A relação entre Margaret Thatcher e Elizabeth II
Uma verdadeira lição de como a arte de se relacionar é uma estratégia para mediar relações conflituosas
Publicado em 5 de julho de 2022 às, 13h46.
Muito se fala sobre a Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica que exerceu o cargo de 1979 a 1990, e a Rainha Elizabeth II. Ao que parece, as trocas entre as duas sempre ocorreram no âmbito formal, de maneira tensa e conflituosa. Apesar disso, era notória a deferência que existia na convivência entre elas. Trazendo um pouco de contexto para ilustrar a situação, nesse cenário, os monarcas precisam trabalhar em conjunto com o governo e consentir com as políticas implementadas, garantindo uma comunicação fluida entre eles.
Mesmo diante de uma relação fria e distante, Thatcher foi a primeira-ministra com maior tempo no cargo e implementou políticas extremamente significativas para o país. Me pergunto se não seria mais fácil, ou conveniente, se a relação entre elas fosse apaziguada. Isso implicaria, necessariamente, um caminho menos turbulento? Não sei, talvez.
Bom, saindo da realeza e voltando para nossa vida real, o fato é que o ego é uma parte fundamental do nosso comportamento, principalmente quando falamos de relacionamentos. É preciso que ele seja identificado o quanto antes e isolado imediatamente. O ego cega, inflama, incendeia, destrói e tem a capacidade de transformar rusgas em tempestades. O que percebo é que, quando as diversidades são postas para deliberação entre os envolvidos, são bem mais fáceis de se resolver, porém, estar em um ambiente com “plateia” promove a polarização das opiniões e, se um lado “ceder”, é certamente acometido pela cegueira do ego, que o julga como fraco.
Você deve estar se perguntando: “Mas, Martha, o que isso tem a ver com nossa vida real?”. É simples: em tempos de eleição e períodos de guerra, podemos identificar esse mesmo padrão repetidamente. Afinal, é mais fácil olhar o que está lá fora do que para nossos próprios desafios, entendendo que é possível que isto sirva de alerta para construirmos pontes. Minha dica é que você use a sensação de medo como um estímulo para fazer seu networking e estabelecer novas conexões, por mais desafiadoras que possam parecer. Busque identificar no âmbito profissional onde temos ou quando atuamos como esses personagens, e como podemos pavimentar essa relação. É claro que vão existir faíscas em todas as relações interpessoais, mas a arte de se relacionar está em contorná-las e retomar o convívio e crescimento em conjunto em prol de um objetivo em comum.