Não Há Mal Que Sempre Dure, Nem Bem Que Não Se Acabe
Em um belo entardecer de outono, quatro das principais ações da BMF&Bovespa se encontraram em um bar próximo ao prédio da bolsa em São Paulo para um happy-hour. Era final de tarde, o sol já não aparecia mais e o frio do outono as obrigava a enfrentá-lo com generosas doses de Tequila. O grupo de ações estava meio desanimado e quase não conversava, pois estava muito desapontado com o seu […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2011 às 11h15.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 10h08.
Em um belo entardecer de outono, quatro das principais ações da BMF&Bovespa se encontraram em um bar próximo ao prédio da bolsa em São Paulo para um happy-hour. Era final de tarde, o sol já não aparecia mais e o frio do outono as obrigava a enfrentá-lo com generosas doses de Tequila.
O grupo de ações estava meio desanimado e quase não conversava, pois estava muito desapontado com o seu desempenho em bolsa ao longo de 2011 . Toda a incerteza a respeito do crescimento econômico mundial, a dúvida sobre o comportamento do preço das commodities e a eficácia do controle da inflação nos países emergentes eram apontados como a principal razão para tal.
No entanto, cada uma das ações chorava suas próprias mazelas. A PETR4 criticava a governança corporativa da companhia e temia pelo desenlace de seu bilionário plano de investimentos. Reclamava que até os seus investidores mais fiéis a tinham abandonado depois de sua mega-oferta pública de ações, realizada no final do ano passado.
A VALE5 também comentou que estava preocupada com a questão de governança, uma vez que o governo dava sinais de interferência nos rumos da companhia. Além disso, temia pelo desempenho da economia chinesa, um dos principais compradores da produção de seu minério de ferro. Entretanto, se mostrava confiante na demanda e manutenção dos altos preços do minério.
Já a OGXP3 desdenhava das outras duas, uma vez que estava imune à interferência do governo. Apesar disso, após “virar” rapidamente uma dose da bebida, afirmou que os seus investidores começavam a desconfiar a respeito de sua eficácia e real capacidade de entrega; isto é, da sua efetiva entrada em estágio operacional, com produção de receita regular e, sobretudo, contabilização de polpudos lucros para seus acionistas. Para aguentar a forte queda recente no preço de sua ação, só mesmo com muita perseverança e fé na gestão da companhia.
Por fim, a BVMF3, que representava a própria bolsa, se mostrava mais tranquila apesar de se encontrar na mesma canoa que suas companheiras de pregão. No fundo, ela sabia que “não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe”. E por isso, a despeito do ambiente de pessimismo do grupo, se mostrava animada acreditando que o momento da virada estava próximo.
Após mais algum tempo, o tom da conversa foi ficando mais leve e era possível ver e ouvir o grupo conversando animadamente. Depois de tanto pessimismo, um pouco de esperança… E qual a razão para essa mudança de humor? É simples, ao lado delas havia uma mesa repleta de “estrangeiros” bebendo descontraidamente e comentando a respeito de suas proezas recentes na bolsa brasileira. Ressaltavam os fortes lucros realizados na venda das principais ações componentes do Ibovespa.
Isso mesmo, venda do grupo de ações sentado logo ali ao lado. No meio de tanto barulho, elas puderam ouvir claramente que os estrangeiros começavam a “repor” essas ações em suas carteiras. Ainda de maneira tímida, mas que pretendiam, em breve, retomar suas posições compradas. Para bom entendedor, meia palavra basta…
http://www.twitter.com/investcerto
Em um belo entardecer de outono, quatro das principais ações da BMF&Bovespa se encontraram em um bar próximo ao prédio da bolsa em São Paulo para um happy-hour. Era final de tarde, o sol já não aparecia mais e o frio do outono as obrigava a enfrentá-lo com generosas doses de Tequila.
O grupo de ações estava meio desanimado e quase não conversava, pois estava muito desapontado com o seu desempenho em bolsa ao longo de 2011 . Toda a incerteza a respeito do crescimento econômico mundial, a dúvida sobre o comportamento do preço das commodities e a eficácia do controle da inflação nos países emergentes eram apontados como a principal razão para tal.
No entanto, cada uma das ações chorava suas próprias mazelas. A PETR4 criticava a governança corporativa da companhia e temia pelo desenlace de seu bilionário plano de investimentos. Reclamava que até os seus investidores mais fiéis a tinham abandonado depois de sua mega-oferta pública de ações, realizada no final do ano passado.
A VALE5 também comentou que estava preocupada com a questão de governança, uma vez que o governo dava sinais de interferência nos rumos da companhia. Além disso, temia pelo desempenho da economia chinesa, um dos principais compradores da produção de seu minério de ferro. Entretanto, se mostrava confiante na demanda e manutenção dos altos preços do minério.
Já a OGXP3 desdenhava das outras duas, uma vez que estava imune à interferência do governo. Apesar disso, após “virar” rapidamente uma dose da bebida, afirmou que os seus investidores começavam a desconfiar a respeito de sua eficácia e real capacidade de entrega; isto é, da sua efetiva entrada em estágio operacional, com produção de receita regular e, sobretudo, contabilização de polpudos lucros para seus acionistas. Para aguentar a forte queda recente no preço de sua ação, só mesmo com muita perseverança e fé na gestão da companhia.
Por fim, a BVMF3, que representava a própria bolsa, se mostrava mais tranquila apesar de se encontrar na mesma canoa que suas companheiras de pregão. No fundo, ela sabia que “não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe”. E por isso, a despeito do ambiente de pessimismo do grupo, se mostrava animada acreditando que o momento da virada estava próximo.
Após mais algum tempo, o tom da conversa foi ficando mais leve e era possível ver e ouvir o grupo conversando animadamente. Depois de tanto pessimismo, um pouco de esperança… E qual a razão para essa mudança de humor? É simples, ao lado delas havia uma mesa repleta de “estrangeiros” bebendo descontraidamente e comentando a respeito de suas proezas recentes na bolsa brasileira. Ressaltavam os fortes lucros realizados na venda das principais ações componentes do Ibovespa.
Isso mesmo, venda do grupo de ações sentado logo ali ao lado. No meio de tanto barulho, elas puderam ouvir claramente que os estrangeiros começavam a “repor” essas ações em suas carteiras. Ainda de maneira tímida, mas que pretendiam, em breve, retomar suas posições compradas. Para bom entendedor, meia palavra basta…