No meu artigo da semana passada, compartilhei minha visão sobre "Como o Pensamento Estratégico impulsiona o seu sucesso profissional?".

Ao longo dos meus 20 anos como professor, testemunhei claramente o desenvolvimento do Pensamento Estratégico nos meus alunos e, também, presenciei o sucesso profissional deles. Hoje, muitos dos meus ex-alunos ocupam posições de liderança. Alguns deles são CEOs e diretores de renomadas empresas no Brasil e no exterior. Aliás, a partir da próxima semana, começarei a entrevistar alguns deles em meu Instagram.

E não sou o único a perceber que é possível desenvolver qualquer habilidade cognitiva. A cientista cognitiva americana, Andrea Kuszewski, também reconhece essa possibilidade. Em sua palestra na Universidade de Harvard e em um artigo publicado na prestigiosa revista "Scientific American", ela afirma que qualquer pessoa pode aumentar sua capacidade cognitiva, independentemente de seu ponto de partida.

Agora, não estou dizendo que é fácil. Estou afirmando que é possível! O desafio está em encontrar o método adequado.

Antes de você saber como fazer isso, imagine a seguinte situação: você é convidado para apresentar uma proposta de projeto para aumentar os lucros da empresa em uma reunião com a diretoria. Você teve 15 dias para elaborar a proposta e preparar a apresentação. No dia marcado, você faz a apresentação e recebe o feedback: "A apresentação foi muito boa. No entanto, parece que você não tem conhecimento sobre o que está acontecendo na empresa, no setor em que atuamos. A proposta está completamente desalinhada. Portanto, se tiver outra oportunidade, prepare-se melhor".

Essa história aconteceu comigo, e fiquei extremamente constrangido. Pensei: tive a oportunidade ímpar de apresentar um projeto, dediquei duas semanas a ele, mas recebi esse feedback. Na época, senti muita vergonha por ter desperdiçado o tempo dos diretores e fiquei preocupado se teria outra chance de participar de decisões estratégicas.

Cheguei a considerar desistir. Mas tive que tomar uma decisão: desistir de fazer apresentações dos meus projetos, de me comunicar com pessoas cada vez mais importantes? Ou continuar realizando minhas tarefas operacionais para sempre?

Então, o que fiz? Corri atrás do prejuízo e me desenvolvi.

É importante que você entenda que existem diferentes níveis de expertise: começando com pessoas que nem sequer sabem do que precisam (eu, na época, em relação ao Pensamento Estratégico), novatos, iniciantes, competentes, proficientes ou especialistas.

Independentemente do nível que você se encontra, o caminho é muito semelhante. Na minha opinião, não há um único caminho a seguir. É necessário percorrer várias vias. Geralmente envolvendo os três principais métodos. Vou descrevê-los em detalhes:

Cursos:

Os cursos oferecem vantagens significativas. Eles proporcionam acesso a conhecimentos estruturados e sistematizados, com foco tanto na teoria quanto na prática específica da habilidade desejada. Além disso, os instrutores são especializados e experientes, oferecendo orientação especializada.

Porém, é importante mencionar que há desvantagens. Os cursos podem envolver um custo financeiro considerável e exigir um tempo significativo para serem concluídos. Além disso, nem sempre são personalizados para atender às necessidades individuais.

Mentoria:

A mentoria oferece vantagens valiosas ao fornecer um acompanhamento individualizado e específico para cada pessoa. Os mentores compartilham feedbacks e conselhos direcionados, com base em seus conhecimentos, experiências e insights práticos. Essa abordagem permite uma aprendizagem personalizada e direcionada.

No entanto, as mentorias também têm suas desvantagens. A disponibilidade de mentores qualificados pode ser limitada, o que dificulta encontrar alguém adequado para orientar e aconselhar. Além disso, nem sempre há uma estrutura de aprendizagem organizada, e a dependência do compromisso e disponibilidade do mentor pode ser um obstáculo.

On-the-Job Training (OJT):

O aprendizado no trabalho (OJT) oferece uma série de vantagens notáveis. Ele proporciona uma aprendizagem prática diretamente aplicável ao ambiente de trabalho real. Ao ter acesso a projetos reais e situações do mundo real, você tem a oportunidade de aprender com colegas e especialistas, adquirindo conhecimento valioso.

No entanto, é importante reconhecer as desvantagens também. O aprendizado no trabalho pode depender da qualidade e experiência do líder ou supervisor, o que pode variar. Além disso, sua aprendizagem está limitada ao que é oferecido no local de trabalho e pode haver uma curva de aprendizado inicialmente desafiadora.

Agora que você está ciente dos principais métodos disponíveis para o desenvolvimento de habilidades, incluindo aí o pensamento estratégico, é fundamental escolher aquele que melhor se adequa a você e às suas necessidades individuais. Lembre-se de que não há um caminho único para o sucesso, mas sim uma combinação dessas abordagens que irá impulsionar o seu crescimento profissional.

No próximo artigo, questionarei se o Pensamento Estratégico é a única habilidade necessária para você ser mais cobiçado pelas empresas. Não perca!

*Com mais de 27 anos de experiência, Luiz é o professor e mentor ideal para profissionais que buscam se tornar altamente requisitados por empresas. Ele é fundador e CEO da LetsImprove.io, trazendo uma perspectiva única como consultor, professor, mentor de líderes, membro de conselhos, pesquisador e executivo internacional. Com atuação em 40 empresas, Luiz ministrou cursos em renomadas escolas de negócios como Insper, HSM e Ibmec e trabalhou em empresas como Embraer, Kearney Global Management Consultants, CNI/SENAI e Mercedes-Benz. Luiz é autor respeitado, com cases de negócios publicados em instituições renomadas, como Harvard e INSEAD (o segundo melhor MBA em 2023 segundo ranking do Financial Times). Além disso, é autor do livro "Estratégia Empresarial", utilizado em cursos on-line do Grupo Ibmec. Seu currículo inclui um estágio pós-doutoral em Estratégia (INSEAD), doutorado em engenharia de produção (USP) com período de estudos no Canadá (Schulich School of Business), mestrado (ITA) e graduação em engenharia (UFF).

Coluna de Luiz Alberto Campos Filho

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