Exame Logo

Especulação na bolsa de valores?

Os investidores da bolsa de valores têm andado muito animados ultimamente. O índice Ibovespa (que mede o desempenho das principais ações negociadas no pregão da bolsa de São Paulo) chegou a superar 65.000 pontos em outubro. Ficou a menos de 10.000 pontos de sua máxima, atingida em Maio de 2008 (cerca de 74.000 pontos) – na folia que antecedeu a crise do subprime em 2009. Mas, afinal, por que tanta […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 12h01.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h22.

Os investidores da bolsa de valores têm andado muito animados ultimamente. O índice Ibovespa (que mede o desempenho das principais ações negociadas no pregão da bolsa de São Paulo) chegou a superar 65.000 pontos em outubro. Ficou a menos de 10.000 pontos de sua máxima, atingida em Maio de 2008 (cerca de 74.000 pontos) – na folia que antecedeu a crise do subprime em 2009.

especulação na bolsaMas, afinal, por que tanta euforia? Não há dúvidas de que o país está a caminho de reverter um quadro de potencial perda total de controle da economia e falência fiscal do estado. Isso se deve, com certeza, à nova gestão da política econômica implementada pelo presidente Temer e sua equipe econômica.

No entanto, o país enfrenta uma série de desafios que merecem ser corretamente avaliados pelo mercado.

No cenário internacional, pode-se listar alguns: a eleição de Donald Trump nos EUA; o inevitável aumento da taxa de juros básica pelo FED naquele país; a recorrente ameaça de desaceleração abrupta da economia Chinesa, entre outros.

No cenário doméstico, destaca-se a grave crise política que ameaça se tornar uma crise institucional, desestabilizando o governo do presidente Temer. Além disso, o desempenho da economia – apesar de todos os esforços para reverter o pessimismo – não tem sido dos melhores, para ser generoso nas palavras…

O PIB brasileiro, medida de riqueza do país,  vem mostrando trimestre após trimestre, desempenho aquém das expectativas do mercado. Não que estivéssemos esperando algum crescimento, mesmo que pouco abaixo do esperado. Ao contrário, o resultado do PIB trimestral tem se mostrado renitente no campo negativo. Após uma leve mudança positiva na inclinação negativa (ficou “menos pior”) nos dois últimos trimestres, ele voltou a piorar – e muito -, no 3o.TRI/2106, tomando-se como referência o trimestre anterior.

Seja em que base de medida ou de comparação que se tome o PIB brasileiro, o quadro é assustador. Poderemos nos considerar felizes se fecharmos 2016 com uma queda no PIB inferior a 3,5%.

E quais são as perspectivas para o futuro? O governo, dada grave crise fiscal e os ajustes que pretende realizar, perdeu a capacidade de gastar e de investir na economia.

Os empresários, permanecem em cima do muro em relação a novos investimentos, uma vez que precisam de mercado para absorver sua produção. A única coisa que tem mostrado forte recuperação é o saldo da balança comercial – se não há compradores locais, exporta-se a produção –, graças à forte desvalorização do real ocorrida nos últimos 18 meses.

Os consumidores, coitados, enfrentam um tremenda crise de inadimplência, agravada por um desemprego da ordem de 12 milhões de pessoas.

Pode-se argumentar que a inflação que vinha subindo forte no governo Dilma cedeu… mas à custa de insuficiência de demanda e não por outro motivo.

O que resta ao governo fazer para melhorar esse quadro? Baixar rapidamente a taxa Selic? Mas será que o investimento não acontece por causa do crédito caro, ou porque há muita incerteza política e econômica no país?

Bolsa de valores? Estou fora; pelo menos por enquanto…

Os investidores da bolsa de valores têm andado muito animados ultimamente. O índice Ibovespa (que mede o desempenho das principais ações negociadas no pregão da bolsa de São Paulo) chegou a superar 65.000 pontos em outubro. Ficou a menos de 10.000 pontos de sua máxima, atingida em Maio de 2008 (cerca de 74.000 pontos) – na folia que antecedeu a crise do subprime em 2009.

especulação na bolsaMas, afinal, por que tanta euforia? Não há dúvidas de que o país está a caminho de reverter um quadro de potencial perda total de controle da economia e falência fiscal do estado. Isso se deve, com certeza, à nova gestão da política econômica implementada pelo presidente Temer e sua equipe econômica.

No entanto, o país enfrenta uma série de desafios que merecem ser corretamente avaliados pelo mercado.

No cenário internacional, pode-se listar alguns: a eleição de Donald Trump nos EUA; o inevitável aumento da taxa de juros básica pelo FED naquele país; a recorrente ameaça de desaceleração abrupta da economia Chinesa, entre outros.

No cenário doméstico, destaca-se a grave crise política que ameaça se tornar uma crise institucional, desestabilizando o governo do presidente Temer. Além disso, o desempenho da economia – apesar de todos os esforços para reverter o pessimismo – não tem sido dos melhores, para ser generoso nas palavras…

O PIB brasileiro, medida de riqueza do país,  vem mostrando trimestre após trimestre, desempenho aquém das expectativas do mercado. Não que estivéssemos esperando algum crescimento, mesmo que pouco abaixo do esperado. Ao contrário, o resultado do PIB trimestral tem se mostrado renitente no campo negativo. Após uma leve mudança positiva na inclinação negativa (ficou “menos pior”) nos dois últimos trimestres, ele voltou a piorar – e muito -, no 3o.TRI/2106, tomando-se como referência o trimestre anterior.

Seja em que base de medida ou de comparação que se tome o PIB brasileiro, o quadro é assustador. Poderemos nos considerar felizes se fecharmos 2016 com uma queda no PIB inferior a 3,5%.

E quais são as perspectivas para o futuro? O governo, dada grave crise fiscal e os ajustes que pretende realizar, perdeu a capacidade de gastar e de investir na economia.

Os empresários, permanecem em cima do muro em relação a novos investimentos, uma vez que precisam de mercado para absorver sua produção. A única coisa que tem mostrado forte recuperação é o saldo da balança comercial – se não há compradores locais, exporta-se a produção –, graças à forte desvalorização do real ocorrida nos últimos 18 meses.

Os consumidores, coitados, enfrentam um tremenda crise de inadimplência, agravada por um desemprego da ordem de 12 milhões de pessoas.

Pode-se argumentar que a inflação que vinha subindo forte no governo Dilma cedeu… mas à custa de insuficiência de demanda e não por outro motivo.

O que resta ao governo fazer para melhorar esse quadro? Baixar rapidamente a taxa Selic? Mas será que o investimento não acontece por causa do crédito caro, ou porque há muita incerteza política e econômica no país?

Bolsa de valores? Estou fora; pelo menos por enquanto…

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se