O que você é: investidor ou especulador?
“Portanto, o investidor cabeça-dura, que obedece cegamente aos manuais de finanças, corre o risco de ficar muito aquém dos resultados de um especulador inteligente e bem posicionado em determinado mercado.” Todo mundo sabe o que é um investidor. É o sujeito que “investe” em ativos no médio e longo prazo, sem estar preocupado com as oscilações que o preço do ativo possa sofrer no curto prazo. Essas pessoas costumam ser […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2015 às 13h07.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h59.
“ Portanto, o investidor cabeça-dura, que obedece cegamente aos manuais de finanças, corre o risco de ficar muito aquém dos resultados de um especulador inteligente e bem posicionado em determinado mercado. ”
Todo mundo sabe o que é um investidor. É o sujeito que “investe” em ativos no médio e longo prazo, sem estar preocupado com as oscilações que o preço do ativo possa sofrer no curto prazo. Essas pessoas costumam ser reverenciadas pela sociedade e pelo mercado.
Por outro lado, a gente costuma aprender que os especuladores são pessoas egoístas e prejudiciais à economia/mercado e que especular é feio. Portanto, os especuladores são pessoas mal vistas pela sociedade em geral.
Nota-se, de cara, que há uma grande diferença de opinião na sociedade a respeito desses dois agentes econômicos. Um é reverenciado, enquanto que o outro é mal visto ou, pelo menos, aturado pelas pessoas.
O especulador, ciente desse preconceito, não costuma cantar aos quatro ventos sua principal atividade. Quando ele é chamado a preencher uma ficha médica, por exemplo, ou ao elaborar o seu currículo para uma oferta de emprego, qual deve ser sua atitude?
Ao chegar o tópico profissão/atividade, será que ele vai colocar ali “especulador”?!? Certamente que não. Por que não? Exatamente em razão do estigma e preconceito existente sobre a figura do especulador. Agora imagina a reação de alguém ao perguntar ao filho(a) “o que você quer ser quando crescer?” e ele(a) responder: especulador(a). Possivelmente, ele(a) seria o desgosto de toda a família!!!
Brincadeiras à parte, o especulador é visto no mercado de capitais como uma figura necessária e tão importante quanto a do investidor – apesar da pecha existente sobre a sua atividade. Costuma-se dizer que o especulador toma (assume) o risco (de oscilação de preços) que o investidor não quer assumir. E que por isso ele é um agente importante no contexto de mercado, já que promove a liquidez dos mercados.
Já o que se fala sobre o investidor, é que ele costuma “carregar” suas posições compradas nos ativos de seu interesse por um bom tempo. O que não implica, em princípio, que essa seja a atitude mais inteligente a tomar em todas as situações…
O especulador tem por característica básica não carregar por muito tempo suas posições (sejam compradas ou vendidas). O objetivo dele é obter o maior lucro possível de suas operações, sem correr riscos excessivos. E, cá entre nós, carregar uma posição por muito tempo é se expor demasiadamente ao risco.
Mas será que se deve ter essa visão simplista entre as posturas de um investidor e de um especulador? Afinal, qual é a diferença real existente entre um investidor e um especulador? Na minha visão, não muita. Acredito que costuma-se diferenciar os dois apenas por uma questão didática.
É difícil acreditar que o comportamento de um investidor bem preparado e com experiência de mercado se distancie muito do comportamento de um especulador em determinadas situações. O que quero dizer é que um investidor pode e deve estar sempre reavaliando suas posições, assim como faz o especulador.
Por fim, existe uma falácia muito alardeada por vários entendidos no assunto e que merece alguma reflexão: a de que do ponto de vista do risco é melhor agir como um investidor na bolsa de valores e comprar ações tendo em vista o longo prazo.
Quem prega essa postura costuma justificar sua afirmação dizendo que será muito difícil para o investidor “acertar” os melhores pontos de compra (entrada) e de venda (saída) para uma posição de ativos ao longo do tempo, de forma a maximizar o lucro dessa posição.
Concordo que seja difícil, porém não impossível. Entretanto, matematicamente, corre-se um risco de perda muito maior ao carregar uma posição no médio e longo prazo do que no curto prazo. A eventual perda a que o investidor estaria exposto no longo prazo tem potencial para ser muito maior do aparentemente se espera ou se pode precisar de início.
Um exemplo claro e cristalino dessa situação? As posições compradas em ações da Petrobras e carregadas por qualquer investidor ao longo dos últimos anos. Não é necessário se fazer contas para perceber o tamanho do prejuízo de tal atitude. Pergunto: não seria mais inteligente ter agido como um especulador?
