Os analistas técnicos e a eficiência de mercado
“Quem tem razão nessa discussão? Difícil afirmar com certeza. Os estudos empíricos sobre a questão é que poderão responder, com maior segurança, se existe ou não algum padrão detectável nos preços dos ativos e se este é persistente ao longo do tempo, caracterizando o que a teoria de finanças tradicional chama de “anomalias de preços” – ou ineficiência de mercado. Enquanto isso, é melhor não apostar todas as fichas em […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2013 às 11h53.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h49.
“ Quem tem razão nessa discussão? Difícil afirmar com certeza. Os estudos empíricos sobre a questão é que poderão responder, com maior segurança, se existe ou não algum padrão detectável nos preços dos ativos e se este é persistente ao longo do tempo, caracterizando o que a teoria de finanças tradicional chama de “anomalias de preços” – ou ineficiência de mercado. Enquanto isso, é melhor não apostar todas as fichas em apenas um cavalo de corrida… “.
Um dos tópicos mais polêmicos na teoria de finanças é o que se refere à eficiência de mercado. Conforme a teoria, existem três formas ou níveis para medi-la: a forma fraca, a semiforte e a forte. Para que se passe da forma fraca para a forte, o grau de dificuldade e exigências aumentam muito.
Na forma fraca, entende-se que o mercado seja eficiente desde que os preços atuais dos ativos (ações, por exemplo) contenham em si toda a informação referente aos seus preços passados, mas que não exista qualquer relação de dependência com os preços passados desses mesmos ativos.
Essa hipótese implica que os preços atuais dos ativos incorporam integralmente todas as informações contidas em seus preços passados e que se movem apenas em decorrência de novos fatos/informações. E mais, que existe um componente aleatório em sua formação que torna impossível prever, sistematicamente, os preços atuais/futuros dos ativos em função de seus preços passados.
Essa perspectiva de análise (há vários estudos empíricos que a comprovam) derruba o principal fundamento e hipótese de trabalho dos analistas técnicos, que procuram projetar os preços futuros de ativos como função de padrões de preços formados no passado.
A razão é simples: caso fosse possível encontrar um padrão confiável no movimento dos preços de ativos, o próprio mercado se encarregaria de eliminar, de imediato, qualquer ganho decorrente dessa possibilidade por meio de um processo similar ao que acontece com as arbitragens – que são estratégias lucrativas isentas de risco, por definição.
De fato, se tal padrão existisse, ele seria detectado pelo mercado e imediatamente eliminado; restando, portanto, o componente aleatório dos preços para impedir o acerto sistemático na determinação dos preços futuros dos ativos.
Se por um lado a teoria de finanças tradicional tem essa visão, os analistas técnicos possuem outra abordagem e apontam a teoria das bolhas especulativas (entre outras) para fundamentar sua posição. Eles ressaltam o componente psicológico no comportamento do investidor como fundamental para a determinação dos preços dos ativos. Estudos na área de finanças comportamentais mostram que, em muitas situações, o investidor age de maneira irracional/emocional frente aos postulados da teoria de finanças tradicional.
Dessa maneira, o que se entende pela “forma fraca” de eficiência de mercado cairia por terra, determinando que o investidor se comporta sob certos condicionantes psicológicos que acabam por produzir determinados padrões de preços (detectáveis) nos ativos.
Entretanto, passada essa fase de aprendizado, as características psicológicas do comportamento do investidor seriam absorvidas como informações nos preços dos ativos, não sendo mais capazes de produzir retornos extraordinários; e restaria, novamente, o chamado componente aleatório a determinar os preços atuais/futuros dos ativos. A menos, é claro, que o próprio comportamento do investidor também não reagisse de forma padronizada e modelável, de sorte a potencializar a aleatoriedade dos preços dos ativos, como se esse comportamento fosse fonte de nova informação a ser absorvida pelos seus preços.
