Crise da dívida européia: os países são como empresas?
Para entender melhor por que as dívidas públicas (soberanas) dos países europeus estão na raiz do problema econômico global atual, pode-se recorrer a um paralelo com o que acontece com as empresas. Na verdade, pode-se ampliar essa comparação ao nível de país e de uma administração pública eficiente em todas as dimensões, com destaque para a financeira/fiscal. O tamanho da dívida pública de um país deve ser relacionado com o […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2011 às 08h31.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h46.
Para entender melhor por que as dívidas públicas (soberanas) dos países europeus estão na raiz do problema econômico global atual, pode-se recorrer a um paralelo com o que acontece com as empresas. Na verdade, pode-se ampliar essa comparação ao nível de país e de uma administração pública eficiente em todas as dimensões, com destaque para a financeira/fiscal.
O tamanho da dívida pública de um país deve ser relacionado com o seu produto, o valor da produção de todos os bens e serviços produzidos no país em determinado período, normalmente chamado de PIB – Produto interno Bruto. Assim, o valor absoluto da dívida não é tão importante quanto a relação dívida/PIB, uma vez que através desse indicador pode-se ter uma idéia mais precisa da capacidade do país em honrar aquela dívida.
No caso das empresas, a análise é muito similar, senão igual: mede-se a capacidade de pagamento da dívida de uma empresa pela relação entre o que ela gera de resultado em determinado período – aqui referenciado pelo indicador EBITDA (LAJIDA) – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização – e o tamanho, ou valor absoluto de sua dívida líquida (dívida bruta – disponibilidades). Ou seja, essa relação fornece uma medida da capacidade de pagamento da dívida da empresa em determinado período.
Voltando às dívidas públicas dos países europeus, essa relação ultrapassou recentemente em muitos casos 100% do valor de seus PIB’s, indicando grande dificuldade de honrar os pagamentos decorrentes dos juros e implicando em grande dificuldade para “rolar” os vencimentos dessas dívidas para o futuro.
É importante lembrar que, relacionado a isso, existe a necessidade de que o país mostre capacidade de reduzir despesas e aumentar receitas, indicando uma política fiscal ativa e eficiente para poder gerar uma “economia” para pagar os juros decorrentes daquela dívida. É o chamado superávit fiscal do pais.
O mesmo acontece com as empresas; se não gerarem caixa em seus negócios não terão capacidade para honrar os pagamentos de juros decorrentes de suas dívidas. Dessa forma, as empresas, tal qual os países, precisam gerar recursos excedentes para remunerar os seus credores por meio do pagamentos dos juros sobre as dívidas contratadas, assim como remunerar os seus acionistas através do pagamento de dividendos.
Caso contrário, pode-se configurar uma “crise da dívida” pública (soberana) na órbita do país, ou uma “crise financeira” e de solvência no âmbito da empresa.
http://twitter.com/investcerto
Para entender melhor por que as dívidas públicas (soberanas) dos países europeus estão na raiz do problema econômico global atual, pode-se recorrer a um paralelo com o que acontece com as empresas. Na verdade, pode-se ampliar essa comparação ao nível de país e de uma administração pública eficiente em todas as dimensões, com destaque para a financeira/fiscal.
O tamanho da dívida pública de um país deve ser relacionado com o seu produto, o valor da produção de todos os bens e serviços produzidos no país em determinado período, normalmente chamado de PIB – Produto interno Bruto. Assim, o valor absoluto da dívida não é tão importante quanto a relação dívida/PIB, uma vez que através desse indicador pode-se ter uma idéia mais precisa da capacidade do país em honrar aquela dívida.
No caso das empresas, a análise é muito similar, senão igual: mede-se a capacidade de pagamento da dívida de uma empresa pela relação entre o que ela gera de resultado em determinado período – aqui referenciado pelo indicador EBITDA (LAJIDA) – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização – e o tamanho, ou valor absoluto de sua dívida líquida (dívida bruta – disponibilidades). Ou seja, essa relação fornece uma medida da capacidade de pagamento da dívida da empresa em determinado período.
Voltando às dívidas públicas dos países europeus, essa relação ultrapassou recentemente em muitos casos 100% do valor de seus PIB’s, indicando grande dificuldade de honrar os pagamentos decorrentes dos juros e implicando em grande dificuldade para “rolar” os vencimentos dessas dívidas para o futuro.
É importante lembrar que, relacionado a isso, existe a necessidade de que o país mostre capacidade de reduzir despesas e aumentar receitas, indicando uma política fiscal ativa e eficiente para poder gerar uma “economia” para pagar os juros decorrentes daquela dívida. É o chamado superávit fiscal do pais.
O mesmo acontece com as empresas; se não gerarem caixa em seus negócios não terão capacidade para honrar os pagamentos de juros decorrentes de suas dívidas. Dessa forma, as empresas, tal qual os países, precisam gerar recursos excedentes para remunerar os seus credores por meio do pagamentos dos juros sobre as dívidas contratadas, assim como remunerar os seus acionistas através do pagamento de dividendos.
Caso contrário, pode-se configurar uma “crise da dívida” pública (soberana) na órbita do país, ou uma “crise financeira” e de solvência no âmbito da empresa.