O mercado e a crise política
O sucesso da desinflação que vem ocorrendo hoje quebrou a espinha da indexação de preços no Brasil
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2017 às 15h55.
Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 15h15.
Parte da imprensa e dos analistas financeiros tem manifestado uma intensa surpresa – e incompreensão – com o comportamento dos mercados financeiros em meio à crise política que atinge o governo Temer e o Congresso Nacional. Na última sexta-feira, dia em que foi entregue ao STF a segunda denúncia contra o presidente da República, o índice BOVESPA atingiu seu valor mais alto em reais de sua história e os juros futuros caíram a níveis nunca antes vistos na Bolsa de Futuros de São Paulo.
Para tornar mais confusa ainda a vida deste grupo, o valor do CDS do Brasil, índice que mede a percepção de risco dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, também veio perto das mínimas dos últimos anos. A pergunta que se fazem estes céticos em relação à economia do Brasil é o que está movendo desta forma os mercados?
A resposta é clara para um grupo de investidores, nacionais e estrangeiros, e que recebem diariamente um conjunto incrível de informações e analises: o governo Temer vai chegar até o final e a economia iniciou um processo autônomo de recuperação que vai levar o crescimento do PIB, à época das eleições do próximo ano, a uma taxa real de 4% ao ano. Neste cenário a probabilidade de os brasileiros elegerem um novo presidente com uma agenda comprometida com a estabilidade econômica e de reformas estruturais aumentou muito. Além disto, podemos chegar a 2019 em uma situação macroeconômica de estabilidade estrutural com exceção da questão fiscal que será então a prioridade do novo governo.
Visto deste ponto de vista os preços das ações brasileiras ainda estão baratos apesar do recorde em pontos do BOVESPA. A principal razão para esta afirmação é que, quando calculado seu valor em dólares — a moeda de referência para os investidores estrangeiros —, existe ainda um grande potencial de valorização. Mantida a situação internacional de hoje e um déficit em conta corrente projetado para 2019 muito reduzido — e que garante a estabilidade de nossa moeda – podemos esperar uma entrada muito grande de investimento estrangeiro em ações – no mercado primário e secundário – brasileiras.
Outro ponto importante na construção deste cenário positivo é a posição do Banco Central na condução de sua política monetária. O sucesso da desinflação que vem ocorrendo hoje quebrou a espinha da indexação de preços no Brasil, o que garante a funcionalidade da condução da política monetária pelo BC. Com a grande maioria dos mercados, livres dos excessos e distorções gerado pelo governo Dilma, a credibilidade que goza a Autoridade Monetária brasileira, vai permitir que tenhamos durante um tempo longo o controle da inflação e a estabilidade dos preços. Com isto, as empresas ganham a possibilidade de, com ações microeconômicas corretas, aumentar em muito sua produtividade. Este processo tende a se intensificar se o novo governo der continuidade à agenda de reformas microeconômicas que foi ensaiada no curto período do presidente Temer.
Por isto, não é apenas um otimismo sem base casuística que me anima quando olho para a primeira metade da próxima década. Aparentemente os mercados estão começando a precificar este cenário.
Parte da imprensa e dos analistas financeiros tem manifestado uma intensa surpresa – e incompreensão – com o comportamento dos mercados financeiros em meio à crise política que atinge o governo Temer e o Congresso Nacional. Na última sexta-feira, dia em que foi entregue ao STF a segunda denúncia contra o presidente da República, o índice BOVESPA atingiu seu valor mais alto em reais de sua história e os juros futuros caíram a níveis nunca antes vistos na Bolsa de Futuros de São Paulo.
Para tornar mais confusa ainda a vida deste grupo, o valor do CDS do Brasil, índice que mede a percepção de risco dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, também veio perto das mínimas dos últimos anos. A pergunta que se fazem estes céticos em relação à economia do Brasil é o que está movendo desta forma os mercados?
A resposta é clara para um grupo de investidores, nacionais e estrangeiros, e que recebem diariamente um conjunto incrível de informações e analises: o governo Temer vai chegar até o final e a economia iniciou um processo autônomo de recuperação que vai levar o crescimento do PIB, à época das eleições do próximo ano, a uma taxa real de 4% ao ano. Neste cenário a probabilidade de os brasileiros elegerem um novo presidente com uma agenda comprometida com a estabilidade econômica e de reformas estruturais aumentou muito. Além disto, podemos chegar a 2019 em uma situação macroeconômica de estabilidade estrutural com exceção da questão fiscal que será então a prioridade do novo governo.
Visto deste ponto de vista os preços das ações brasileiras ainda estão baratos apesar do recorde em pontos do BOVESPA. A principal razão para esta afirmação é que, quando calculado seu valor em dólares — a moeda de referência para os investidores estrangeiros —, existe ainda um grande potencial de valorização. Mantida a situação internacional de hoje e um déficit em conta corrente projetado para 2019 muito reduzido — e que garante a estabilidade de nossa moeda – podemos esperar uma entrada muito grande de investimento estrangeiro em ações – no mercado primário e secundário – brasileiras.
Outro ponto importante na construção deste cenário positivo é a posição do Banco Central na condução de sua política monetária. O sucesso da desinflação que vem ocorrendo hoje quebrou a espinha da indexação de preços no Brasil, o que garante a funcionalidade da condução da política monetária pelo BC. Com a grande maioria dos mercados, livres dos excessos e distorções gerado pelo governo Dilma, a credibilidade que goza a Autoridade Monetária brasileira, vai permitir que tenhamos durante um tempo longo o controle da inflação e a estabilidade dos preços. Com isto, as empresas ganham a possibilidade de, com ações microeconômicas corretas, aumentar em muito sua produtividade. Este processo tende a se intensificar se o novo governo der continuidade à agenda de reformas microeconômicas que foi ensaiada no curto período do presidente Temer.
Por isto, não é apenas um otimismo sem base casuística que me anima quando olho para a primeira metade da próxima década. Aparentemente os mercados estão começando a precificar este cenário.