Problemas da economia (e) política no Brasil
Temos visto, com frequência, o crescimento de um sentimento negativo e críticas cada vez mais acirradas à economia brasileira por parte de países da Europa e, também, dos EUA. Muitas pessoas se perguntam atualmente, por que o Brasil não é mais visto como a “cereja do bolo” ou a “bola da vez” da economia mundial para receber os investimentos mundiais, como costumava acontecer há poucos anos atrás. Como isso pode […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2013 às 12h59.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h43.
Temos visto, com frequência, o crescimento de um sentimento negativo e críticas cada vez mais acirradas à economia brasileira por parte de países da Europa e, também, dos EUA. Muitas pessoas se perguntam atualmente, por que o Brasil não é mais visto como a “cereja do bolo” ou a “bola da vez” da economia mundial para receber os investimentos mundiais, como costumava acontecer há poucos anos atrás.
Como isso pode acontecer, se o Brasil tem obtido recentemente recordes no emprego (ou batido de maneira consistente as suas menores taxas de desemprego histórico), mostrando a força de sua economia interna em um mundo ainda em recessão – em decorrência da crise de 2008/2009?
Apesar do Brasil estar em posição relativamente muito melhor do que a grande maioria dos países europeus no que diz respeito às taxas de desemprego registradas recentemente nesses países, ele continua com problemas na área da economia que o impedem de se beneficiar de taxas de crescimento econômico mais robustas. Espera-se crescimento próximo a 2,5% para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2013 e algo parecido em 2014.
As razões de ordem econômica para esse fraco crescimento são conhecidas: inflação resistente para baixo e próxima ao teto da meta de inflação anual (4,5% + 2%) fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN); problemas de produtividade (e competitividade) na indústria; mercado de trabalho “apertado”; recorrentes déficits em conta corrente do balanço de pagamentos e descontrole fiscal entre outras causas.
Entretanto, apesar da gravidade dos problemas econômicos apontados acima, existe um aspecto mais grave da questão que pode estar influenciando a avaliação e sentimento negativo por parte dos investidores e analistas econômicos estrangeiros: o problema político local.
O Brasil é um Estado democrático de direito onde os poderes do Estado estão repartidos entre o Executivo, o Judiciário e o Legislativo – que são independentes e harmônicos. Está implícito para o bom funcionamento do Estado e do regime político democrático que deva existir um equilíbrio entre esses poderes, de forma que existam os chamados “freios e contrapesos” entre os poderes da República.
Parece que essa questão está bastante confusa ultimamente – principalmente no âmbito do Legislativo e do Judiciário. Na verdade, o que se vê hoje é que o poder legislativo não quer se submeter às decisões do poder judiciário.
Para citar um exemplo desse “desencontro” entre legislativo e judiciário, basta analisar a recente questão da perda de mandato de parlamentares envolvidos em corrupção e/ou crimes comuns, como os julgados recentemente no caso do “Mensalão”.
Há dispositivo constitucional que determina que ocorra a suspensão imediata dos direitos políticos dos condenados pelo judiciário (com trânsito em julgado) por esses crimes. No entanto, apesar de o judiciário – na figura do Supremo Tribunal Federal (STF) – ter determinado a perda do mandato desses políticos, o legislativo não acatou a sua determinação e prefere decidir, por si só, o destino do mandato dos parlamentares: se são ou não cassados, como já ocorrido no caso do deputado Natan Donadon.
Essa situação acaba por se constituir em motivo de incerteza institucional e deverá impactar, negativamente, na imagem do Brasil no exterior.
Por fim, o executivo parece que vem exercendo o seu poder no campo econômico de forma a desenhar um capitalismo íntervencionista de estado, em contraposição a um capitalismo liberal, o que também acaba por suscitar dúvidas em relação às perspectivas do país na comunidade internacional de analistas econômicos e investidores.
Vale lembrar que o Brasil, apesar dos recentes avanços econômicos em várias frentes, continua a ser um país carente de capitais e com poupança interna negativa.
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Temos visto, com frequência, o crescimento de um sentimento negativo e críticas cada vez mais acirradas à economia brasileira por parte de países da Europa e, também, dos EUA. Muitas pessoas se perguntam atualmente, por que o Brasil não é mais visto como a “cereja do bolo” ou a “bola da vez” da economia mundial para receber os investimentos mundiais, como costumava acontecer há poucos anos atrás.
Como isso pode acontecer, se o Brasil tem obtido recentemente recordes no emprego (ou batido de maneira consistente as suas menores taxas de desemprego histórico), mostrando a força de sua economia interna em um mundo ainda em recessão – em decorrência da crise de 2008/2009?
Apesar do Brasil estar em posição relativamente muito melhor do que a grande maioria dos países europeus no que diz respeito às taxas de desemprego registradas recentemente nesses países, ele continua com problemas na área da economia que o impedem de se beneficiar de taxas de crescimento econômico mais robustas. Espera-se crescimento próximo a 2,5% para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2013 e algo parecido em 2014.
As razões de ordem econômica para esse fraco crescimento são conhecidas: inflação resistente para baixo e próxima ao teto da meta de inflação anual (4,5% + 2%) fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN); problemas de produtividade (e competitividade) na indústria; mercado de trabalho “apertado”; recorrentes déficits em conta corrente do balanço de pagamentos e descontrole fiscal entre outras causas.
Entretanto, apesar da gravidade dos problemas econômicos apontados acima, existe um aspecto mais grave da questão que pode estar influenciando a avaliação e sentimento negativo por parte dos investidores e analistas econômicos estrangeiros: o problema político local.
O Brasil é um Estado democrático de direito onde os poderes do Estado estão repartidos entre o Executivo, o Judiciário e o Legislativo – que são independentes e harmônicos. Está implícito para o bom funcionamento do Estado e do regime político democrático que deva existir um equilíbrio entre esses poderes, de forma que existam os chamados “freios e contrapesos” entre os poderes da República.
Parece que essa questão está bastante confusa ultimamente – principalmente no âmbito do Legislativo e do Judiciário. Na verdade, o que se vê hoje é que o poder legislativo não quer se submeter às decisões do poder judiciário.
Para citar um exemplo desse “desencontro” entre legislativo e judiciário, basta analisar a recente questão da perda de mandato de parlamentares envolvidos em corrupção e/ou crimes comuns, como os julgados recentemente no caso do “Mensalão”.
Há dispositivo constitucional que determina que ocorra a suspensão imediata dos direitos políticos dos condenados pelo judiciário (com trânsito em julgado) por esses crimes. No entanto, apesar de o judiciário – na figura do Supremo Tribunal Federal (STF) – ter determinado a perda do mandato desses políticos, o legislativo não acatou a sua determinação e prefere decidir, por si só, o destino do mandato dos parlamentares: se são ou não cassados, como já ocorrido no caso do deputado Natan Donadon.
Essa situação acaba por se constituir em motivo de incerteza institucional e deverá impactar, negativamente, na imagem do Brasil no exterior.
Por fim, o executivo parece que vem exercendo o seu poder no campo econômico de forma a desenhar um capitalismo íntervencionista de estado, em contraposição a um capitalismo liberal, o que também acaba por suscitar dúvidas em relação às perspectivas do país na comunidade internacional de analistas econômicos e investidores.
Vale lembrar que o Brasil, apesar dos recentes avanços econômicos em várias frentes, continua a ser um país carente de capitais e com poupança interna negativa.
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