A regra número 1 do networking
A pessoa ansiosa pode colecionar um milhão de cartões de visitas, mas não será atendido e suas ligações
Publicado em 7 de fevereiro de 2023 às, 17h27.
“Networking” é uma palavra que não sai de moda há pelo menos trinta anos. Antes, porém, era um tema discutido apenas entre os executivos do andar de cima. Com o passar do tempo, publicações e especialistas começaram a dissecar temas relativos à carreira corporativa para o grande público. Práticas relativas às redes de relacionamento, então, entraram no radar de todos os envolvidos na cadeia alimentar empresarial – de estagiários a CEOs, de empreendedores a bilionários.
Vários discutem esse tema e apontam, por exemplo, que só com muita disciplina se constrói uma lista poderosa de contatos. Isso não deixa de ser verdade, mas de nada valerá se a regra número 1 do networking não for seguida. E qual é essa regra? É simples: você precisa ter algo a oferecer aos outros. Sem isso, nada feito. A pessoa ansiosa por criar uma rede de relacionamento pode ser apresentada a Deus e ao mundo, colecionar um milhão de cartões de visitas – mas não será atendido e suas ligações, e-mails e mensagens não serão retornadas.
O que é ter algo a oferecer? Bem, isso varia de pessoa para pessoa.
Há gente que ocupa cargos estratégicos no mercado. São donos de uma caneta que assina contratos importantes – CEOs, CFOs, CIOs e executivos responsáveis por compras. Essa nata corporativa tem a última (ou penúltima) palavra para fechar negócios. São vistos com deferência e interesse. Esses indivíduos não precisam fazer nenhum esforço para criar um networking, pois todos os agentes do mercado irão até eles em um determinado período.
Em outros casos, são pessoas extremamente bem-informadas ou com boa capacidade de interpretação de cenários. O que esse grupo tem a oferecer é mercadoria escassa e, por isso, acaba atraindo executivos e empresários.
Também tem aqueles que abrem portas como ninguém. O que eles têm a oferecer? O próprio networking – mesmo que eles não estejam ligados a nenhuma empresa em particular ou eventualmente tenham um cargo mediano. Geralmente, quem está nesse segmento é gente expansiva, agradável e divertida. São pessoas carismáticas e com capacidade única de fazer amizades.
Mas temos também de prestar atenção na regra número 2 do networking: não fazer relacionamento pelo relacionamento. Hoje, as pessoas de alto escalão são seletivas. Tirando executivos expatriados, são poucos os que já não possuem um círculo expressivo de amigos e conhecidos. Portanto, não coloque seus interesses na frente e tente fechar um negócio aos três minutos do primeiro tempo. Deixe rolar. Seja espontâneo. Se o laço criado for forte, os negócios virão naturalmente.
Olhe para dentro e analise suas capacidades. O que você tem a oferecer aos outros? Nada? Então, esqueça seu projeto de networking – até que você consiga construir alguma característica que vai colocá-lo na roda. Ou em várias rodas.
Repetindo: sem isso, nada feito.