tentar seduzir o centro. Outro é simplesmente investir tudo na desconstrução de Lula. Neste caso, ações nas redes sociais são mais que necessárias.
Nesta eleição, o PT está investindo forte nas redes e não economizando críticas. Mas o lado bolsonarista parece estar melhorando nessa batalha (não necessariamente na guerra inteira, que é a eleição). Segundo o Ipec, Lula – em quatro dias – ampliou sua rejeição em dois pontos, subindo de 40 para 42 pontos. Já Bolsonaro teve uma diminuição de 50 para 48 pontos na enquete de 10 de outubro. Se a rejeição do presidente cair mais alguns pontos, a eleição estará ainda mais parelha do que agora.
Ontem, o jornal “O Globo” publicou uma entrevista com o senador Flávio Bolsonaro. Duas frases chamam atenção. A primeira, que deve atingir consenso entre lulistas e bolsonaristas, é a seguinte: “Está todo mundo cansado de briga”. O ambiente político tenso, de fato, está tão belicoso que algumas pessoas perderam sua vida no meio de discussões eleitorais. Já a segunda frase merece análise e reflexão — mas está longe de ser consensual. “Vocês estão vendo o presidente [Jair Bolsonaro] muito mais calmo, a cada dia mais preparado, com a inteligência emocional melhor”, disse.
Se o tempo tivesse parado no dia 2 de outubro, logo após a votação, quando Bolsonaro deu uma coletiva a vários órgãos de imprensa, até que a opinião do senador poderia levada em consideração. Mas, na semana que sucedeu a entrevista concedida em um tom de voz comedido e ameno, o presidente já passou por momento de descontrole emocional em frente às câmaras.
Não é de hoje que o presidente tem um comportamento errático. Logo que fechou um acordo com o Centrão, impingiu-se um silêncio relativamente duradouro. Mas, depois de um hiato, a coisa desandou novamente e o mandatário voltou aos embates verbais.
A estratégia de adotar um tom moderado faz todo sentido. Afinal, a única forma de se vencer essa eleição é trazer os votos do centro para qualquer um dos candidatos. Luiz Inácio Lula da Silva (com alguns escorregões, é verdade) tenta se apresentar como o lado ponderado e centrado. Mas Bolsonaro sempre usou lacradas para se sintonizar com seus apoiadores de primeira hora – que vão votar no presidente faça chuva ou faça sol.
Dois dias atrás – na mesma data em que o senador dava entrevista ao “Globo” – o presidente, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, voltou a lançar suspeitas sobre as urnas eletrônicas. “Todos nós desconfiamos”, afirmou. “Como pode aquele cara [Lula] pode ter tantos votos se o povo não está ao lado dele?”. Na mesma oportunidade, ainda disse: “No próximo dia 30, vamos votar. E mais do que isso. Vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado”.
Aparentemente, existe um descompasso entre o que pensa o senador, filho do presidente, e aquilo que faz, na prática, o candidato à reeleição. Até porque existem dois caminhos para que Bolsonaro tente a vitória. Um é tentar se enquadrar dentro de um personagem comedido e tentar seduzir o centro. Outro é simplesmente investir tudo na desconstrução de Lula. Neste caso, ações nas redes sociais são mais que necessárias.
Nesta eleição, o PT está investindo forte nas redes e não economizando críticas. Mas o lado bolsonarista parece estar melhorando nessa batalha (não necessariamente na guerra inteira, que é a eleição). Segundo o Ipec, Lula – em quatro dias – ampliou sua rejeição em dois pontos, subindo de 40 para 42 pontos. Já Bolsonaro teve uma diminuição de 50 para 48 pontos na enquete de 10 de outubro. Se a rejeição do presidente cair mais alguns pontos, a eleição estará ainda mais parelha do que agora.