O que faria a cotação do dólar cair?
Basicamente, o ministro Levy conseguir concluir o seu ajuste fiscal e o país voltar a apresentar bons fundamentos, com a inflação voltando rapidamente para o centro da meta, as taxas de juros cedendo para níveis suportáveis, entre outras coisas. Além disso, seria necessário que o governo Dilma conseguisse governar de fato – coisa difícil de imaginar atualmente. Tenho acompanhado as oscilações do dólar comercial (e as do turismo também) ao […] Leia mais
Publicado em 23 de outubro de 2015 às, 16h48.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h52.
Basicamente, o ministro Levy conseguir concluir o seu ajuste fiscal e o país voltar a apresentar bons fundamentos, com a inflação voltando rapidamente para o centro da meta, as taxas de juros cedendo para níveis suportáveis, entre outras coisas. Além disso, seria necessário que o governo Dilma conseguisse governar de fato – coisa difícil de imaginar atualmente.
Tenho acompanhado as oscilações do dólar comercial (e as do turismo também) ao longo dos últimos meses e, mesmo com as ameaças explícitas do presidente do banco central, a cotação da moeda parece não querer recuar de maneira consistente.
A maioria dos economistas afirma que a cotação está “fora do lugar” e que, em algum momento, voltará a refletir os fundamentos da economia. Por outro lado, na política, os fundamentos só têm piorado.
No entanto, as últimas notícias indicam que o governo Dilma ganhou algum fôlego até o início de 2016, quando voltará à baila a possibilidade de instauração de processo de impeachment da presidente. Mas não é possível se descartar a ocorrência de uma ruptura política até lá.
O governo divulgou hoje o resultado das contas correntes do setor externo do país que registrou déficit de USD$ 3 bi em setembro. Esse déficit foi mais do que compensado pelos investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo, que registrou entrada de USD$ 6 bi no mesmo período. Já nos últimos doze meses as contas correntes acumularam déficit da ordem de USD$ 79 bi, enquanto o investimento estrangeiro registrou saldo positivo de cerca de USD$ 72 bi.
Além disso, com a persistente desvalorização do real, o resultado da balança comercial começa a se destacar positivamente – tendo registrado superávit de USD$ 2,6 bi em setembro. Parece que na área externa as coisas vão se acertando…
Entretanto, o que se tem visto por aqui é muita especulação no dólar, com os players desse mercado operando conforme toca a música. O problema é que ninguém parece querer, ou não ter coragem de bancar uma posição vendida na moeda por muito tempo. O risco é muito elevado.
O sentimento do mercado sugere que a cotação do dólar parece ter mais resistência para baixo do que para cima. Basta avaliar o gráfico das cotações da moeda nos últimos doze meses. Parece que tem sido mais lucrativo operar na compra do que na venda. De qualquer forma, esse é um mercado para profissionais, devido ao alto risco que possui.
Por fim, a questão inicial permanece em aberto, já que mesmo com as ameaças de utilização das reservas internacionais do país para conter a alta na cotação do dólar, a moeda chega a cair no vazio mas, logo em seguida, vai se recuperando – como que por inércia -, para atingir um novo pico.
Vamos ver o que o futuro nos reserva!