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Canabidiol: para mim, deu muito certo. Será uma solução para o seu caso?

Segundo estatísticas, 36% dos pacientes não constatam nenhuma melhora com o remédio. Em compensação, quase dois terços registram alívio quase imediato

Canabidiol (Tinnakorn Jorruang/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2022 às 11h49.

Aluizio Falcão Filho

A Anvisa liberou, no início do ano, a importação de medicamentos à base de cannabis e a Greencare, empresa brasileira controlada por fundos de investimentos, anunciou que deve lançar três produtos do gênero ainda em agosto. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada ontem, há um mercado potencial de 75 000 pacientes no Brasil, que pode movimentar R$ 700 milhões em cinco anos. Mas talvez esse potencial esteja subestimado: cerca de um terço de nossa população sofre de dores crônicas, segundo a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor, entidade fundada em 1983.

Nos Estados Unidos, este é um mercado que cresce a olhos vistos e deve gerar receitas de US$ 15 bilhões ainda em 2022. Até 2028, o chamado CBD deve ter um volume de vendas superior a 52 bilhões. Trata-se de um crescimento exponencial e que pode trazer alívio a um contingente enorme de pessoas.

É sempre bom lembrar que a dor pode matar. O cantor Michael Jackson, por exemplo, viciou-se em analgésicos após ter parte de seu couro cabeludo incendiado em uma gravação de vídeo. Essa foi a causa de seu falecimento. Outro grande nome da música, Prince, morreu pelo consumo excessivo de opiáceos para combater um incômodo crônico nos quadris, decorrente do desgaste da cartilagem na bacia. Milhares de pessoas combatem esse problema com anti-inflamatórios e, com o tempo, sofrem os efeitos perniciosos que este tipo de medicamento tem sobre os rins.

Até agora, o canabidiol parece ser uma solução segura para quem precisa de paliativos para enfrentar dores crônicas.

Tenho o mesmo problema de Prince: um desgaste na cartilagem dos quadris. Já fiz uma operação, para colocação de prótese no fêmur direito. Dentro de semanas, terei de fazer o mesmo procedimento no lado esquerdo. Já tentei de tudo, nos últimos tempos, para reduzir a dor e não fui bem-sucedido. Qual foi a única coisa que resolveu o problema? O canabidiol.

Não se trata, porém, de uma solução para todos. Segundo estatísticas americanas, 36 % dos pacientes não constatam nenhuma melhora com o remédio. Em compensação, quase dois terços dos usuários registram um alívio quase que imediato.

Quem enfrenta suplícios do gênero, porém, deve ser desaconselhado a tentar uma solução por conta própria. Procure um médico e peça orientações (quem escrever “médicos que trabalham com canabidiol” no Google vai encontrar uma infinidade de nomes). Em um país como o nosso, no qual a automedicação corre solta, ouvir uma opinião médica é importantíssimo.

Se o seu médico der o sinal verde, abra a sua mente e faça um test-drive. Aos afoitos: não dá nenhum tipo de barato, apenas tem efeitos anestésicos. Porém, uma dose mais alta pode dar sono. Esse, aliás, é um efeito colateral fabuloso, especialmente para quem tem dificuldade para dormir. Mas, para que você desfrute dessa situação, a dose precisa ser ministrada à noite.

Resolvi escrever esse texto depois de constatar os efeitos práticos e perceber que muitas pessoas poderiam ser auxiliadas com essa informação. Mas vale a pena repetir: procure um médico antes de mais nada. E busque, com esse profissional, resolver aquilo que causa o seu padecimento. Vá diretamente à raiz do problema – e não de seu efeito, que é a dor.

Boa sorte a quem quiser experimentar. Funcionou muito bem para mim.

 

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Aluizio Falcão Filho

A Anvisa liberou, no início do ano, a importação de medicamentos à base de cannabis e a Greencare, empresa brasileira controlada por fundos de investimentos, anunciou que deve lançar três produtos do gênero ainda em agosto. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada ontem, há um mercado potencial de 75 000 pacientes no Brasil, que pode movimentar R$ 700 milhões em cinco anos. Mas talvez esse potencial esteja subestimado: cerca de um terço de nossa população sofre de dores crônicas, segundo a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor, entidade fundada em 1983.

Nos Estados Unidos, este é um mercado que cresce a olhos vistos e deve gerar receitas de US$ 15 bilhões ainda em 2022. Até 2028, o chamado CBD deve ter um volume de vendas superior a 52 bilhões. Trata-se de um crescimento exponencial e que pode trazer alívio a um contingente enorme de pessoas.

É sempre bom lembrar que a dor pode matar. O cantor Michael Jackson, por exemplo, viciou-se em analgésicos após ter parte de seu couro cabeludo incendiado em uma gravação de vídeo. Essa foi a causa de seu falecimento. Outro grande nome da música, Prince, morreu pelo consumo excessivo de opiáceos para combater um incômodo crônico nos quadris, decorrente do desgaste da cartilagem na bacia. Milhares de pessoas combatem esse problema com anti-inflamatórios e, com o tempo, sofrem os efeitos perniciosos que este tipo de medicamento tem sobre os rins.

Até agora, o canabidiol parece ser uma solução segura para quem precisa de paliativos para enfrentar dores crônicas.

Tenho o mesmo problema de Prince: um desgaste na cartilagem dos quadris. Já fiz uma operação, para colocação de prótese no fêmur direito. Dentro de semanas, terei de fazer o mesmo procedimento no lado esquerdo. Já tentei de tudo, nos últimos tempos, para reduzir a dor e não fui bem-sucedido. Qual foi a única coisa que resolveu o problema? O canabidiol.

Não se trata, porém, de uma solução para todos. Segundo estatísticas americanas, 36 % dos pacientes não constatam nenhuma melhora com o remédio. Em compensação, quase dois terços dos usuários registram um alívio quase que imediato.

Quem enfrenta suplícios do gênero, porém, deve ser desaconselhado a tentar uma solução por conta própria. Procure um médico e peça orientações (quem escrever “médicos que trabalham com canabidiol” no Google vai encontrar uma infinidade de nomes). Em um país como o nosso, no qual a automedicação corre solta, ouvir uma opinião médica é importantíssimo.

Se o seu médico der o sinal verde, abra a sua mente e faça um test-drive. Aos afoitos: não dá nenhum tipo de barato, apenas tem efeitos anestésicos. Porém, uma dose mais alta pode dar sono. Esse, aliás, é um efeito colateral fabuloso, especialmente para quem tem dificuldade para dormir. Mas, para que você desfrute dessa situação, a dose precisa ser ministrada à noite.

Resolvi escrever esse texto depois de constatar os efeitos práticos e perceber que muitas pessoas poderiam ser auxiliadas com essa informação. Mas vale a pena repetir: procure um médico antes de mais nada. E busque, com esse profissional, resolver aquilo que causa o seu padecimento. Vá diretamente à raiz do problema – e não de seu efeito, que é a dor.

Boa sorte a quem quiser experimentar. Funcionou muito bem para mim.

 

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