Petrobras: aonde vão os preços de suas ações?
“…Dessa forma, percebe-se como natural a derrocada dos preços nas ações da Petrobras. Não é necessário ser exímio analista de ações para perceber que esta queda de preços tem fundamento, e que para que haja uma reversão de preços consistente para suas ações, será necessário solucionar a bom termo os três aspectos, nada triviais, considerados anteriormente: institucional/legal, financeiro, e operacional.”. A Petrobras, como todos sabem, passa atualmente por uma crise […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 06h43.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h11.
“…Dessa forma, percebe-se como natural a derrocada dos preços nas ações da Petrobras. Não é necessário ser exímio analista de ações para perceber que esta queda de preços tem fundamento, e que para que haja uma reversão de preços consistente para suas ações, será necessário solucionar a bom termo os três aspectos, nada triviais, considerados anteriormente: institucional/legal, financeiro, e operacional.”.
A Petrobras, como todos sabem, passa atualmente por uma crise sem precedentes em sua história. Esse fato afeta a credibilidade da empresa junto ao público em geral e aos investidores em suas ações em particular.
Não é para menos que depois de uma forte alta nos preços de suas ações nos últimos meses – tendo PETR4 atingido cerca de R$ 24,50/ação em Setembro/14 -, em decorrência do chamado “rali eleitoral”, estes tenham recuado fortemente recentemente – tendo PETR4 fechado a R$ 10,11/ação no pregão da bolsa de valores na última sexta-feira.
A explicação por traz do fato traduz a forte incerteza percebida pelo mercado a respeito do futuro da companhia. Basicamente, três aspectos exprimem essa questão:
1 – Institucional/legal
A Petrobras está envolvida em um esquema bilionário de corrupção e lavagem de dinheiro, investigado por meio da operação lava-jato. Esse fato tem contribuído para minar a credibilidade na gestão da direção atual da empresa, assim como para precipitar uma crise institucional na companhia com consequências imprevisíveis sobre a negociação de suas ações e/ou ADR’s no Brasil e na bolsa de Nova Iorque.
Já existem processos jurídicos sendo movidos contra a Petrobras nos EUA e, em breve, no Brasil, em decorrência dos vultosos prejuízos recentes sofridos por investidores em suas ações/ADR’s. Vale lembrar que a Petrobras não conseguiu, até o momento, publicar suas demonstrações financeiras auditadas relativas ao 3TRI/14, em desacordo às normas da CVM sobre a matéria.
2 – Financeiro
A companhia possui uma dívida multibilionária (cerca de R$ 300 bi); o que a torna uma das empresas mais endividadas do mundo. Essa dívida foi construída, em grande parte, devido à má gestão e desperdício de recursos em investimentos mal explicados em refinarias (como o caso da refinaria de Pasadena nos EUA) e obras superfaturadas e/ou virtualmente abandonadas há anos (como o caso da refinaria de Abreu Lima no Rio de Janeiro).
Além disso, mas não menos importante, o financiamento do seu plano de investimentos (com foco no Pré-sal) considera despender centenas de bilhões de dólares para a extração e refino do petróleo da camada pré-sal do litoral brasileiro.
3 – Operacional
Como a companhia não consegue gerar caixa suficiente em seu negócio – que, aliás, vem tendo desempenho sofrível – para bancar estes investimentos com recursos próprios, vai a mercado e se endivida de maneira absurda.
Nesse ponto, pode-se analisar a situação sob duas vertentes:
– a Petrobras tem operado sob o desígnio do governo federal, em uma relação promíscua onde a política econômica do governo tem primazia sobre o aspecto financeiro e de rentabilidade da companhia. O governo vem, sistematicamente, já há muitos anos controlando o preço interno dos combustíveis para combate da inflação; o que sacrifica de maneira crucial o desempenho operacional e financeiro da Petrobras.
– a situação econômica mundial está bastante complicada – para não falar sobre a própria situação brasileira -, resultando em queda expressiva nos preços do petróleo no mercado internacional. O crescimento econômico da China – grande compradora de commodities – começa a se retrair de maneira mais evidente e a demanda mundial de petróleo – assim como de outras commodities -, prevista para os próximos anos, aponta para baixo; o que traz muitas dúvidas acerca da viabilidade do Pré-sal no médio e longo prazos.