Portanto, o investidor cabeça-dura, que obedece cegamente aos manuais de finanças, corre o risco de ficar muito aquém dos resultados de um especulador inteligente e bem posicionado em determinado mercado.
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“ Portanto, o investidor cabeça-dura, que obedece cegamente aos manuais de finanças, corre o risco de ficar muito aquém dos resultados de um especulador inteligente e bem posicionado em determinado mercado. ”
Todo mundo sabe o que é um investidor. É o sujeito que “investe” em ativos no médio e longo prazo, sem estar preocupado com as oscilações que o preço do ativo possa sofrer no curto prazo. Essas pessoas costumam ser reverenciadas pela sociedade e pelo mercado.
Por outro lado, a gente costuma aprender que os especuladores são pessoas egoístas e prejudiciais à economia/mercado e que especular é feio. Portanto, os especuladores são pessoas mal vistas pela sociedade em geral.
Nota-se, de cara, que há uma grande diferença de opinião na sociedade a respeito desses dois agentes econômicos. Um é reverenciado, enquanto que o outro é mal visto ou, pelo menos, aturado pelas pessoas.
O especulador, ciente desse preconceito, não costuma cantar aos quatro ventos sua principal atividade. Quando ele é chamado a preencher uma ficha médica, por exemplo, ou ao elaborar o seu currículo para uma oferta de emprego, qual deve ser sua atitude?
Ao chegar o tópico profissão/atividade, será que ele vai colocar ali “especulador”?!? Certamente que não. Por que não? Exatamente em razão do estigma e preconceito existente sobre a figura do especulador. Agora imagina a reação de alguém ao perguntar ao filho(a) “o que você quer ser quando crescer?” e ele(a) responder: especulador(a). Possivelmente, ele(a) seria o desgosto de toda a família!!!
Brincadeiras à parte, o especulador é visto no mercado de capitais como uma figura necessária e tão importante quanto a do investidor – apesar da pecha existente sobre a sua atividade. Costuma-se dizer que o especulador toma (assume) o risco (de oscilação de preços) que o investidor não quer assumir. E que por isso ele é um agente importante no contexto de mercado, já que promove a liquidez dos mercados.
Já o que se fala sobre o investidor, é que ele costuma “carregar” suas posições compradas nos ativos de seu interesse por um bom tempo. O que não implica, em princípio, que essa seja a atitude mais inteligente a tomar em todas as situações…
O especulador tem por característica básica não carregar por muito tempo suas posições (sejam compradas ou vendidas). O objetivo dele é obter o maior lucro possível de suas operações, sem correr riscos excessivos. E, cá entre nós, carregar uma posição por muito tempo é se expor demasiadamente ao risco.
Mas será que se deve ter essa visão simplista entre as posturas de um investidor e de um especulador? Afinal, qual é a diferença real existente entre um investidor e um especulador? Na minha visão, não muita. Acredito que costuma-se diferenciar os dois apenas por uma questão didática.
É difícil acreditar que o comportamento de um investidor bem preparado e com experiência de mercado se distancie muito do comportamento de um especulador em determinadas situações. O que quero dizer é que um investidor pode e deve estar sempre reavaliando suas posições, assim como faz o especulador.
Por fim, existe uma falácia muito alardeada por vários entendidos no assunto e que merece alguma reflexão: a de que do ponto de vista do risco é melhor agir como um investidor na bolsa de valores e comprar ações tendo em vista o longo prazo.
Quem prega essa postura costuma justificar sua afirmação dizendo que será muito difícil para o investidor “acertar” os melhores pontos de compra (entrada) e de venda (saída) para uma posição de ativos ao longo do tempo, de forma a maximizar o lucro dessa posição.
Concordo que seja difícil, porém não impossível. Entretanto, matematicamente, corre-se um risco de perda muito maior ao carregar uma posição no médio e longo prazo do que no curto prazo. A eventual perda a que o investidor estaria exposto no longo prazo tem potencial para ser muito maior do aparentemente se espera ou se pode precisar de início.
Um exemplo claro e cristalino dessa situação? As posições compradas em ações da Petrobras e carregadas por qualquer investidor ao longo dos últimos anos. Não é necessário se fazer contas para perceber o tamanho do prejuízo de tal atitude. Pergunto: não seria mais inteligente ter agido como um especulador?
Portanto, o investidor cabeça-dura, que obedece cegamente aos manuais de finanças, corre o risco de ficar muito aquém dos resultados de um especulador inteligente e bem posicionado em determinado mercado.
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