(Imagem gerada por IA)
CEO e founder NewCo, boutique de Networking internacional
Publicado em 22 de agosto de 2025 às 21h00.
Última atualização em 25 de agosto de 2025 às 14h35.
Em Anchorage, no Alasca, Donald Trump e Vladimir Putin se encontraram como dois velhos conhecidos tentando redefinir os termos de uma relação marcada por desconfiança, interesses e conveniência. Mais do que diplomacia, o encontro expôs a força dos vínculos pessoais na política: gestos calculados, apertos de mão calorosos e declarações otimistas que lembram a dinâmica de muitos relacionamentos, quando a forma parece falar mais alto do que o conteúdo.
Entre líderes mundiais e profissionais comuns, existe uma mesma lógica: ninguém constrói nada sozinho. Relações, sejam políticas ou profissionais, são sempre pontes. E, como toda ponte, elas podem ser sólidas, frágeis ou apenas decorativas. O encontro de Trump e Putin ilustra bem isso: um gesto simbólico, que gera manchetes, mas cujo verdadeiro valor está em saber se aquela conexão pode, de fato, sustentar algo além da fotografia.
No mundo dos negócios, acontece o mesmo. Quantos contatos não começam com um aperto de mão em um evento ou com uma troca de cartões de visita no LinkedIn? O networking muitas vezes nasce da formalidade, mas só se transforma em valor quando ultrapassa a barreira da superfície. Um sorriso pode abrir portas, mas é a consistência da relação, que é feita de presença, entrega e credibilidade, que mantém essas portas abertas.
É justamente aqui que mora o maior equívoco: confundir quantidade com qualidade. Acumular contatos não é construir rede. A verdadeira rede nasce da confiança mútua, de interesses legítimos compartilhados e da disposição de investir tempo, atenção e, sobretudo, autenticidade. Porque, assim como na política, alianças só sobrevivem quando existe substância por trás do gesto.
Networking, portanto, não é espetáculo. É continuidade. É estar presente depois da primeira reunião, é lembrar da promessa feita, é oferecer antes de pedir. Na prática, isso significa que os vínculos mais estratégicos são aqueles em que a forma e o conteúdo se encontram: onde o gesto abre espaço, mas a ação sustenta a confiança.
No fim, Trump e Putin mostraram que, em política como nos relacionamentos, um aperto de mão pode gerar manchete, mas não resolve conflitos. Sem compromisso real, todo gesto vira apenas espetáculo.