Dessa forma, percebe-se como natural a derrocada dos preços nas ações da Petrobras. Não é necessário ser exímio analista de ações para perceber que esta queda de preços tem fundamento, e que para que haja uma reversão de preços consistente para suas ações, será necessário solucionar a bom termo os três aspectos, nada triviais, considerados anteriormente: institucional/legal, financeiro, e operacional.
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“…Dessa forma, percebe-se como natural a derrocada dos preços nas ações da Petrobras. Não é necessário ser exímio analista de ações para perceber que esta queda de preços tem fundamento, e que para que haja uma reversão de preços consistente para suas ações, será necessário solucionar a bom termo os três aspectos, nada triviais, considerados anteriormente: institucional/legal, financeiro, e operacional.”.
A Petrobras, como todos sabem, passa atualmente por uma crise sem precedentes em sua história. Esse fato afeta a credibilidade da empresa junto ao público em geral e aos investidores em suas ações em particular.
Não é para menos que depois de uma forte alta nos preços de suas ações nos últimos meses – tendo PETR4 atingido cerca de R$ 24,50/ação em Setembro/14 -, em decorrência do chamado “rali eleitoral”, estes tenham recuado fortemente recentemente – tendo PETR4 fechado a R$ 10,11/ação no pregão da bolsa de valores na última sexta-feira.
A explicação por traz do fato traduz a forte incerteza percebida pelo mercado a respeito do futuro da companhia. Basicamente, três aspectos exprimem essa questão:
1 – Institucional/legal
A Petrobras está envolvida em um esquema bilionário de corrupção e lavagem de dinheiro, investigado por meio da operação lava-jato. Esse fato tem contribuído para minar a credibilidade na gestão da direção atual da empresa, assim como para precipitar uma crise institucional na companhia com consequências imprevisíveis sobre a negociação de suas ações e/ou ADR’s no Brasil e na bolsa de Nova Iorque.
Já existem processos jurídicos sendo movidos contra a Petrobras nos EUA e, em breve, no Brasil, em decorrência dos vultosos prejuízos recentes sofridos por investidores em suas ações/ADR’s. Vale lembrar que a Petrobras não conseguiu, até o momento, publicar suas demonstrações financeiras auditadas relativas ao 3TRI/14, em desacordo às normas da CVM sobre a matéria.
2 – Financeiro
A companhia possui uma dívida multibilionária (cerca de R$ 300 bi); o que a torna uma das empresas mais endividadas do mundo. Essa dívida foi construída, em grande parte, devido à má gestão e desperdício de recursos em investimentos mal explicados em refinarias (como o caso da refinaria de Pasadena nos EUA) e obras superfaturadas e/ou virtualmente abandonadas há anos (como o caso da refinaria de Abreu Lima no Rio de Janeiro).
Além disso, mas não menos importante, o financiamento do seu plano de investimentos (com foco no Pré-sal) considera despender centenas de bilhões de dólares para a extração e refino do petróleo da camada pré-sal do litoral brasileiro.
3 – Operacional
Como a companhia não consegue gerar caixa suficiente em seu negócio – que, aliás, vem tendo desempenho sofrível – para bancar estes investimentos com recursos próprios, vai a mercado e se endivida de maneira absurda.
Nesse ponto, pode-se analisar a situação sob duas vertentes:
– a Petrobras tem operado sob o desígnio do governo federal, em uma relação promíscua onde a política econômica do governo tem primazia sobre o aspecto financeiro e de rentabilidade da companhia. O governo vem, sistematicamente, já há muitos anos controlando o preço interno dos combustíveis para combate da inflação; o que sacrifica de maneira crucial o desempenho operacional e financeiro da Petrobras.
– a situação econômica mundial está bastante complicada – para não falar sobre a própria situação brasileira -, resultando em queda expressiva nos preços do petróleo no mercado internacional. O crescimento econômico da China – grande compradora de commodities – começa a se retrair de maneira mais evidente e a demanda mundial de petróleo – assim como de outras commodities -, prevista para os próximos anos, aponta para baixo; o que traz muitas dúvidas acerca da viabilidade do Pré-sal no médio e longo prazos.
Dessa forma, percebe-se como natural a derrocada dos preços nas ações da Petrobras. Não é necessário ser exímio analista de ações para perceber que esta queda de preços tem fundamento, e que para que haja uma reversão de preços consistente para suas ações, será necessário solucionar a bom termo os três aspectos, nada triviais, considerados anteriormente: institucional/legal, financeiro, e operacional.
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