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Petrobras e a refinaria de Pasadena: um mico preto?

“A Petrobras vai manter o “mico preto” em sua posição de ativos ou vai vendê-lo e comprovar que está, de fato, sob nova gerência em todos os sentidos” Afinal, a compra da refinaria de Pasadena nos EUA foi ou não foi um bom negócio para a Petrobras? Ao que tudo indica não foi, nas palavras da atual “presidenta” da companhia, Maria das Graças Foster. Por outro lado, para o ex-presidente da […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 22h36.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h27.

“A Petrobras vai manter o “mico preto” em sua posição de ativos ou vai vendê-lo e comprovar que está, de fato, sob nova gerência em todos os sentidos”

Sunk Costs Petrobras

Afinal, a compra da refinaria de Pasadena nos EUA foi ou não foi um bom negócio para a Petrobras?

Ao que tudo indica não foi, nas palavras da atual “presidenta” da companhia, Maria das Graças Foster. Por outro lado, para o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o negócio foi bom, e não representaria um custo afundado (sunk cost) para a companhia.

Para uma retrospectiva sobre o negócio realizado pela Petrobras, acesse

https://exame.com/rede-de-blogs/investidor-em-acao/2012/12/17/os-custos-afundados-da-refinaria-da-petrobras-em-pasadena/

Quem tem razão, afinal? Para analisar a questão sob a perspectiva da teoria de Finanças, deve-se utilizar o conceito de “sunk costs”, ou custos afundados. Em Finanças, a tomada de decisão deve ser livre de custos passados; sendo que para se decidir sobre a continuidade ou não de um projeto de investimento (por exemplo), o que importa são seus custos futuros e não aqueles incorridos até então.

Dessa forma, a decisão racional sobre um projeto não leva em consideração os seus custos passados – algumas vezes irrecuperáveis -, mas apenas a perspectiva futura para aquele projeto.

Vale lembrar que a decisão sobre a eventual venda de um ativo comprado anteriormente por um valor superior ao vendido no presente momento não deve ser “contaminada” pelo tamanho da perda econômica gerada pela transação.

O prejuízo (perda econômica) realizado ao se “desinvestir” do ativo em determinado momento não deve guardar relação com a geração de valor (positiva ou negativa) que ele possa vir a proporcionar no futuro, caso seja mantido em posição.

Dessa forma, se houver ganho de valor mantendo-se o ativo a partir desse momento, ele deverá ser mantido. Caso contrário, vendido – e realizada a perda econômica.

Devido à irracionalidade que muitas vezes permeia as decisões dos agentes econômicos – conforme estudado pela teoria de finanças comportamentais -, a “falácia dos custos afundados”, muitas vezes, contamina a decisão de venda do ativo, dado o tamanho da perda econômica realizada por tal operação.

Nesse sentido, respondendo à pergunta inicial sobre se a compra da refinaria de Pasadena foi um bom negócio para a Petrobras, pode-se inferir que:

– a resposta de Gabriele ficou comprometida pela sua responsabilidade como presidente da Petrobras à época em que a compra da refinaria ocorreu e pela necessidade de justificativa perante à sociedade sobre a qualidade do negócio e da decisão tomada. Isto é, ela veio impregnada de viés comportamental, traduzido na falácia dos custos afundados.

– já a resposta de Graças Foster sugere que sua avaliação foi mais realista que a de Gabriele no que diz respeito à geração de valor proporcionada pela aquisição da refinaria pela Petrobras. Entretanto, em relação à questão da racionalidade, e correta avaliação sobre os custos afundados oriundos de sua aquisição, a conclusão fica para um próximo capítulo.

A Petrobras vai manter o “mico preto” em sua posição de ativos ou vai vendê-lo e comprovar que está, de fato, sob nova gerência em todos os sentidos?

Acesse também:

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“A Petrobras vai manter o “mico preto” em sua posição de ativos ou vai vendê-lo e comprovar que está, de fato, sob nova gerência em todos os sentidos”

Sunk Costs Petrobras

Afinal, a compra da refinaria de Pasadena nos EUA foi ou não foi um bom negócio para a Petrobras?

Ao que tudo indica não foi, nas palavras da atual “presidenta” da companhia, Maria das Graças Foster. Por outro lado, para o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o negócio foi bom, e não representaria um custo afundado (sunk cost) para a companhia.

Para uma retrospectiva sobre o negócio realizado pela Petrobras, acesse

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Quem tem razão, afinal? Para analisar a questão sob a perspectiva da teoria de Finanças, deve-se utilizar o conceito de “sunk costs”, ou custos afundados. Em Finanças, a tomada de decisão deve ser livre de custos passados; sendo que para se decidir sobre a continuidade ou não de um projeto de investimento (por exemplo), o que importa são seus custos futuros e não aqueles incorridos até então.

Dessa forma, a decisão racional sobre um projeto não leva em consideração os seus custos passados – algumas vezes irrecuperáveis -, mas apenas a perspectiva futura para aquele projeto.

Vale lembrar que a decisão sobre a eventual venda de um ativo comprado anteriormente por um valor superior ao vendido no presente momento não deve ser “contaminada” pelo tamanho da perda econômica gerada pela transação.

O prejuízo (perda econômica) realizado ao se “desinvestir” do ativo em determinado momento não deve guardar relação com a geração de valor (positiva ou negativa) que ele possa vir a proporcionar no futuro, caso seja mantido em posição.

Dessa forma, se houver ganho de valor mantendo-se o ativo a partir desse momento, ele deverá ser mantido. Caso contrário, vendido – e realizada a perda econômica.

Devido à irracionalidade que muitas vezes permeia as decisões dos agentes econômicos – conforme estudado pela teoria de finanças comportamentais -, a “falácia dos custos afundados”, muitas vezes, contamina a decisão de venda do ativo, dado o tamanho da perda econômica realizada por tal operação.

Nesse sentido, respondendo à pergunta inicial sobre se a compra da refinaria de Pasadena foi um bom negócio para a Petrobras, pode-se inferir que:

– a resposta de Gabriele ficou comprometida pela sua responsabilidade como presidente da Petrobras à época em que a compra da refinaria ocorreu e pela necessidade de justificativa perante à sociedade sobre a qualidade do negócio e da decisão tomada. Isto é, ela veio impregnada de viés comportamental, traduzido na falácia dos custos afundados.

– já a resposta de Graças Foster sugere que sua avaliação foi mais realista que a de Gabriele no que diz respeito à geração de valor proporcionada pela aquisição da refinaria pela Petrobras. Entretanto, em relação à questão da racionalidade, e correta avaliação sobre os custos afundados oriundos de sua aquisição, a conclusão fica para um próximo capítulo.

A Petrobras vai manter o “mico preto” em sua posição de ativos ou vai vendê-lo e comprovar que está, de fato, sob nova gerência em todos os sentidos?

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