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Opções: o que são e para que servem & parte 1

Bem, se vamos falar de opções é melhor começar do início! O que é uma opção de compra? E uma opção de venda? Para que elas servem? Como elas podem ajudar nos meus investimentos em ações? Existem inúmeros termos técnicos que o mercado utiliza para falar de opções. É melhor conhecer esse vocabulário para não “ficar a pé” e acabar por cometer erros que podem, eventualmente, custar caro para quem […] Leia mais

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Investidor em Ação

Publicado em 21 de novembro de 2010 às, 15h07.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h48.

Bem, se vamos falar de opções é melhor começar do início!

O que é uma opção de compra? E uma opção de venda? Para que elas servem? Como elas podem ajudar nos meus investimentos em ações?

Existem inúmeros termos técnicos que o mercado utiliza para falar de opções. É melhor conhecer esse vocabulário para não “ficar a pé” e acabar por cometer erros que podem, eventualmente, custar caro para quem pretende operar opções.

Uma opção de compra, também conhecida por “call”, confere ao seu comprador o direito de COMPRAR a ação-objeto da opção até a data de seu vencimento (opção do tipo americana) por preço pré-estabelecido – o preço de exercício. Ou seja, o titular da opção poderá, caso lhe seja interessante, adquirir a ação pelo preço de exercício definido previamente para aquela opção durante toda a “vida” da opção. E para obter esse “direito”, deve pagar ao vendedor da opção (o lançador) o valor do prêmio da opção negociado em mercado no momento de sua aquisição.

Já a opção de venda, conhecida por “put”, confere ao seu comprador (titular) o direito de VENDER a ação-objeto da opção na data de seu vencimento (opção do tipo européia) por preço pré-estabelecido – o preço de exercício. Dessa forma, quando chegar a data do vencimento da opção, o seu titular poderá vender a ação para o vendedor da put (o lançador da opção) pelo preço de exercício definido previamente, independentemente do preço que a ação estiver cotada no mercado naquele momento. Para isso, é necessário que seja pago ao vendedor da put o valor de seu prêmio negociado em mercado no momento da aquisição da opção.

Portanto, percebemos que a compra de opções confere um direito ao titular (comprador) e uma obrigação ao lançador (vendedor). E que na BM&FBovespa, na maioria das vezes, são negociadas opções de compra sobre ações do tipo americano – as quais podem ser exercidas a qualquer momento até a data de seu vencimento; enquanto que as opções de venda sobre ações negociadas nessa bolsa são do tipo europeu – que podem ser exercidas apenas na data de seu vencimento.

Cabe observar que o comprador da opção paga o prêmio para adquirir a opção e que o vendedor, em tese, recebe o valor do prêmio. Sim, porque, normalmente, a bolsa retém esse prêmio em garantia até que a operação seja zerada, ou as condições de mercado se alterem. Se, por exemplo, o mercado vai a favor do comprador da opção, ao registrar aumento no preço da ação, a bolsa poderá requerer do vendedor da opção reforço de margem – ou garantia. Por outro lado, se o mercado se movimentar a favor do vendedor da opção, ao registrar queda no preço da ação, a bolsa poderá devolver parte da margem de garantia para ele. Existem operações em que a margem requerida pela venda de opções é “bancada” pela posse da ação-objeto que está em custódia na conta do vendedor da opção. É o caso da estratégia conhecida por venda coberta (ou financiamento), quando o vendedor da opção já possui a ação-objeto dessa opção ou a compra no mesmo momento em que vende a opção.

Além disso, é importante ressaltar que tanto o comprador da opção, quanto o seu vendedor podem zerar as suas posições a qualquer tempo até a data de vencimento, bastando para isso fazer a operação contrária à original: se comprou a opção na origem, então basta vendê-la para sair do mercado. Já o vendedor da opção deveria comprá-la para zerar sua posição e sair do mercado. Não há restrições para que se negocie a mesma opção varias vezes ao dia ou em dias diferentes. A liquidação financeira das opções ocorre em D+1 (no dia seguinte a sua negociação), diferentemente do que acontece com as ações que são liquidadas em D+3.

