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O Twist volta à cena… Dessa vez na área de finanças.

A situação econômica dos países desenvolvidos tem se mostrado a pior possível nos últimos meses. O desempenho das bolsas têm repercutido isso. Na Europa, países super-endividados se debatem para não decretar moratória em seus títulos soberanos; seja ela negociada ou não. Já nos EUA, o presidente do FED (Banco Central Norte-Americano), Ben Bernanke, tenta nova estratégia para tentar reverter o impacto recessivo causado pelo círculo vicioso da queda generalizada no […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2011 às 19h47.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h52.

A situação econômica dos países desenvolvidos tem se mostrado a pior possível nos últimos meses. O desempenho das bolsas têm repercutido isso. Na Europa, países super-endividados se debatem para não decretar moratória em seus títulos soberanos; seja ela negociada ou não.

Let's Twist

Já nos EUA, o presidente do FED (Banco Central Norte-Americano), Ben Bernanke, tenta nova estratégia para tentar reverter o impacto recessivo causado pelo círculo vicioso da queda generalizada no volume de novos investimentos, no emprego e no consumo da economia do país. O mercado especula com a possibilidade de que o FED venha a realizar uma operação com títulos da dívida pública dos EUA (treasuries) apelidada de “Operação Twist”. Espera-se para quarta-feira (21/09) o possível anúncio dessa decisão, ao término da reunião do FOMC – Comitê de Política Monetária do FED.

Qualquer semelhança com a modalidade de dança de mesmo nome (Twist), muito popular nos EUA no início dos anos 60, não é mera coincidência! Sim, pois o nome da operação a ser realizada pelo FED faz uma alusão ao movimento feito ao se dançar o Twist; o qual é similar, em certo sentido, ao movimento esperado na curva de juros dos treasuries motivado pela operação.

A Operação Twist do FED consistiria da compra de títulos longos (acima de 10 anos) no mercado de treasuries e venda simultânea de títulos curtos (maturidade abaixo de 10 anos) da carteira própria do FED. O seu objetivo com a operação seria derrubar os juros longos vis-à-vis os juros dos títulos mais curtos, sem que fosse necessário “emitir” moeda para comprar os títulos longos. Dessa forma, ele forçaria as taxas de juros para baixo, sem precisar alimentar a inflação via emissão de moeda.

O FED experimentou a compra exclusiva de treasuries longos – sem que ele tenha feito caixa para tanto com a venda simultânea dos títulos curtos – com a finalidade de baixar os juros desses títulos em duas oportunidades recentes. Essas operações foram bem sucedidas e ficaram conhecidas pelos nomes de QE1 e QE2 (programas de afrouxamento quantitativo).

Veja, a seguir, como estavam as cotações/taxas de juros dos diversos vencimentos de treasuries negociados no mercado norte-americano por volta das 14h30 de 19/09/2011, conforme o web site da Bloomberg.

Curva de Juros dos Treasuries 19/09/2011. Fonte: Bloomberg

Percebe-se pelo gráfico disponibilizado pela Bloomberg que a curva de juros tem uma “inclinação” positiva. Isso significa que as taxas de juros se movem na mesma direção que o prazo para o vencimento dos títulos; ou seja, ao aumentar a maturidade do treasury, aumenta-se a sua taxa de juros negociada.

Dentro dessa lógica, o que a Operação Twist pretende é diminuir as taxas de juros dos títulos longos, conforme já ressaltado e destacado no gráfico. Como consequência, a “inclinação” da curva tenderia a diminuir, fazendo com que o diferencial entre as taxas de juros de longo prazo e de curto prazo caísse. O que já vem ocorrendo conforme o “dia D” fica mais próximo, em antecipação à decisão do FED.

Esse efeito chama-se “twist” da curva de juros, em oposição a um deslocamento paralelo dessa curva, chamado pelo mercado de “shift” – quando o diferencial entre essas taxas permanece constante, em decorrência de um movimento ascendente ou descendente de taxas de juros ao longo de toda a estrutura da curva de juros dos treasuries.

