As apostas esportivas chegaram para ficar. E agora?
Quais são os possíveis impactos reais dessa febre das apostas esportivas na vida dos brasileiros e no cenário esportivo?
Colunista
Publicado em 16 de julho de 2024 às 15h05.
“Aposte hoje e ganhe como nunca!”. Não importa qual seja a sua frequência online ultimamente: se você acessou à internet para qualquer finalidade este ano, com certeza você já se deparou com algum anúncio parecido com esse.
Desde a aprovação do Projeto de Lei nº 3626/2023, que regulamenta as apostas esportivas online, o apelo das famosas bets se intensificou ainda mais. Tanto online, mas também na mídia tradicional.
A ideia é chamativa. Não à toa, tem atraído milhares de pessoas a cada dia. Afinal, une o agradável ao mais agradável ainda — quem não gostaria de adicionar uma dose extra de emoção ao acompanhar o jogo do seu time do coração e, de quebra, ainda ter a chance de ganhar uma graninha?
Mas quais são os possíveis impactos reais dessa febre das apostas esportivas na vida dos brasileiros e no cenário esportivo?
Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado uma explosão no consumo de jogos e apostas esportivas online. Desde 2019, o tempo dedicado ao consumo de jogos no país aumentou impressionantes 281%, e as apostas esportivas seguiram um ritmo de crescimento igualmente acelerado.
De acordo com o relatório publicado pela Entain, uma das maiores empresas de apostas esportivas do Reino Unido, em 2023, o Brasil foi o segundo país com maior crescimento em receitas envolvendo apostas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
O novo hábito, contudo, tem seu preço. Um estudo recém-publicado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que 63% dos apostadores online no Brasil comprometeram parte de sua renda com as apostas.
A prática tem levado a outras mudanças de comportamento: 23% dos apostadores deixaram de comprar roupas, 19% reduziram suas compras em supermercados, 14% abriram mão de produtos de higiene e beleza, e 11% cortaram gastos com saúde e medicações.
Mas o que motiva os apostadores? Segundo o estudo, os fatores que mais influenciam as apostas são atletas ou times favoritos, análise estatística e palpites de amigos, refletindo uma combinação de paixão pelo esporte, tentativa de previsão racional e influência social.
Se há impacto sobre os fãs, também há impacto no esporte. Por um lado, a presença das casas de apostas têm significado mais patrocínios e investimentos, que se refletem em recursos para os clubes e eventos esportivos.
Por outro lado, há uma crescente preocupação com a integridade do esporte, à medida que o vínculo estreito entre apostas e competições pode aumentar os riscos de manipulação de resultados e outros tipos de fraudes.
Ou seja, o futuro das apostas esportivas no Brasil apresenta desafios significativos. Primeiro, é preciso reforçar nos atletas os princípios éticos que envolvem o esporte. Mas ainda mais importante é conscientizar os fãs sobre como apostar com responsabilidade, sem vender a ideia de que esta é uma forma de “ganhar uma grana extra”.
Afinal, as apostas esportivas devem ser vistas como forma de entretenimento, e não como fonte de renda ou investimento. O desafio agora é garantir que esse mercado em amplo crescimento não prejudique a integridade do esporte e o bem-estar dos fãs.
Aos apaixonados por esporte, se concentrem no mantra: Jogue com responsabilidade, aposte com moderação.
Os 10 maiores vencedores do Brasileirão
“Aposte hoje e ganhe como nunca!”. Não importa qual seja a sua frequência online ultimamente: se você acessou à internet para qualquer finalidade este ano, com certeza você já se deparou com algum anúncio parecido com esse.
Desde a aprovação do Projeto de Lei nº 3626/2023, que regulamenta as apostas esportivas online, o apelo das famosas bets se intensificou ainda mais. Tanto online, mas também na mídia tradicional.
A ideia é chamativa. Não à toa, tem atraído milhares de pessoas a cada dia. Afinal, une o agradável ao mais agradável ainda — quem não gostaria de adicionar uma dose extra de emoção ao acompanhar o jogo do seu time do coração e, de quebra, ainda ter a chance de ganhar uma graninha?
Mas quais são os possíveis impactos reais dessa febre das apostas esportivas na vida dos brasileiros e no cenário esportivo?
Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado uma explosão no consumo de jogos e apostas esportivas online. Desde 2019, o tempo dedicado ao consumo de jogos no país aumentou impressionantes 281%, e as apostas esportivas seguiram um ritmo de crescimento igualmente acelerado.
De acordo com o relatório publicado pela Entain, uma das maiores empresas de apostas esportivas do Reino Unido, em 2023, o Brasil foi o segundo país com maior crescimento em receitas envolvendo apostas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
O novo hábito, contudo, tem seu preço. Um estudo recém-publicado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que 63% dos apostadores online no Brasil comprometeram parte de sua renda com as apostas.
A prática tem levado a outras mudanças de comportamento: 23% dos apostadores deixaram de comprar roupas, 19% reduziram suas compras em supermercados, 14% abriram mão de produtos de higiene e beleza, e 11% cortaram gastos com saúde e medicações.
Mas o que motiva os apostadores? Segundo o estudo, os fatores que mais influenciam as apostas são atletas ou times favoritos, análise estatística e palpites de amigos, refletindo uma combinação de paixão pelo esporte, tentativa de previsão racional e influência social.
Se há impacto sobre os fãs, também há impacto no esporte. Por um lado, a presença das casas de apostas têm significado mais patrocínios e investimentos, que se refletem em recursos para os clubes e eventos esportivos.
Por outro lado, há uma crescente preocupação com a integridade do esporte, à medida que o vínculo estreito entre apostas e competições pode aumentar os riscos de manipulação de resultados e outros tipos de fraudes.
Ou seja, o futuro das apostas esportivas no Brasil apresenta desafios significativos. Primeiro, é preciso reforçar nos atletas os princípios éticos que envolvem o esporte. Mas ainda mais importante é conscientizar os fãs sobre como apostar com responsabilidade, sem vender a ideia de que esta é uma forma de “ganhar uma grana extra”.
Afinal, as apostas esportivas devem ser vistas como forma de entretenimento, e não como fonte de renda ou investimento. O desafio agora é garantir que esse mercado em amplo crescimento não prejudique a integridade do esporte e o bem-estar dos fãs.
Aos apaixonados por esporte, se concentrem no mantra: Jogue com responsabilidade, aposte com moderação.