É fundamental saber de que forma são negociadas as opções na bolsa, sejam elas de compra ou de venda. Como se pode reconhecer esse derivativo e ter certeza de que se opera a opção certa? Bem, a primeira coisa é saber que as opções têm vencimentos mensais, marcados para a terceira segunda-feira de cada mês – ou dia útil posterior no caso de cair em feriado. Assim, os vencimentos são mensais e podem ser identificados pelas letras do alfabeto de acordo com a Tabela de Vencimentos a seguir.

Vencimentos dos Contratos de Opções sobre Ações na Bovespa

Em linhas gerais, pode-se identificar as opções pelas quatro letras referentes ao código da ação na bolsa, adicionadas da letra referente ao mês de vencimento e da série de exercício referentes à opção. Por exemplo, uma opção de compra de ações da PETR4 para dezembro, com preço de exercício de R$ 28,00/ação, pode ser identificada pelo seguinte código: PETRL28. Caso fosse uma opção de venda, com as mesmas características, bastaria trocar a letra referente ao tipo da opção: de L para X; ou seja PETRX28.

Mas atenção, pois é necessário se certificar sobre duas coisas antes de “acreditar” nos códigos cima descritos. Primeiro, deve-se checar se o código, de fato, se refere à PETR4 e não à PETR3; isto é, se a opção tem como ação-objeto a ação preferencial da Petrobras, ou a sua ação ordinária. Segundo, deve-se conferir qual é, de fato, o valor do preço de exercício daquela série de opções. Sim, porque muitas vezes o preço de exercício efetivo não corresponde ao que está definido no código. Como as ações costumam pagar dividendos ou juros sobre capital regularmente, esses valores são “descontados” do valor de referência do preço de exercício sob determinadas condições, quando esse tipo de evento acontece. Isso faz, em várias ocasiões, com que o preço de exercício efetivo a ser pago/recebido pelo comprador/vendedor da opção de compra (ou de venda), quando do exercício da opção pelo seu comprador seja inferior ao estampado no código da opção.

Para descobrir essas questões e não cometer erros, o investidor pode, e deve, consultar a bolsa e a central de liquidação da bolsa (CBLC) a respeito desses detalhes. Acesse os links disponibilizados na parte lateral da página do blog para tanto. No link CBLC – Séries Autorizadas de Opções -, é possível saber tudo sobre as opções disponíveis para negociação nas ações de seu interesse. Escolhe-se a ação e, em seguida, pode-se identificar o código da opção, qual é o tipo da opção (de compra ou de venda), a data de vencimento da série e o preço de exercício a ser pago/recebido caso a opção seja exercida.

Séries de Opções Autorizadas para Negociação

Conforme ressaltado antes, as opções de venda têm uma letra “E” impressa ao lado do seu código, identificando que elas são do tipo europeu (E), o qual obriga que o seu exercício ocorra apenas na data de vencimento daquela série de opções.

Mas, afinal, depois de tantos detalhes operacionais complicados, você deve estar se perguntando para que servem as opções?

Para que comprar uma opção de compra ou de venda? Em tese, é uma forma relativamente barata de adiar estrategicamente a sua decisão de compra/venda da ação, para tomá-la mais a frente, na data de vencimento dos contratos de opções – quando o cenário de mercado pode ser outro, totalmente diverso daquele quando a opção foi comprada. Vale lembrar que as condições da compra e/ou da venda da ação já haviam sido fixadas quando da compra da opção.

Portanto, a opção lhe confere uma vantagem estratégica muito importante já que lhe permite tomar a decisão de compra ou de venda da ação (ou até de  não fazer nada) com base em resultado financeiro já conhecido. Entretanto, não se pode esquecer que todas essas vantagens têm um custo: o valor do prêmio da opção negociado no mercado a cada momento.

Na semana que vem iremos abordar com mais detalhes as possibilidades de utilização das opções, suas vantagens e desvantagens. Não perca!

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