Qual é a melhor aplicação de renda fixa: pré ou pós-fixada?
Quando se aplica dinheiro em renda fixa, um dos principais objetivos é obter o maior juro real possível durante o período da aplicação. Os juros reais representam a parcela da remuneração recebida que excede a inflação registrada no período. Assim, descontada a inflação do total de juros recebidos, obtém-se os juros reais que remuneraram o capital aplicado. Vale lembrar que para saber a remuneração líquida final recebida pelo investidor deve-se, […] Leia mais
Publicado em 2 de maio de 2012 às, 10h39.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h28.
Quando se aplica dinheiro em renda fixa, um dos principais objetivos é obter o maior juro real possível durante o período da aplicação. Os juros reais representam a parcela da remuneração recebida que excede a inflação registrada no período. Assim, descontada a inflação do total de juros recebidos, obtém-se os juros reais que remuneraram o capital aplicado. Vale lembrar que para saber a remuneração líquida final recebida pelo investidor deve-se, também, descontar o imposto de renda que é pago pelo aplicador para o Fisco.
Ao perseguir o recebimento de juros reais em suas aplicações de renda fixa, o investidor consegue não apenas manter o seu poder aquisitivo (de compra) ao longo do tempo, mas também ganhar algum “prêmio” pelo fato de que abdicou do consumo presente para poder consumir mais no futuro. Esse é o racional do “ato de poupar” e receber alguma remuneração por isso.
Entretanto, decidir sobre que tipo de aplicação de renda fixa realizar para atingir esse objetivo envolve fazer previsões sobre o comportamento dos juros prefixados e da inflação no período da aplicação; o que torna o processo mais difícil e complicado. Ainda mais nesse momento, quando o Banco Central vem de um ciclo de redução da taxa básica de juros da economia (a taxa Selic) de 3,5 pontos percentuais até agora – e com possibilidades de reduzi-la ainda mais.
Nesse sentido é importante que sejam fornecidos alguns parâmetros para que o investidor possa avaliar se deve fazer aplicações prefixadas ou pós-fixadas (indexadas à taxa Selic ou à inflação) nesse momento.
Encontram-se, nos links abaixo, algumas tabelas e gráficos que fornecem indicadores de qual juros reais as aplicações prefixadas podem receber, calculadas com base nas taxas de juros anuais negociadas em contratos futuros de taxas de juros (DI’s) na BM&F em 30-04-2012.
Para iniciar as comparações é importante saber a que taxas de juros prefixadas estavam sendo negociados os DI’s na BM&F nesta data (base nos preços de fechamento de 30/04/2012). Vale observar que os dados foram utilizados para todos os cálculos precedentes.
http://investcerto.files.wordpress.com/2012/05/prc3a9-x-pc3b3s.png
A primeira tabela encontrada no link a seguir, indica qual seria a remuneração real obtida pelo investidor ao aplicar seu dinheiro em prefixados em diferentes períodos. Nesse caso, está implícita uma estimativa de inflação utilizada nas projeções do mercado, chamada de cenário de mercado (vide relatório Focus divulgado em 30/04/12).
http://investcerto.files.wordpress.com/2012/05/juroreal-cen-merc.png
A segunda tabela encontrada no link a seguir, também indica qual seria a remuneração real obtida pelo investidor ao aplicar seu dinheiro em prefixados em diferentes períodos. Porém, nesse caso, está implícita uma estimativa de inflação utilizada nas projeções do Banco Central, chamada de cenário de referência – mais conservadora que a do cenário de mercado.
http://investcerto.files.wordpress.com/2012/05/juroreal-cen-ref.png
Percebe-se que se a inflação projetada sobe (vide as duas tabelas), os juros reais recebidos pelo investidor caem.
Além dos títulos prefixados, é importante que se tenha uma referência de como são negociados os títulos pós-fixados indexados à inflação. Eles fornecem de maneira direta qual é a remuneração real obtida na aplicação, na medida em que se negociam apenas os juros acima da inflação.
No caso, encontra-se no link a seguir, uma tabela com informações sobre aplicações em títulos do governo negociados pelo Tesouro Direto em 30/04/2012. Nessa tabela de preços/remuneração pode-se ver que são negociados basicamente títulos indexados ao IPC-A, títulos prefixados e títulos indexados à taxa Selic.
http://investcerto.files.wordpress.com/2012/05/tesourodireto.png
Vale comparar as várias tabelas disponibilizadas entre si para perceber qual dos tipos de aplicação poderá trazer maior retorno (juros reais) ao investidor.
Deve ser mencionado que as taxas de inflação futuras (dados os juros prefixados obtidos nesse momento) é que acabarão por determinar o quanto será recebido de juros reais pelo aplicador. Dessa forma, encontra-se, a seguir, um gráfico que mostra as taxas de inflação anuais (últimos 12 meses) que fundamentam os cálculos dos juros reais, tanto no cenário de referência utilizado pelo Banco Central quanto no cenário de mercado – baseado nas estimativas feitas pelo próprio mercado.
http://investcerto.files.wordpress.com/2012/05/ipc-a-12-meses-20122.png
Por fim, um alerta deve ser feito. Parece que é objetivo do governo reduzir ao máximo as taxas de juros no curtíssimo prazo, nem que para isso precise alterar as regras vigentes na poupança. Além disso, devido à política econômica voltada para o crescimento da demanda que vem sendo empregada por ele recentemente, é possível que a taxa de inflação, hoje comportada, venha a aumentar no futuro. E isso poderá vir a prejudicar o rendimento real de aplicações prefixadas feitas nesse momento.
Portanto, cuidado! Considere a possibilidade de investir em títulos atrelados ao IPC-A para não ter o poder de compra achatado quando do vencimento da aplicação.
Acesse também
http://investcerto.wordpress.com/
Siga a InvestCerto no Twitter