Para que servem as opções – Uma Visão Parcial
Opções de compra e de venda de ações são estratégias para: a) o lançador receber o prêmio b) especular com a variação de preço das ações c) evitar a volatilidade do mercado d) facilitar a estimação do preço futuro das ações no mercado e) proteção de posições acionárias A questão formulada acima se refere a um concurso público, recentemente realizado por conhecida autarquia federal. Dentre as alternativas listadas acima, qual […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 08h23.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h39.
Opções de compra e de venda de ações são estratégias para:
a) o lançador receber o prêmio
b) especular com a variação de preço das ações
c) evitar a volatilidade do mercado
d) facilitar a estimação do preço futuro das ações no mercado
e) proteção de posições acionárias
A questão formulada acima se refere a um concurso público, recentemente realizado por conhecida autarquia federal. Dentre as alternativas listadas acima, qual você escolheria como correta? Para poder responder à pergunta é necessário estabelecer qual é a finalidade da utilização das opções sobre ações como estratégia de investimento.
Vale lembrar, conforme assinalado pelo blog Opções sem Mistério em posts anteriores, que: “Uma opção de compra, também conhecida por “call”, confere ao seu comprador o direito de COMPRAR a ação-objeto da opção até a data de seu vencimento (opção do tipo americana) por preço pré-estabelecido – o preço de exercício. Ou seja, o titular da opção poderá, caso lhe seja interessante, adquirir a ação pelo preço de exercício definido previamente para aquela opção durante toda a “vida” da opção. E para obter esse “direito”, deve pagar ao vendedor da opção (o lançador) o valor do prêmio da opção negociado em mercado no momento de sua aquisição.”… “Já a opção de venda, conhecida por “put”, confere ao seu comprador (titular) o direito de VENDER a ação-objeto da opção na data de seu vencimento (opção do tipo européia) por preço pré-estabelecido – o preço de exercício. Dessa forma, quando chegar a data do vencimento da opção, o seu titular poderá vender a ação para o vendedor da put (o lançador da opção) pelo preço de exercício definido previamente, independentemente do preço que a ação estiver cotada no mercado naquele momento. Para isso, é necessário que seja pago ao vendedor da put o valor de seu prêmio negociado em mercado no momento da aquisição da opção.”.
Por fim, qual seria o objetivo de uma estratégia de compra desses tipos de opções? Conforme assinalamos em posts anteriores: “Para que comprar uma opção de compra ou de venda? Em tese, é uma forma relativamente barata de adiar estrategicamente a sua decisão de compra/venda da ação, para tomá-la mais a frente, na data de vencimento dos contratos de opções – quando o cenário de mercado pode ser outro, totalmente diverso daquele quando a opção foi comprada. Vale lembrar que as condições da compra e/ou da venda da ação já haviam sido fixadas quando da compra da opção. Portanto, a opção lhe confere uma vantagem estratégica muito importante já que lhe permite tomar a decisão de compra ou de venda da ação (ou até de não fazer nada) com base em resultado financeiro já conhecido. Entretanto, não se pode esquecer que todas essas vantagens têm um custo: o valor do prêmio da opção negociado no mercado a cada momento.”.
Dentre as várias estratégias possíveis para se utilizar opções existe a que combina a compra de uma ação com a aquisição da opção de venda sobre essa ação. Ela é conhecida pelo nome de “seguro de portfolio “, pois provê proteção para o comprador da ação caso o preço dela caia e, ao mesmo tempo, permite que o dono da ação tenha lucro caso ela experimente alta a partir daquele momento. A combinação das duas estratégias sintetiza o fluxo de caixa do resultado da compra de uma opção de compra (call) na data de seu vencimento. Ou seja, a compra de uma call representa uma estratégia de proteção para posições acionárias na medida em que sintetiza o fluxo de uma estratégia do tipo seguro de portfolio.
Além disso, pode-se apontar outra estratégia similar à anterior muito utilizada pelos investidores acostumados a operar opções: a troca da ação à vista pela opção de compra dessa mesma ação. Essa decisão pode acontecer a qualquer momento; basta que o investidor acredite que o preço da ação possa vir a cair a partir daquele momento. A estratégia obtém melhores resultados quando executada logo após a ocorrência de forte alta na ação-objeto da opção. Então, o investidor vende a ação à vista e compra simultaneamente uma opção de compra (que pode ser no dinheiro), garantindo assim, o resultado obtido com a ação – sem sacrificar o lucro potencial, caso o preço do papel continue a subir. Para isso ele faz um “seguro”: compra a opção de compra sobre a ação.
Tendo por base as razões acima destacadas, pode-se passar um filtro nas alternativas disponíveis para responder ao teste. Restaram como respostas possíveis a alternativa b): especular com a variação do preço das ações; e a alternativa e): proteção para posições acionárias. Percebe-se que as alternativas restantes têm fundamentos contrários: enquanto uma preconiza a especulação como a razão fundamental para a utilização das opções, a outra assinala a proteção de posições acionárias como sua lógica de aplicação. Como resolver o dilema? Não é possível, uma vez que cabem as duas respostas. Não se pode negar que a especulação possa motivar alguns investidores a operar opções sobre ações, assim como deve-se reconhecer o seu emprego como forma de defesa de posições acionárias.
