Brasileiro está cada vez mais decidido em quem votar
75 % dos eleitores brasileiros já se decidiram em relação a quem votar daqui a pouco mais de dois meses
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2022 às 11h57.
Aluizio Falcão Filho
A última pesquisa do BTG Pactual, divulgada ontem, traz uma informação intrigante, mas totalmente sintonizada com os tempos de polarização política nos quais vivemos. Trata-se do índice de certeza do voto. No caso de Jair Bolsonaro, 85 % de seus eleitores dizem que não mudarão de voto. Em relação a Luiz Inácio Lula da Silva, o mesmo ocorre com 83 % dos entrevistados que pretendem sufragar o candidato do PT. Na seara dos nomes menos populares, ocorre o contrário. Seis entre dez eleitores de Ciro Gomes admitem que podem escolher outro nome. Com Simone Tebet, o mesmo acontece: 54 % admitem trocar a senadora por outro nome na cabine eleitoral.
Na prática, isso quer dizer que 75 % dos eleitores brasileiros já se decidiram em relação a quem votar daqui a pouco mais de dois meses. Trata-se de um percentual extremamente alto, especialmente em um país que costuma assistir viradas espetaculares nos últimos dias de campanha. Mas é possível também perceber que Ciro Gomes acabou se transformando na única alternativa (embora remota) que poderia mudar os resultados do Primeiro Turno. Ele é o nome que receberia 23 % daqueles que admitem trocar de voto – talvez um grupo que ainda insiste na chamada Terceira Via. Em seguida, Lula teria 17 % de quem eventualmente muda o voto – e Bolsonaro tem um índice de 11 %.
Simone Tebet teve o nome utilizado pelos caciques tucanos para defenestrar a candidatura do ex-governador João Doria à presidência. Segundo a diretoria do PSDB, ela possuiria um grande potencial de crescimento entre maio e julho e, por isso, seria melhor deixar a candidatura própria e apoiar o MDB. Bem, a intenção de votos na senadora caiu de 4 % para 2 % nos últimos quinze dias. E ela receberia apenas 4 % daqueles que consideram mudar o voto. Portanto, ou os peessedebistas foram ingênuos ao acreditar no potencial de Tebet ou escolheram este caminho para liberar, na prática, seus filiados a apoiar Lula ou Bolsonaro ainda em 2 de outubro.
O esvaziamento de Tebet pode estar relacionado ao voto útil que se desenha ainda no Primeiro Turno de 2022. A senadora perdeu dois pontos nos últimos quinze dias e Lula ganhou três. Talvez isso seja uma coincidência, mas a chance de metade do eleitorado do MDB ter voado em direção ao PT é bastante alta.
Por fim, entre os candidatos nanicos, chama atenção os números de André Janones, que empata com Simone Tebet na enquete estimulada, com 2 %. Janones tem tudo para ser o Cabo Daciolo desta eleição. Em 2018, o bombeiro e pastor evangélico teve 1,3 milhão de votos, ou 1,26 % de todos os sufrágios (gastos declarados na campanha: R$ 808,00). Chegou à frente do candidato do MDB, Henrique Meirelles, que investiu R$ 53 milhões do próprio bolso para bancar suas despesas de campanha e teve 1,2 milhão de votos.
Janones finalizará o Primeiro Turno à frente de Tebet?
Façam suas apostas.
Aluizio Falcão Filho
A última pesquisa do BTG Pactual, divulgada ontem, traz uma informação intrigante, mas totalmente sintonizada com os tempos de polarização política nos quais vivemos. Trata-se do índice de certeza do voto. No caso de Jair Bolsonaro, 85 % de seus eleitores dizem que não mudarão de voto. Em relação a Luiz Inácio Lula da Silva, o mesmo ocorre com 83 % dos entrevistados que pretendem sufragar o candidato do PT. Na seara dos nomes menos populares, ocorre o contrário. Seis entre dez eleitores de Ciro Gomes admitem que podem escolher outro nome. Com Simone Tebet, o mesmo acontece: 54 % admitem trocar a senadora por outro nome na cabine eleitoral.
Na prática, isso quer dizer que 75 % dos eleitores brasileiros já se decidiram em relação a quem votar daqui a pouco mais de dois meses. Trata-se de um percentual extremamente alto, especialmente em um país que costuma assistir viradas espetaculares nos últimos dias de campanha. Mas é possível também perceber que Ciro Gomes acabou se transformando na única alternativa (embora remota) que poderia mudar os resultados do Primeiro Turno. Ele é o nome que receberia 23 % daqueles que admitem trocar de voto – talvez um grupo que ainda insiste na chamada Terceira Via. Em seguida, Lula teria 17 % de quem eventualmente muda o voto – e Bolsonaro tem um índice de 11 %.
Simone Tebet teve o nome utilizado pelos caciques tucanos para defenestrar a candidatura do ex-governador João Doria à presidência. Segundo a diretoria do PSDB, ela possuiria um grande potencial de crescimento entre maio e julho e, por isso, seria melhor deixar a candidatura própria e apoiar o MDB. Bem, a intenção de votos na senadora caiu de 4 % para 2 % nos últimos quinze dias. E ela receberia apenas 4 % daqueles que consideram mudar o voto. Portanto, ou os peessedebistas foram ingênuos ao acreditar no potencial de Tebet ou escolheram este caminho para liberar, na prática, seus filiados a apoiar Lula ou Bolsonaro ainda em 2 de outubro.
O esvaziamento de Tebet pode estar relacionado ao voto útil que se desenha ainda no Primeiro Turno de 2022. A senadora perdeu dois pontos nos últimos quinze dias e Lula ganhou três. Talvez isso seja uma coincidência, mas a chance de metade do eleitorado do MDB ter voado em direção ao PT é bastante alta.
Por fim, entre os candidatos nanicos, chama atenção os números de André Janones, que empata com Simone Tebet na enquete estimulada, com 2 %. Janones tem tudo para ser o Cabo Daciolo desta eleição. Em 2018, o bombeiro e pastor evangélico teve 1,3 milhão de votos, ou 1,26 % de todos os sufrágios (gastos declarados na campanha: R$ 808,00). Chegou à frente do candidato do MDB, Henrique Meirelles, que investiu R$ 53 milhões do próprio bolso para bancar suas despesas de campanha e teve 1,2 milhão de votos.
Janones finalizará o Primeiro Turno à frente de Tebet?
Façam suas apostas.