Entretanto, apesar de toda a engenharia financeira embutida na Operação Twist, o mercado tem dúvidas acerca de sua eficácia. Será que uma eventual queda das taxas de juros longas nesse momento terá capacidade de recuperar o investimento das firmas, o consumo das famílias e, consequentemente, diminuir o desemprego atual na economia dos EUA?!?!?

http://www.investcerto.com.br

http://twitter.com/investcerto

A situação econômica dos países desenvolvidos tem se mostrado a pior possível nos últimos meses. O desempenho das bolsas têm repercutido isso. Na Europa, países super-endividados se debatem para não decretar moratória em seus títulos soberanos; seja ela negociada ou não.

Let's Twist

Já nos EUA, o presidente do FED (Banco Central Norte-Americano), Ben Bernanke, tenta nova estratégia para tentar reverter o impacto recessivo causado pelo círculo vicioso da queda generalizada no volume de novos investimentos, no emprego e no consumo da economia do país. O mercado especula com a possibilidade de que o FED venha a realizar uma operação com títulos da dívida pública dos EUA (treasuries) apelidada de “Operação Twist”. Espera-se para quarta-feira (21/09) o possível anúncio dessa decisão, ao término da reunião do FOMC – Comitê de Política Monetária do FED.

Qualquer semelhança com a modalidade de dança de mesmo nome (Twist), muito popular nos EUA no início dos anos 60, não é mera coincidência! Sim, pois o nome da operação a ser realizada pelo FED faz uma alusão ao movimento feito ao se dançar o Twist; o qual é similar, em certo sentido, ao movimento esperado na curva de juros dos treasuries motivado pela operação.

A Operação Twist do FED consistiria da compra de títulos longos (acima de 10 anos) no mercado de treasuries e venda simultânea de títulos curtos (maturidade abaixo de 10 anos) da carteira própria do FED. O seu objetivo com a operação seria derrubar os juros longos vis-à-vis os juros dos títulos mais curtos, sem que fosse necessário “emitir” moeda para comprar os títulos longos. Dessa forma, ele forçaria as taxas de juros para baixo, sem precisar alimentar a inflação via emissão de moeda.

O FED experimentou a compra exclusiva de treasuries longos – sem que ele tenha feito caixa para tanto com a venda simultânea dos títulos curtos – com a finalidade de baixar os juros desses títulos em duas oportunidades recentes. Essas operações foram bem sucedidas e ficaram conhecidas pelos nomes de QE1 e QE2 (programas de afrouxamento quantitativo).

Veja, a seguir, como estavam as cotações/taxas de juros dos diversos vencimentos de treasuries negociados no mercado norte-americano por volta das 14h30 de 19/09/2011, conforme o web site da Bloomberg.

Curva de Juros dos Treasuries 19/09/2011. Fonte: Bloomberg

Percebe-se pelo gráfico disponibilizado pela Bloomberg que a curva de juros tem uma “inclinação” positiva. Isso significa que as taxas de juros se movem na mesma direção que o prazo para o vencimento dos títulos; ou seja, ao aumentar a maturidade do treasury, aumenta-se a sua taxa de juros negociada.

Dentro dessa lógica, o que a Operação Twist pretende é diminuir as taxas de juros dos títulos longos, conforme já ressaltado e destacado no gráfico. Como consequência, a “inclinação” da curva tenderia a diminuir, fazendo com que o diferencial entre as taxas de juros de longo prazo e de curto prazo caísse. O que já vem ocorrendo conforme o “dia D” fica mais próximo, em antecipação à decisão do FED.

Esse efeito chama-se “twist” da curva de juros, em oposição a um deslocamento paralelo dessa curva, chamado pelo mercado de “shift” – quando o diferencial entre essas taxas permanece constante, em decorrência de um movimento ascendente ou descendente de taxas de juros ao longo de toda a estrutura da curva de juros dos treasuries.

Entretanto, apesar de toda a engenharia financeira embutida na Operação Twist, o mercado tem dúvidas acerca de sua eficácia. Será que uma eventual queda das taxas de juros longas nesse momento terá capacidade de recuperar o investimento das firmas, o consumo das famílias e, consequentemente, diminuir o desemprego atual na economia dos EUA?!?!?

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