Uma vez que as estratégias com opções sobre ações se prestam tanto à especulação quanto à defesa de posições acionárias, a resposta à questão proposta no concurso é subjetiva. A entidade que formulou as provas do concurso definiu a resposta “b” como correta para a questão em destaque. Pode-se assinalar que ela demonstrou julgamento de valor ao optar por privilegiar a posição do especulador em detrimento da posição do hedger – que procura defender sua posição em ações. Uma visão um tanto quanto preocupante, pois demonstra enxergar apenas um lado da moeda – aquele que tradicionalmente coloca as opções como instrumento estritamente especulativo. Paciência…
http://www.twitter.com/investcerto
Opções de compra e de venda de ações são estratégias para:
a) o lançador receber o prêmio
b) especular com a variação de preço das ações
c) evitar a volatilidade do mercado
d) facilitar a estimação do preço futuro das ações no mercado
e) proteção de posições acionárias
A questão formulada acima se refere a um concurso público, recentemente realizado por conhecida autarquia federal. Dentre as alternativas listadas acima, qual você escolheria como correta? Para poder responder à pergunta é necessário estabelecer qual é a finalidade da utilização das opções sobre ações como estratégia de investimento.
Vale lembrar, conforme assinalado pelo blog Opções sem Mistério em posts anteriores, que: “Uma opção de compra, também conhecida por “call”, confere ao seu comprador o direito de COMPRAR a ação-objeto da opção até a data de seu vencimento (opção do tipo americana) por preço pré-estabelecido – o preço de exercício. Ou seja, o titular da opção poderá, caso lhe seja interessante, adquirir a ação pelo preço de exercício definido previamente para aquela opção durante toda a “vida” da opção. E para obter esse “direito”, deve pagar ao vendedor da opção (o lançador) o valor do prêmio da opção negociado em mercado no momento de sua aquisição.”… “Já a opção de venda, conhecida por “put”, confere ao seu comprador (titular) o direito de VENDER a ação-objeto da opção na data de seu vencimento (opção do tipo européia) por preço pré-estabelecido – o preço de exercício. Dessa forma, quando chegar a data do vencimento da opção, o seu titular poderá vender a ação para o vendedor da put (o lançador da opção) pelo preço de exercício definido previamente, independentemente do preço que a ação estiver cotada no mercado naquele momento. Para isso, é necessário que seja pago ao vendedor da put o valor de seu prêmio negociado em mercado no momento da aquisição da opção.”.
Por fim, qual seria o objetivo de uma estratégia de compra desses tipos de opções? Conforme assinalamos em posts anteriores: “Para que comprar uma opção de compra ou de venda? Em tese, é uma forma relativamente barata de adiar estrategicamente a sua decisão de compra/venda da ação, para tomá-la mais a frente, na data de vencimento dos contratos de opções – quando o cenário de mercado pode ser outro, totalmente diverso daquele quando a opção foi comprada. Vale lembrar que as condições da compra e/ou da venda da ação já haviam sido fixadas quando da compra da opção. Portanto, a opção lhe confere uma vantagem estratégica muito importante já que lhe permite tomar a decisão de compra ou de venda da ação (ou até de não fazer nada) com base em resultado financeiro já conhecido. Entretanto, não se pode esquecer que todas essas vantagens têm um custo: o valor do prêmio da opção negociado no mercado a cada momento.”.
Dentre as várias estratégias possíveis para se utilizar opções existe a que combina a compra de uma ação com a aquisição da opção de venda sobre essa ação. Ela é conhecida pelo nome de “seguro de portfolio “, pois provê proteção para o comprador da ação caso o preço dela caia e, ao mesmo tempo, permite que o dono da ação tenha lucro caso ela experimente alta a partir daquele momento. A combinação das duas estratégias sintetiza o fluxo de caixa do resultado da compra de uma opção de compra (call) na data de seu vencimento. Ou seja, a compra de uma call representa uma estratégia de proteção para posições acionárias na medida em que sintetiza o fluxo de uma estratégia do tipo seguro de portfolio.
Além disso, pode-se apontar outra estratégia similar à anterior muito utilizada pelos investidores acostumados a operar opções: a troca da ação à vista pela opção de compra dessa mesma ação. Essa decisão pode acontecer a qualquer momento; basta que o investidor acredite que o preço da ação possa vir a cair a partir daquele momento. A estratégia obtém melhores resultados quando executada logo após a ocorrência de forte alta na ação-objeto da opção. Então, o investidor vende a ação à vista e compra simultaneamente uma opção de compra (que pode ser no dinheiro), garantindo assim, o resultado obtido com a ação – sem sacrificar o lucro potencial, caso o preço do papel continue a subir. Para isso ele faz um “seguro”: compra a opção de compra sobre a ação.
Tendo por base as razões acima destacadas, pode-se passar um filtro nas alternativas disponíveis para responder ao teste. Restaram como respostas possíveis a alternativa b): especular com a variação do preço das ações; e a alternativa e): proteção para posições acionárias. Percebe-se que as alternativas restantes têm fundamentos contrários: enquanto uma preconiza a especulação como a razão fundamental para a utilização das opções, a outra assinala a proteção de posições acionárias como sua lógica de aplicação. Como resolver o dilema? Não é possível, uma vez que cabem as duas respostas. Não se pode negar que a especulação possa motivar alguns investidores a operar opções sobre ações, assim como deve-se reconhecer o seu emprego como forma de defesa de posições acionárias.
Uma vez que as estratégias com opções sobre ações se prestam tanto à especulação quanto à defesa de posições acionárias, a resposta à questão proposta no concurso é subjetiva. A entidade que formulou as provas do concurso definiu a resposta “b” como correta para a questão em destaque. Pode-se assinalar que ela demonstrou julgamento de valor ao optar por privilegiar a posição do especulador em detrimento da posição do hedger – que procura defender sua posição em ações. Uma visão um tanto quanto preocupante, pois demonstra enxergar apenas um lado da moeda – aquele que tradicionalmente coloca as opções como instrumento estritamente especulativo. Paciência…