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Esqueça-se de 2012 e olhe para 2013

Pelo menos é essa a visão de alguns analistas para o comportamento da economia global e das bolsas de valores, em particular. Se eu concordo com o vaticínio? Minha habilidade de analista me traiu, quando acreditei que 2011 seria um ano melhor para a bolsa local. A expectativa de arrefecimento em relação à crise da dívida não ocorreu; ao contrário, ela recrudesceu e acabou por conturbar ainda mais o cenário […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2011 às 15h04.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 13h40.

Pelo menos é essa a visão de alguns analistas para o comportamento da economia global e das bolsas de valores, em particular.

Se eu concordo com o vaticínio? Minha habilidade de analista me traiu, quando acreditei que 2011 seria um ano melhor para a bolsa local. A expectativa de arrefecimento em relação à crise da dívida não ocorreu; ao contrário, ela recrudesceu e acabou por conturbar ainda mais o cenário de mercado.

Entretanto, salvo algum milagre econômico e, nesse caso, não vai ser possível contar com o milagreiro tupiniquim, ministro Delfim Neto, a chance é de que a situação fique ainda pior. Infelizmente. Não pretendo jogar mais lenha na fogueira; mas a preocupação aumenta ao ler as notícias nos jornais diários e procurar analisar seus possíveis desdobramentos.

Basicamente, o mundo deve encarar mais um ano de incertezas de ordem econômica, proporcionadas pelo desentendimento político entre os líderes das economias da Europa. Parece que a falta de entendimento e de liderança na Europa têm sido o principal causador de incertezas e do fraco desempenho do mercado de ações mundial. É claro que não se pode esquecer da economia norte-americana, a qual tem a sua parcela de culpa no cenário econômico de 2011.

A crise de 2008 ainda não acabou, uma vez que o mundo desenvolvido apenas “empurrou com a barriga” as consequências mais sérias advindas dessa crise. A saber, o desequilíbrio fiscal crônico das economias desenvolvidas da Europa e dos EUA e a perda da eficácia da política monetária nesses países, por conta da grande expansão da liquidez e pela redução das taxas de juros para níveis próximo a zero.

Quanto aos países em desenvolvimento como China, Rússia, Índia e Brasil, eles cumpriram com o seu papel de amortecedores da crise mundial a partir de 2008. Contudo, já são afetados mais fortemente pela situação internacional nesse momento. E, se a situação piorar nas economias centrais, iremos enfrentar mais do que uma simples “marola” na economia brasileira, apesar da “blindagem” proporcionada pelo seu pujante mercado interno.

O fim está próximo

Por outro lado, quem acredita sempre alcança. Então, quero crer que os líderes dos países envolvidos na crise usarão da racionalidade para chegar a um entendimento político antes que a situação degringole de vez.

Caso esse entendimento aconteça, é possível esperar por uma saída menos traumática para a crise no médio prazo. Caso contrário, esqueça-se de 2012 e olhe para 2013 ou adiante, pois haverá um forte ajuste recessivo na economia global e a correção se dará na base do “salve-se quem puder”, com rupturas econômicas e políticas importantes em todos os países.

http://www.investcerto.com.br

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Pelo menos é essa a visão de alguns analistas para o comportamento da economia global e das bolsas de valores, em particular.

Se eu concordo com o vaticínio? Minha habilidade de analista me traiu, quando acreditei que 2011 seria um ano melhor para a bolsa local. A expectativa de arrefecimento em relação à crise da dívida não ocorreu; ao contrário, ela recrudesceu e acabou por conturbar ainda mais o cenário de mercado.

Entretanto, salvo algum milagre econômico e, nesse caso, não vai ser possível contar com o milagreiro tupiniquim, ministro Delfim Neto, a chance é de que a situação fique ainda pior. Infelizmente. Não pretendo jogar mais lenha na fogueira; mas a preocupação aumenta ao ler as notícias nos jornais diários e procurar analisar seus possíveis desdobramentos.

Basicamente, o mundo deve encarar mais um ano de incertezas de ordem econômica, proporcionadas pelo desentendimento político entre os líderes das economias da Europa. Parece que a falta de entendimento e de liderança na Europa têm sido o principal causador de incertezas e do fraco desempenho do mercado de ações mundial. É claro que não se pode esquecer da economia norte-americana, a qual tem a sua parcela de culpa no cenário econômico de 2011.

A crise de 2008 ainda não acabou, uma vez que o mundo desenvolvido apenas “empurrou com a barriga” as consequências mais sérias advindas dessa crise. A saber, o desequilíbrio fiscal crônico das economias desenvolvidas da Europa e dos EUA e a perda da eficácia da política monetária nesses países, por conta da grande expansão da liquidez e pela redução das taxas de juros para níveis próximo a zero.

Quanto aos países em desenvolvimento como China, Rússia, Índia e Brasil, eles cumpriram com o seu papel de amortecedores da crise mundial a partir de 2008. Contudo, já são afetados mais fortemente pela situação internacional nesse momento. E, se a situação piorar nas economias centrais, iremos enfrentar mais do que uma simples “marola” na economia brasileira, apesar da “blindagem” proporcionada pelo seu pujante mercado interno.

O fim está próximo

Por outro lado, quem acredita sempre alcança. Então, quero crer que os líderes dos países envolvidos na crise usarão da racionalidade para chegar a um entendimento político antes que a situação degringole de vez.

Caso esse entendimento aconteça, é possível esperar por uma saída menos traumática para a crise no médio prazo. Caso contrário, esqueça-se de 2012 e olhe para 2013 ou adiante, pois haverá um forte ajuste recessivo na economia global e a correção se dará na base do “salve-se quem puder”, com rupturas econômicas e políticas importantes em todos os países.

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