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Como fica imagem internacional do Brasil, dividido entre Bolsonaro e Lula?

Ao observarem essas duas opções para 2022, os agentes do mercado internacional devem ficar extremamente desanimados

Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. (Miguel Schincariol/Evaristo Sá/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2021 às 11h43.

Aluizio Falcão Filho

Até o mais entusiasta do seguidor de Jair Bolsonaro irá concordar que a imagem do presidente brasileiro no exterior é muito ruim. Em seguida, este militante bolsonarista irá dizer que isso é culpa da imprensa – mas vamos deixar essa discussão para outro momento. O fato é que os estrangeiros associam o governo a várias características negativas, até exagerando em alguns pontos. Mas é inegável que existe hoje uma rejeição em relação ao mandatário brasileiro, que atinge cidadãos de vários países e mesmo Chefes de Estado.

A eleição de Bolsonaro está diretamente ligada aos problemas enfrentados pelo Partido dos Trabalhadores, que viram sua reputação murchar com os casos de corrupção desvendados pela Operação Lava-Jato. Como ápice deste processo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou na cadeia. Toda essa saga foi publicada na imprensa internacional.

Mas o processo de Lula acabou sendo reiniciado e ele ganhou condições de disputar a próxima eleição. Assim, as últimas pesquisas eleitorais mostram que o petista está liderando a intenção de voto para 2022.

Os estrangeiros que leem essa notícia, assim, acreditam que o Brasil é um país dividido pelos extremos, pois teoricamente teríamos um segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Ou seja, possuímos um presidente rejeitado pela comunidade internacional. E seu grande adversário é alguém cujo nome está associado ao maior processo de corrupção já visto no Brasil, que teve repercussão internacional.

Diante dessa possibilidade, qual é a imagem que os investidores estrangeiros terão de nós?

Em primeiro lugar, Bolsonaro foi eleito com um discurso privilegiando privatizações e o fim do velho toma-lá-dá-cá. Hoje, em seu terceiro ano de mandato, não tivemos uma só privatização expressiva ou intenção de se reduzir o tamanho do estado. Além disso, o governo associou-se ao Centrão, que é conhecido por seu fisiologismo – um apetite voraz por verbas estatais e cargos públicos. Some-se isso à narrativa impingida a Bolsonaro: leniente com o meio ambiente, pouco sensível às minorias e praticante do negacionismo científico. Neste caso, a discussão se ele é ou não é qualquer uma dessas três coisas, é inútil. A opinião pública internacional já encontrou um consenso e ele não é bom para nós, brasileiros.

Hoje, vemos a possibilidade de o PT voltar ao governo. Investidores que viveram o mandato de Dilma Rousseff devem se arrepiar com essa possibilidade. No governo Dilma turbinou-se o déficit público, a inflação campeou e a insegurança jurídica bateu recordes. Além disso, tivermos acusações seríssimas de corrupção por parte do PT.

Ao observarem essas duas opções para 2022, os agentes do mercado internacional, responsáveis por uma liquidez que há muito não se via, devem ficar extremamente desanimados. Ou seja, o dilema vivido por um naco do empresariado brasileiro também é experimentado por muitos economistas e executivos internacionais.

Como podemos justificar para as matrizes das grandes empresas que atuam no Brasil que estamos diante apenas dessas duas opções? Os CEOs das subsidiárias nacionais fazem uma verdadeira ginástica para explicar esse cenário. Muitos deles têm a seu favor resultados positivos que falam mais alto do que a análise do cenário político. Mas, e aqueles que ainda sofrem os efeitos da estagnação econômica provocada pela pandemia? Como justificar um investimento no Brasil se estamos diante de duas opções que os estrangeiros não gostam?

Trata-se de uma tarefa difícil, dificílima.

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Até o mais entusiasta do seguidor de Jair Bolsonaro irá concordar que a imagem do presidente brasileiro no exterior é muito ruim. Em seguida, este militante bolsonarista irá dizer que isso é culpa da imprensa – mas vamos deixar essa discussão para outro momento. O fato é que os estrangeiros associam o governo a várias características negativas, até exagerando em alguns pontos. Mas é inegável que existe hoje uma rejeição em relação ao mandatário brasileiro, que atinge cidadãos de vários países e mesmo Chefes de Estado.

A eleição de Bolsonaro está diretamente ligada aos problemas enfrentados pelo Partido dos Trabalhadores, que viram sua reputação murchar com os casos de corrupção desvendados pela Operação Lava-Jato. Como ápice deste processo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou na cadeia. Toda essa saga foi publicada na imprensa internacional.

Mas o processo de Lula acabou sendo reiniciado e ele ganhou condições de disputar a próxima eleição. Assim, as últimas pesquisas eleitorais mostram que o petista está liderando a intenção de voto para 2022.

Os estrangeiros que leem essa notícia, assim, acreditam que o Brasil é um país dividido pelos extremos, pois teoricamente teríamos um segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Ou seja, possuímos um presidente rejeitado pela comunidade internacional. E seu grande adversário é alguém cujo nome está associado ao maior processo de corrupção já visto no Brasil, que teve repercussão internacional.

Diante dessa possibilidade, qual é a imagem que os investidores estrangeiros terão de nós?

Em primeiro lugar, Bolsonaro foi eleito com um discurso privilegiando privatizações e o fim do velho toma-lá-dá-cá. Hoje, em seu terceiro ano de mandato, não tivemos uma só privatização expressiva ou intenção de se reduzir o tamanho do estado. Além disso, o governo associou-se ao Centrão, que é conhecido por seu fisiologismo – um apetite voraz por verbas estatais e cargos públicos. Some-se isso à narrativa impingida a Bolsonaro: leniente com o meio ambiente, pouco sensível às minorias e praticante do negacionismo científico. Neste caso, a discussão se ele é ou não é qualquer uma dessas três coisas, é inútil. A opinião pública internacional já encontrou um consenso e ele não é bom para nós, brasileiros.

Hoje, vemos a possibilidade de o PT voltar ao governo. Investidores que viveram o mandato de Dilma Rousseff devem se arrepiar com essa possibilidade. No governo Dilma turbinou-se o déficit público, a inflação campeou e a insegurança jurídica bateu recordes. Além disso, tivermos acusações seríssimas de corrupção por parte do PT.

Ao observarem essas duas opções para 2022, os agentes do mercado internacional, responsáveis por uma liquidez que há muito não se via, devem ficar extremamente desanimados. Ou seja, o dilema vivido por um naco do empresariado brasileiro também é experimentado por muitos economistas e executivos internacionais.

Como podemos justificar para as matrizes das grandes empresas que atuam no Brasil que estamos diante apenas dessas duas opções? Os CEOs das subsidiárias nacionais fazem uma verdadeira ginástica para explicar esse cenário. Muitos deles têm a seu favor resultados positivos que falam mais alto do que a análise do cenário político. Mas, e aqueles que ainda sofrem os efeitos da estagnação econômica provocada pela pandemia? Como justificar um investimento no Brasil se estamos diante de duas opções que os estrangeiros não gostam?

Trata-se de uma tarefa difícil, dificílima.

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