O terremoto no Japão abre oportunidades em bolsa
A economia japonesa sofreu tremendo baque com a ocorrência do terremoto no Japão. O prejuízo econômico é sem igual e as cifras são bilionárias, com difícil previsão neste momento. O governo japonês fala em US 30 bi, mas os analistas estimam os efeitos diretos e indiretos em algumas centenas de bilhões de dólares. O país que já vinha se recuperando lentamente da crise de 2008/2009 deve retardar, ainda mais, o […] Leia mais
Publicado em 15 de março de 2011 às, 11h05.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h24.
A economia japonesa sofreu tremendo baque com a ocorrência do terremoto no Japão. O prejuízo econômico é sem igual e as cifras são bilionárias, com difícil previsão neste momento. O governo japonês fala em US 30 bi, mas os analistas estimam os efeitos diretos e indiretos em algumas centenas de bilhões de dólares. O país que já vinha se recuperando lentamente da crise de 2008/2009 deve retardar, ainda mais, o ritmo de recuperação econômica.
A bolsa de Tóquio (medida pelo índice Nikkei) caiu mais de 10% essa madrugada. As bolsas da Ásia como um todo registraram forte perdas, assim como as ocidentais, que experimentam fortes quedas nessa manhã.
As ações ligadas a commodities, incluindo as das produtoras de petróleo também sofrem com o aumento da aversão ao risco. O dólar norte-americano e os treasuries apresentam valorização nessas situações, pois representam um porto seguro para os investidores internacionais.
Com certeza, apesar da bolsa brasileira (BM&FBovespa) ter conseguido se descolar recentemente das perdas registradas nos mercados internacionais deverá sofrer o impacto do pânico nos mercados durante o pregão de hoje. Entretanto, isso pode representar uma oportunidade para os investidores de longo prazo.
Muitos países que mantém amplos programas de produção de energia nuclear têm, recentemente, repensado a manutenção e a ampliação destes programas, devido ao risco de contaminação atômica em caso de acidente nuclear. A energia nuclear é considera uma energia “limpa” do ponto de vista de poluição do meio ambiente; mas, por outro lado, exibe alto risco para a espécie humana, animal e vegetal em caso de acidente.
Isso significa que a energia elétrica, eólica, solar e a combustão (carvão e petróleo) devem ter sua utilização intensificada relativamente a partir de agora. Considerando-se que nem todas as economias possuem potencial hidrelétrico utilizável, e que o custo da energia eólica e solar ainda é muito elevado – apesar de ser muitas vezes subsidiado pelos governos -, sobram como alternativas o carvão e o petróleo.
Dessa forma, apesar de um eventual baque inicial no preço das ações ligadas à extração do carvão e do petróleo em decorrência do “atraso” na retomada econômica mundial, a perspectiva para a demanda dessas matérias-primas é de aumento no médio e longo prazo, com reflexos nos preços negociados no mercado. Isso deve implicar em maior lucro para as companhias produtoras dessas commodities e, consequentemente, no preço de suas ações.
Atenção para uma eventual oportunidade de compra, que tenderá a ser tão boa quanto maior for a queda no preço dessas ações nos próximos pregões.