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Mais emprego para os mais velhos

Muito se falou e se criticou a respeito da ocorrência de manifestações de preconceito e racismo nas mídias sociais, em decorrência da vitória de Dilma Rousseff do PT, nas eleições presidenciais – cujo segundo turno aconteceu domingo, 26 de outubro. A derrota do candidato Aécio Neves do PSDB, principalmente nas regiões norte e nordeste, teria precipitado tais manifestações “racistas” por parte de internautas inconformados. Vale lembrar que o governo do […] Leia mais

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Investidor em Ação

Publicado em 28 de outubro de 2014 às, 09h32.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h15.

Muito se falou e se criticou a respeito da ocorrência de manifestações de preconceito e racismo nas mídias sociais, em decorrência da vitória de Dilma Rousseff do PT, nas eleições presidenciais – cujo segundo turno aconteceu domingo, 26 de outubro. A derrota do candidato Aécio Neves do PSDB, principalmente nas regiões norte e nordeste, teria precipitado tais manifestações “racistas” por parte de internautas inconformados.

Idosos - solução à vista

Vale lembrar que o governo do PT vem, nos últimos anos, garantindo a inclusão social de minorias na área da educação, com a reserva de vagas em universidades públicas para alunos egressos de escolas públicas de nível médio, para negros e também para índios.

Além disso, não se pode esquecer, dos programas “bolsa-família” e “minha casa minha vida”, que também garantem, de certa forma, a inclusão social de indivíduos menos favorecidos, seja por aumento de sua renda mensal ou pelo acesso à moradia, em condições mais favoráveis.

Temas a respeito do racismo, assim como sobre preconceito frente à minorias, sejam elas de que ordem forem, despertam análises importantes, às quais o governo Dilma não pode ignorar: o preconceito contra os chamados “idosos” no mercado de trabalho brasileiro. Me refiro, aqui, às pessoas com mais de 50 anos.

Essa questão foi levantada no debate presidencial da rede Globo de televisão na última sexta-feira, antes do dia da eleição. Uma eleitora, dita indecisa, perguntou à presidente Dilma o que ela faria para enfrentar a questão do desemprego de idosos – a rigor a eleitora se declarou com cerca de 55 anos, formada em economia e, infelizmente, desempregada.

Para surpresa de todos e, sarcasmo de alguns – que invadiram as mídias sociais com inúmeras piadas a respeito -, a presidente sugeriu àquela senhora que procurasse o Pronatec para obter qualificação e, assim, conseguir um emprego!!! Isso mostra o total despreparo da presidente em relação à questão.

É importante lembrar que a população do Brasil envelhece a passos largos, e que em alguns anos o contingente de pessoas na faixa dos 45-55 anos em nossa pirâmide populacional será relativamente muito maior do que é atualmente. Para não dizer que, segundo projeções do IPEA, em 2040, essa faixa etária representará o maior contingente populacional do país. Veja em https://exame.com/rede-de-blogs/investidor-em-acao/2013/07/29/o-brasil-envelhece-rapidamente/ .

Que isso sirva de alerta à presidente Dilma, e aos futuros governos… Porque não se pode simplesmente focar na construção de um arsenal de políticas sociais de inclusão para jovens (e aí se incluem as minorias e os menos favorecidos) no mercado de trabalho – por mais meritório que seja -, e esquecer desses “idosos” que, em muitos casos, possuem excelente qualificação, com curso superior e até pós-graduação. Isso, sem falar de toda uma vida de experiência profissional.

Dessa forma, sugiro que o governo volte sua atenção para esse problema e, juntamente com o Congresso nacional, estabeleça medidas de incentivo para a contratação de “idosos” nas empresas brasileiras. Caso as medidas de incentivo não gerem frutos, devido à existência de preconceito em relação à contratação dos mais velhos pelas empresas, que o governo e os parlamentares estabeleçam cotas mínimas de emprego/contratação para esse contingente populacional nas empresas brasileiras.

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