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Como ficam as relações Brasil e EUA após as eleições? Ora, como sempre!

Resumo da ópera: de alguma forma vai dar certo. Como sempre.

(Isac Nóbrega/PR/Flickr)
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isabelarovaroto

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 13h14.

Última atualização em 3 de novembro de 2020 às 14h20.

Os Estados Unidos passaram nos últimos meses e vão passar nos próximos dias momentos eletrizantes, na esteira da eleição presidencial. E a grande questão abaixo do equador é: o que vai mudar na relação Brasil Estados Unidos? Até onde sei, minha árvore genealógica não se cruza em nenhum ramo com a famosa Pitonisa, eternizada por seu dom de realizar profecias. Mas...eu tenho o copo! Pregue o seu; vamos desenhar?

Essa historinha de que os democratas vão aniquilar o presidente Jair Bolsonaro porque ele é o inimigo da Amazônia, “best friend forever” do Trump e sei lá o que mais não passa de...fumaça. Porque o “inimigo” dos Estados Unidos, nas palavras do ex-vice presidente Joe Biden, é a Rússia. E o principal adversário, a China. Tire o copo da mão um pouquinho e olhe o mapa: por acaso o presidente Bolsonaro é presidente de algum desses lugares? Não né?

Então, fazemos parte, como sempre fizemos, do grandioso quintal norte americano na América do Sul. E, nesse particular, se houve um vetor do governo Bolsonaro foi o de aproximação com o Tio Sam. E presidentes e presidências não são movidos por amizades, mas por interesses. Numa hipotética vitória de Biden, o que ele vai fazer: açoitar o Brasil apenas porque o governo brasileiro essencialmente apoia o estado americano? Por que temos uma política econômica liberal, de abertura de mercados e privatista, encabeçada pelo ex-aluno de Chicago Paulo Guedes?

Há algum alinhamento brasileiro com a Coreia do Norte, com algum inimigo frontal dos Estados Unidos? Óbvio que não. Mas é óbvio também que a agenda do partido democrata vai exigir alguns populismos para açoitar o Brasil em alguns temas, como a Amazônia. Mas pense numa briga periférica e boa para o presidente brasileiro: a defesa dos interesses nacionais, da soberania. Pense num catalisador ideológico. Depois do petróleo, depois da taça do mundo...

- A Amazônia é nossa!

Até o limite, nenhum problema. Bate boca bom pros dois lados. E, se der ruim, o presidente brasileiro põe um panda no ministério do meio ambiente e um intelectual entediado no Itamarati...e está tudo certo.

Brasil e Estados Unidos caminharam juntos desde que o segundo assumiu proeminência global. Caminharam juntos na segunda guerra mundial, caminharam juntos na guerra fria, caminharam juntos na globalização. Verdade que os Estados Unidos hoje não é lá aquele superpotência que costumava ser, única, inquestionável. O império chinês, que estava adormecido durante alguns séculos, acordou novamente. Isso só faz o Brasil mais, e não menos, importante. Resumo da ópera: de alguma forma vai dar certo. Como sempre.

E, no meio disso, muitas manchetes vão se desabar sobre o noticiário dizendo que o mundo vai acabar. Como sempre também.

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Os Estados Unidos passaram nos últimos meses e vão passar nos próximos dias momentos eletrizantes, na esteira da eleição presidencial. E a grande questão abaixo do equador é: o que vai mudar na relação Brasil Estados Unidos? Até onde sei, minha árvore genealógica não se cruza em nenhum ramo com a famosa Pitonisa, eternizada por seu dom de realizar profecias. Mas...eu tenho o copo! Pregue o seu; vamos desenhar?

Essa historinha de que os democratas vão aniquilar o presidente Jair Bolsonaro porque ele é o inimigo da Amazônia, “best friend forever” do Trump e sei lá o que mais não passa de...fumaça. Porque o “inimigo” dos Estados Unidos, nas palavras do ex-vice presidente Joe Biden, é a Rússia. E o principal adversário, a China. Tire o copo da mão um pouquinho e olhe o mapa: por acaso o presidente Bolsonaro é presidente de algum desses lugares? Não né?

Então, fazemos parte, como sempre fizemos, do grandioso quintal norte americano na América do Sul. E, nesse particular, se houve um vetor do governo Bolsonaro foi o de aproximação com o Tio Sam. E presidentes e presidências não são movidos por amizades, mas por interesses. Numa hipotética vitória de Biden, o que ele vai fazer: açoitar o Brasil apenas porque o governo brasileiro essencialmente apoia o estado americano? Por que temos uma política econômica liberal, de abertura de mercados e privatista, encabeçada pelo ex-aluno de Chicago Paulo Guedes?

Há algum alinhamento brasileiro com a Coreia do Norte, com algum inimigo frontal dos Estados Unidos? Óbvio que não. Mas é óbvio também que a agenda do partido democrata vai exigir alguns populismos para açoitar o Brasil em alguns temas, como a Amazônia. Mas pense numa briga periférica e boa para o presidente brasileiro: a defesa dos interesses nacionais, da soberania. Pense num catalisador ideológico. Depois do petróleo, depois da taça do mundo...

- A Amazônia é nossa!

Até o limite, nenhum problema. Bate boca bom pros dois lados. E, se der ruim, o presidente brasileiro põe um panda no ministério do meio ambiente e um intelectual entediado no Itamarati...e está tudo certo.

Brasil e Estados Unidos caminharam juntos desde que o segundo assumiu proeminência global. Caminharam juntos na segunda guerra mundial, caminharam juntos na guerra fria, caminharam juntos na globalização. Verdade que os Estados Unidos hoje não é lá aquele superpotência que costumava ser, única, inquestionável. O império chinês, que estava adormecido durante alguns séculos, acordou novamente. Isso só faz o Brasil mais, e não menos, importante. Resumo da ópera: de alguma forma vai dar certo. Como sempre.

E, no meio disso, muitas manchetes vão se desabar sobre o noticiário dizendo que o mundo vai acabar. Como sempre também.

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