Temer tem pressa
“…o governo Temer nasceu do respaldo político de um congresso cuja principal característica é o corporativismo e o fisiologismo – entre outros ‘predicados’…” Tanto analistas políticos quanto de economia têm dado como certo o afastamento definitivo da presidente Dilma ao final do processo de impeachment. A se confirmar esse fato, o presidente em exercício, Michel Temer, assumiria definitivamente a presidência da república até o final de 2018. A partir do […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2016 às 16h10.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h39.
“…o governo Temer nasceu do respaldo político de um congresso cuja principal característica é o corporativismo e o fisiologismo – entre outros ‘predicados’…”
Tanto analistas políticos quanto de economia têm dado como certo o afastamento definitivo da presidente Dilma ao final do processo de impeachment. A se confirmar esse fato, o presidente em exercício, Michel Temer, assumiria definitivamente a presidência da república até o final de 2018.
A partir do momento em que o Senado Federal iniciou o julgamento do impeachment de Dilma, restou ao governo Temer um prazo muito curto (até 180 dias) para confirmar sua efetividade na condução da economia do país, principal imbróglio deixado pelo governo Dilma e, certamente, fato determinante para ocorrência do afastamento dela.
Apesar do processo de impeachment dever julgar a questão relativa às pedaladas fiscais, e alguns outros itens ligados à prática orçamentária do governo Dilma, é sabido que o julgamento na prática é muito mais amplo e de cunho político.
É importante perceber esse fato porque ele pode, eventualmente, se tornar a razão da volta da presidente Dilma para completar o seu mandato, após os eventuais 180 dias de afastamento regulamentar.
Por quê? Por mais que a sociedade tenha desenvolvido verdadeira ojeriza por Dilma e seu partido, o PT, esse sentimento tem muito a ver com a desesperadora situação econômica do país. A sociedade clama por alguma melhora na economia e nos indicadores de gestão da coisa pública, assim como na continuidade do combate à corrupção dentro do próprio governo.
Também é sabido que o governo Temer nasceu do respaldo político de um congresso cuja principal característica é o corporativismo e o fisiologismo – entre outros ‘predicados’. É difícil imaginar que esse congresso federal, povoado por suspeitos de envolvimento com corrupção – desde o presidente afastado da Câmara até o presidente do Senado – possa fazer alguma ‘cerimônia’ para mudar de posição ao sabor de seus próprios interesses.
Caso o governo Temer venha a se apresentar apenas como ‘mais do mesmo’ na percepção do povo e, sobretudo, do eleitor, a chance de uma reviravolta inesperada no processo de impeachment de Dilma não está, de todo, descartada. Vale lembrar que estamos em ano de eleições municipais…
Nesse sentido, afirmações veiculadas correntemente na imprensa de que Temer não pode errar, e que tem apenas uma oportunidade para mostrar a que veio, têm, implicitamente, duplo sentido: de um lado, denota a percepção da necessidade de rápida correção dos graves problemas econômicos enfrentados pelo país – ou, pelo menos, de uma séria sinalização nessa direção – e de outro, assombra a cúpula do atual governo com o fantasma do retorno da presidente Dilma, resultante do fracasso desse governo provisório em combater os principais nós que impedem o país de voltar a crescer e da profunda decepção da sociedade com essa situação.
Quem viver verá!
“…o governo Temer nasceu do respaldo político de um congresso cuja principal característica é o corporativismo e o fisiologismo – entre outros ‘predicados’…”
Tanto analistas políticos quanto de economia têm dado como certo o afastamento definitivo da presidente Dilma ao final do processo de impeachment. A se confirmar esse fato, o presidente em exercício, Michel Temer, assumiria definitivamente a presidência da república até o final de 2018.
A partir do momento em que o Senado Federal iniciou o julgamento do impeachment de Dilma, restou ao governo Temer um prazo muito curto (até 180 dias) para confirmar sua efetividade na condução da economia do país, principal imbróglio deixado pelo governo Dilma e, certamente, fato determinante para ocorrência do afastamento dela.
Apesar do processo de impeachment dever julgar a questão relativa às pedaladas fiscais, e alguns outros itens ligados à prática orçamentária do governo Dilma, é sabido que o julgamento na prática é muito mais amplo e de cunho político.
É importante perceber esse fato porque ele pode, eventualmente, se tornar a razão da volta da presidente Dilma para completar o seu mandato, após os eventuais 180 dias de afastamento regulamentar.
Por quê? Por mais que a sociedade tenha desenvolvido verdadeira ojeriza por Dilma e seu partido, o PT, esse sentimento tem muito a ver com a desesperadora situação econômica do país. A sociedade clama por alguma melhora na economia e nos indicadores de gestão da coisa pública, assim como na continuidade do combate à corrupção dentro do próprio governo.
Também é sabido que o governo Temer nasceu do respaldo político de um congresso cuja principal característica é o corporativismo e o fisiologismo – entre outros ‘predicados’. É difícil imaginar que esse congresso federal, povoado por suspeitos de envolvimento com corrupção – desde o presidente afastado da Câmara até o presidente do Senado – possa fazer alguma ‘cerimônia’ para mudar de posição ao sabor de seus próprios interesses.
Caso o governo Temer venha a se apresentar apenas como ‘mais do mesmo’ na percepção do povo e, sobretudo, do eleitor, a chance de uma reviravolta inesperada no processo de impeachment de Dilma não está, de todo, descartada. Vale lembrar que estamos em ano de eleições municipais…
Nesse sentido, afirmações veiculadas correntemente na imprensa de que Temer não pode errar, e que tem apenas uma oportunidade para mostrar a que veio, têm, implicitamente, duplo sentido: de um lado, denota a percepção da necessidade de rápida correção dos graves problemas econômicos enfrentados pelo país – ou, pelo menos, de uma séria sinalização nessa direção – e de outro, assombra a cúpula do atual governo com o fantasma do retorno da presidente Dilma, resultante do fracasso desse governo provisório em combater os principais nós que impedem o país de voltar a crescer e da profunda decepção da sociedade com essa situação.
Quem viver verá!