Quem tem razão nessa discussão? Difícil afirmar com certeza. Os estudos empíricos sobre a questão é que poderão responder, com maior segurança, se existe ou não algum padrão detectável nos preços dos ativos e se este é persistente ao longo do tempo, caracterizando o que a teoria de finanças tradicional chama de “anomalias de preços” – ou ineficiência de mercado. Enquanto isso, é melhor não apostar todas as fichas em apenas um cavalo de corrida…
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“ Quem tem razão nessa discussão? Difícil afirmar com certeza. Os estudos empíricos sobre a questão é que poderão responder, com maior segurança, se existe ou não algum padrão detectável nos preços dos ativos e se este é persistente ao longo do tempo, caracterizando o que a teoria de finanças tradicional chama de “anomalias de preços” – ou ineficiência de mercado. Enquanto isso, é melhor não apostar todas as fichas em apenas um cavalo de corrida… “.
Um dos tópicos mais polêmicos na teoria de finanças é o que se refere à eficiência de mercado. Conforme a teoria, existem três formas ou níveis para medi-la: a forma fraca, a semiforte e a forte. Para que se passe da forma fraca para a forte, o grau de dificuldade e exigências aumentam muito.
Na forma fraca, entende-se que o mercado seja eficiente desde que os preços atuais dos ativos (ações, por exemplo) contenham em si toda a informação referente aos seus preços passados, mas que não exista qualquer relação de dependência com os preços passados desses mesmos ativos.
Essa hipótese implica que os preços atuais dos ativos incorporam integralmente todas as informações contidas em seus preços passados e que se movem apenas em decorrência de novos fatos/informações. E mais, que existe um componente aleatório em sua formação que torna impossível prever, sistematicamente, os preços atuais/futuros dos ativos em função de seus preços passados.
Essa perspectiva de análise (há vários estudos empíricos que a comprovam) derruba o principal fundamento e hipótese de trabalho dos analistas técnicos, que procuram projetar os preços futuros de ativos como função de padrões de preços formados no passado.
A razão é simples: caso fosse possível encontrar um padrão confiável no movimento dos preços de ativos, o próprio mercado se encarregaria de eliminar, de imediato, qualquer ganho decorrente dessa possibilidade por meio de um processo similar ao que acontece com as arbitragens – que são estratégias lucrativas isentas de risco, por definição.
De fato, se tal padrão existisse, ele seria detectado pelo mercado e imediatamente eliminado; restando, portanto, o componente aleatório dos preços para impedir o acerto sistemático na determinação dos preços futuros dos ativos.
Se por um lado a teoria de finanças tradicional tem essa visão, os analistas técnicos possuem outra abordagem e apontam a teoria das bolhas especulativas (entre outras) para fundamentar sua posição. Eles ressaltam o componente psicológico no comportamento do investidor como fundamental para a determinação dos preços dos ativos. Estudos na área de finanças comportamentais mostram que, em muitas situações, o investidor age de maneira irracional/emocional frente aos postulados da teoria de finanças tradicional.
Dessa maneira, o que se entende pela “forma fraca” de eficiência de mercado cairia por terra, determinando que o investidor se comporta sob certos condicionantes psicológicos que acabam por produzir determinados padrões de preços (detectáveis) nos ativos.
Entretanto, passada essa fase de aprendizado, as características psicológicas do comportamento do investidor seriam absorvidas como informações nos preços dos ativos, não sendo mais capazes de produzir retornos extraordinários; e restaria, novamente, o chamado componente aleatório a determinar os preços atuais/futuros dos ativos. A menos, é claro, que o próprio comportamento do investidor também não reagisse de forma padronizada e modelável, de sorte a potencializar a aleatoriedade dos preços dos ativos, como se esse comportamento fosse fonte de nova informação a ser absorvida pelos seus preços.
Quem tem razão nessa discussão? Difícil afirmar com certeza. Os estudos empíricos sobre a questão é que poderão responder, com maior segurança, se existe ou não algum padrão detectável nos preços dos ativos e se este é persistente ao longo do tempo, caracterizando o que a teoria de finanças tradicional chama de “anomalias de preços” – ou ineficiência de mercado. Enquanto isso, é melhor não apostar todas as fichas em apenas um cavalo de corrida…
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