Os custos afundados da refinaria da Petrobras em Pasadena
Nesse momento, a Petrobras realiza um programa de “desinvestimento” que, como o próprio nome indica, tem por objetivo vender ativos da companhia que não têm alinhamento com seu plano estratégico e de investimentos e que não agregam valor à operação da companhia. A gestão da presidente Graça Foster procura, aos poucos, “colocar a casa em ordem”; apesar das dificuldades de gerenciar uma empresa absolutamente dependente dos desígnios do governo e […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 11h21.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h13.
Nesse momento, a Petrobras realiza um programa de “desinvestimento” que, como o próprio nome indica, tem por objetivo vender ativos da companhia que não têm alinhamento com seu plano estratégico e de investimentos e que não agregam valor à operação da companhia.
A gestão da presidente Graça Foster procura, aos poucos, “colocar a casa em ordem”; apesar das dificuldades de gerenciar uma empresa absolutamente dependente dos desígnios do governo e de sua alta “bu rr ocracia” que, por muitas vezes, atrapalha em vez de ajudar.
O episódio da refinaria de Pasadena, é um deles. “A big one”! A Petrobras comprou há alguns anos 50% de uma refinaria obsoleta e “caindo aos pedaços” em Pasadena, EUA, por cerca de US$ 360 milhões. Vale ressaltar que a refinaria não processava o petróleo pesado porduzido pela Petrobras, mas apenas óleo leve.
Para que pudesse processar o petróleo do tipo Brent produzido por ela no Brasil, seriam necessários investimentos de cerca de US$ 1,5 bi, além do preço pago pela companhia originalmente.
Além disso, após esse investimento mal explicado da Petrobras, ela entrou em litígio judicial com o seu sócio no negócio, uma trading belga e acabou tendo que assumir 100% do negócio, ao adquirir os 50% restantes da companhia por valor próximo a US$ 820 milhões em julho/2012.
Dessa forma, o valor total “investido” pela Petrobras na refinaria foi de cerca de US$ 1,18 bi, sendo que o valor de mercado estimado para uma refinaria equivalente hoje em dia é de algo próximo a US$ 150 milhões. Ou seja, existe um prejuízo da ordem de US$ 1bi para a Petrobras contabilizar caso venda a refinaria por esse valor.
A boa gestão financeira indica que a companhia não pode manter esse ativo em sua posição. Na verdade, a sua manutenção deverá gerar mais despesas e investimentos para que se torne operacional e, certamente, o resultado medido em termos financeiros ou por meio de sua taxa interna de retorno (ou valor presente líquido) não agregaria valor à companhia (nem aos seus acionistas) e traria tão somente mais prejuízos a ela.
Esse é um típico caso de custos afundados (sunk costs) que, infelizmente, devem ser “absorvidos” imediatamente pela companhia, pois representam um prejuízo que deve ser contabilizado – dando baixa dele no balanço da companhia.
A manutenção do negócio em nada contribui para o resultado da companhia, ao contrário. Portanto, como se diz normalmente: bola prá frente! Paciência…
Independentemente da interpretação de custos afundados realizada acima, e da necessidade de venda do ativo para “limpar” o balanço da Petrobras, é preciso apurar, sem demora, as responsabilidades de tal improbidade administrativa e/ou má versação de recursos públicos (e privados) realizada pela gestão anterior da Petrobras.
Quem sabe, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, não venha a se interessar por mais esse descalabro, (infelizmente) tão comum em nosso país.
Veja também:
http://investcerto.wordpress.com/
http://www.investcerto.com.br
http://twitter.com/investcerto
Nesse momento, a Petrobras realiza um programa de “desinvestimento” que, como o próprio nome indica, tem por objetivo vender ativos da companhia que não têm alinhamento com seu plano estratégico e de investimentos e que não agregam valor à operação da companhia.
A gestão da presidente Graça Foster procura, aos poucos, “colocar a casa em ordem”; apesar das dificuldades de gerenciar uma empresa absolutamente dependente dos desígnios do governo e de sua alta “bu rr ocracia” que, por muitas vezes, atrapalha em vez de ajudar.
O episódio da refinaria de Pasadena, é um deles. “A big one”! A Petrobras comprou há alguns anos 50% de uma refinaria obsoleta e “caindo aos pedaços” em Pasadena, EUA, por cerca de US$ 360 milhões. Vale ressaltar que a refinaria não processava o petróleo pesado porduzido pela Petrobras, mas apenas óleo leve.
Para que pudesse processar o petróleo do tipo Brent produzido por ela no Brasil, seriam necessários investimentos de cerca de US$ 1,5 bi, além do preço pago pela companhia originalmente.
Além disso, após esse investimento mal explicado da Petrobras, ela entrou em litígio judicial com o seu sócio no negócio, uma trading belga e acabou tendo que assumir 100% do negócio, ao adquirir os 50% restantes da companhia por valor próximo a US$ 820 milhões em julho/2012.
Dessa forma, o valor total “investido” pela Petrobras na refinaria foi de cerca de US$ 1,18 bi, sendo que o valor de mercado estimado para uma refinaria equivalente hoje em dia é de algo próximo a US$ 150 milhões. Ou seja, existe um prejuízo da ordem de US$ 1bi para a Petrobras contabilizar caso venda a refinaria por esse valor.
A boa gestão financeira indica que a companhia não pode manter esse ativo em sua posição. Na verdade, a sua manutenção deverá gerar mais despesas e investimentos para que se torne operacional e, certamente, o resultado medido em termos financeiros ou por meio de sua taxa interna de retorno (ou valor presente líquido) não agregaria valor à companhia (nem aos seus acionistas) e traria tão somente mais prejuízos a ela.
Esse é um típico caso de custos afundados (sunk costs) que, infelizmente, devem ser “absorvidos” imediatamente pela companhia, pois representam um prejuízo que deve ser contabilizado – dando baixa dele no balanço da companhia.
A manutenção do negócio em nada contribui para o resultado da companhia, ao contrário. Portanto, como se diz normalmente: bola prá frente! Paciência…
Independentemente da interpretação de custos afundados realizada acima, e da necessidade de venda do ativo para “limpar” o balanço da Petrobras, é preciso apurar, sem demora, as responsabilidades de tal improbidade administrativa e/ou má versação de recursos públicos (e privados) realizada pela gestão anterior da Petrobras.
Quem sabe, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, não venha a se interessar por mais esse descalabro, (infelizmente) tão comum em nosso país.
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