Vale a pena investir em ações do setor de varejo?
As ações do setor de varejo em geral, e de roupas e acessórios em particular, têm obtido desempenho muito superior ao das ações ligadas às commodities nos últimos meses na BM&FBovepa. Veja, no link abaixo, estudo que mostra essa evidência. Há dois aspectos principais que explicam a situação. Por um lado, piora o ritmo da recuperação econômica dos países que são fortes compradores dessas commodities, a exemplo da China, EUA […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2012 às 09h44.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h24.
As ações do setor de varejo em geral, e de roupas e acessórios em particular, têm obtido desempenho muito superior ao das ações ligadas às commodities nos últimos meses na BM&FBovepa. Veja, no link abaixo, estudo que mostra essa evidência.
Há dois aspectos principais que explicam a situação. Por um lado, piora o ritmo da recuperação econômica dos países que são fortes compradores dessas commodities, a exemplo da China, EUA e Europa. Além disso, a perspectiva para uma melhora nessa situação é cada vez menos provável, em compasso com o agravamento da crise da dívida soberana europeia e de sua moeda, o euro.
Por outro lado, em nível local, vários fatores têm contribuído nos últimos anos para o fortalecimento do setor de varejo na economia brasileira: a melhora do nível de renda das famílias; no nível do emprego da população; na facilidade de obtenção de crédito e na redução das taxas de juros em geral.
Entretanto, como se pode notar pelo desempenho recente dessas ações na BM&FBovespa, o mercado começa a se questionar a respeito da continuidade da alta dessas ações, uma vez que elas atingiram patamares muito elevados, tanto em termos absolutos quanto relativamente ao conjunto das ações negociadas nos índices de bolsa local como o Ibovespa e IBrX, por exemplo.
http://investcerto.wordpress.com/2012/06/14/estudo-setorial-varejo-atualizacao-em-130612/
Esse “refluxo” do mercado frente às ações do varejo (com destaque para o de roupas e acessórios) pode ser explicado pelo desempenho, cada vez pior, do PIB local assim como pela sua perspectiva futura. A despeito da redução recente das taxas de juros locais, as famílias se encontram muito endividadas e a inadimplência das pessoas junto aos bancos e financeiras tem aumentado a taxas crescentes. Esses indicadores sugerem que o crescimento do setor de varejo tem algumas limitações e não ocorrerá nos níveis que vinha acontecendo recentemente.
Em conjunto com esse fato, os investidores começam a prestar atenção no impacto que o aumento do endividamento e inadimplência das pessoas pode causar nas carteiras de crédito das próprias varejistas que, como se sabe, vem funcionando como verdadeiras financeiras ao conceder crédito para seus consumidores. Isto é, essas empresas têm procurado desenvolver suas operações dentro de duas frentes: a do varejo de mercadorias propriamente dito e a do financiamento de seus clientes; bancando, muitas vezes, o risco do crédito dessas operações.
Dessa forma, uma retração mais séria nas vendas dessas varejistas em conjunto com um aumento inesperado de suas perdas do lado financeiro de suas operações, pode levar a uma piora sensível em seus resultados. O que afetaria negativamente, e de maneira pronunciada, os preços de suas ações em bolsa.
Na dúvida, o mercado resolveu não esperar pelo pior, já que há muita “gordura” a ser queimada nos preços das ações da maioria das companhias do setor – tanto em termos absolutos quanto em termos relativos a outros setores e/ou companhias negociadas em bolsa.
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As ações do setor de varejo em geral, e de roupas e acessórios em particular, têm obtido desempenho muito superior ao das ações ligadas às commodities nos últimos meses na BM&FBovepa. Veja, no link abaixo, estudo que mostra essa evidência.
Há dois aspectos principais que explicam a situação. Por um lado, piora o ritmo da recuperação econômica dos países que são fortes compradores dessas commodities, a exemplo da China, EUA e Europa. Além disso, a perspectiva para uma melhora nessa situação é cada vez menos provável, em compasso com o agravamento da crise da dívida soberana europeia e de sua moeda, o euro.
Por outro lado, em nível local, vários fatores têm contribuído nos últimos anos para o fortalecimento do setor de varejo na economia brasileira: a melhora do nível de renda das famílias; no nível do emprego da população; na facilidade de obtenção de crédito e na redução das taxas de juros em geral.
Entretanto, como se pode notar pelo desempenho recente dessas ações na BM&FBovespa, o mercado começa a se questionar a respeito da continuidade da alta dessas ações, uma vez que elas atingiram patamares muito elevados, tanto em termos absolutos quanto relativamente ao conjunto das ações negociadas nos índices de bolsa local como o Ibovespa e IBrX, por exemplo.
http://investcerto.wordpress.com/2012/06/14/estudo-setorial-varejo-atualizacao-em-130612/
Esse “refluxo” do mercado frente às ações do varejo (com destaque para o de roupas e acessórios) pode ser explicado pelo desempenho, cada vez pior, do PIB local assim como pela sua perspectiva futura. A despeito da redução recente das taxas de juros locais, as famílias se encontram muito endividadas e a inadimplência das pessoas junto aos bancos e financeiras tem aumentado a taxas crescentes. Esses indicadores sugerem que o crescimento do setor de varejo tem algumas limitações e não ocorrerá nos níveis que vinha acontecendo recentemente.
Em conjunto com esse fato, os investidores começam a prestar atenção no impacto que o aumento do endividamento e inadimplência das pessoas pode causar nas carteiras de crédito das próprias varejistas que, como se sabe, vem funcionando como verdadeiras financeiras ao conceder crédito para seus consumidores. Isto é, essas empresas têm procurado desenvolver suas operações dentro de duas frentes: a do varejo de mercadorias propriamente dito e a do financiamento de seus clientes; bancando, muitas vezes, o risco do crédito dessas operações.
Dessa forma, uma retração mais séria nas vendas dessas varejistas em conjunto com um aumento inesperado de suas perdas do lado financeiro de suas operações, pode levar a uma piora sensível em seus resultados. O que afetaria negativamente, e de maneira pronunciada, os preços de suas ações em bolsa.
Na dúvida, o mercado resolveu não esperar pelo pior, já que há muita “gordura” a ser queimada nos preços das ações da maioria das companhias do setor – tanto em termos absolutos quanto em termos relativos a outros setores e/ou companhias negociadas em bolsa.
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