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Como Avaliar um IPO (Oferta Inicial de Ações)?

Há alguns meses fui consultado por uma jornalista sobre quais fatores eu julgaria serem decisivos para o sucesso de um investidor na compra de ações via um IPO (Initial Public Offering – Oferta Inicial de Ações). Assim resolvi elaborar esse roteiro para quem pretende se aventurar nessa atividade. Deve-se lembrar que companhias já negociadas em bolsa também podem lançar novas ações por meio de ofertas públicas em algum momento. Portanto, […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 10h59.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h12.

Há alguns meses fui consultado por uma jornalista sobre quais fatores eu julgaria serem decisivos para o sucesso de um investidor na compra de ações via um IPO (Initial Public Offering – Oferta Inicial de Ações). Assim resolvi elaborar esse roteiro para quem pretende se aventurar nessa atividade.

IPO

Deve-se lembrar que companhias já negociadas em bolsa também podem lançar novas ações por meio de ofertas públicas em algum momento. Portanto, o roteiro descrito se presta tanto para lançamentos iniciais de ações (IPO’s), quanto para novos lançamentos de ações já existentes.

Entretanto, existem inúmeros fatores a serem apreciados em uma análise desse tipo, assim como há várias metodologias passíveis de serem aplicadas para essa finalidade; o que dificulta a análise desse tipo de evento. Dessa forma, o roteiro traçado a seguir ressalta alguns aspectos de interesse dentro de uma abordagem fundamentalista para a questão.

Perspectiva Fundamentalista e/ou Quantitativa:

1- analisar o desempenho passado das ações da companhia, caso já negociadas em bolsa ou, de outra forma, a performance financeira da empresa e sua perspectiva futura (se houver dados disponíveis), em caso de ser um IPO;

2- dado que as pessoas em geral não são analistas de investimentos, a tarefa descrita no item 1 se torna difícil; então elas devem procurar conhecer o julgamento desses profissionais a respeito das informações disponíveis sobre a empresa: performance passada, perspectiva individual e do setor de atividade, alinhamento com o momento macroeconômico vivido pela economia do país, entre outros pontos de importância;

2a- procurar ler, caso existam, análises sobre a empresa (o chamado “valuation” da empresa);

3- atentar para os múltiplos esperados da empresa (dado o preço definido ou esperado pelo processo de “bookbuilding” – formação do preço de lançamento da ação), e compará-los frente aos do setor de atividade da empresa;

4- fazer a leitura atenta do prospecto de lançamento das ações da empresa; em especial, do tópico “Principais Fatores de Risco”;

5- analisar, caso possível, a performance histórica recente de ações lançadas no mesmo setor de atividade da empresa, objeto do IPO atual.

Perspectiva Qualitativa:

1- procurar determinar o perfil de governança corporativa da empresa e do sócio controlador da empresa. Investigar, por exemplo, se a ação será lançada no Novo Mercado ou em outro segmento do mercado.

2- informar-se a respeito do grau de pulverização do lançamento (concentração ou não das ações em mãos de poucos investidores); descobrir qual o “free float” esperado para a empresa, qual o grau de diluição previsto em caso de lançamento de ações de companhia já negociada em bolsa;

3- determinar qual deve ser o tipo de investidor interessado na ação: apenas investidores estrangeiros, ou investidores locais inclusive;

4- saber quem está coordenando o lançamento (a instituição financeira responsável) e de que tipo ele é: se é realizado na base dos melhores esforços, de colocação garantida, ou de outra forma;

5- tentar checar em que patamar o preço da ação deve ser definido na oferta: na mínima ou na máxima do intervalo previsto pela empresa;

6- por fim, definir o que se pretende a respeito do lançamento da ação: se é para especular ou se é para investimento a médio e longo prazo.

Conclusão:

Há muitos fatores envolvidos para determinar se um investimento em um IPO será bem sucedido ou não – do ponto de vista do comprador da ação. Entretanto, os fundamentos da empresa, assim como as perspectivas (do setor) e o momento econômico vivido pelo mercado como um todo podem ser determinantes para o sucesso do IPO e, consequentemente, para a valorização das ações da companhia no curto e médio prazos.

A qualidade da análise sobre a empresa e sobre esses outros fatores é fundamental para a decisão do investidor. De todo modo, apesar de a empresa parecer preencher os principais requisitos para o sucesso na compra da ação, nada garante que sua empreitada seja bem sucedida. O “timing” de entrada e saída do mercado de ações é muito importante nos investimentos em bolsa, ainda mais para aqueles que pretendem especular, seja por meio de um IPO ou não.

http://www.investcerto.com.br

http://www.twitter.com/investcerto

Há alguns meses fui consultado por uma jornalista sobre quais fatores eu julgaria serem decisivos para o sucesso de um investidor na compra de ações via um IPO (Initial Public Offering – Oferta Inicial de Ações). Assim resolvi elaborar esse roteiro para quem pretende se aventurar nessa atividade.

IPO

Deve-se lembrar que companhias já negociadas em bolsa também podem lançar novas ações por meio de ofertas públicas em algum momento. Portanto, o roteiro descrito se presta tanto para lançamentos iniciais de ações (IPO’s), quanto para novos lançamentos de ações já existentes.

Entretanto, existem inúmeros fatores a serem apreciados em uma análise desse tipo, assim como há várias metodologias passíveis de serem aplicadas para essa finalidade; o que dificulta a análise desse tipo de evento. Dessa forma, o roteiro traçado a seguir ressalta alguns aspectos de interesse dentro de uma abordagem fundamentalista para a questão.

Perspectiva Fundamentalista e/ou Quantitativa:

1- analisar o desempenho passado das ações da companhia, caso já negociadas em bolsa ou, de outra forma, a performance financeira da empresa e sua perspectiva futura (se houver dados disponíveis), em caso de ser um IPO;

2- dado que as pessoas em geral não são analistas de investimentos, a tarefa descrita no item 1 se torna difícil; então elas devem procurar conhecer o julgamento desses profissionais a respeito das informações disponíveis sobre a empresa: performance passada, perspectiva individual e do setor de atividade, alinhamento com o momento macroeconômico vivido pela economia do país, entre outros pontos de importância;

2a- procurar ler, caso existam, análises sobre a empresa (o chamado “valuation” da empresa);

3- atentar para os múltiplos esperados da empresa (dado o preço definido ou esperado pelo processo de “bookbuilding” – formação do preço de lançamento da ação), e compará-los frente aos do setor de atividade da empresa;

4- fazer a leitura atenta do prospecto de lançamento das ações da empresa; em especial, do tópico “Principais Fatores de Risco”;

5- analisar, caso possível, a performance histórica recente de ações lançadas no mesmo setor de atividade da empresa, objeto do IPO atual.

Perspectiva Qualitativa:

1- procurar determinar o perfil de governança corporativa da empresa e do sócio controlador da empresa. Investigar, por exemplo, se a ação será lançada no Novo Mercado ou em outro segmento do mercado.

2- informar-se a respeito do grau de pulverização do lançamento (concentração ou não das ações em mãos de poucos investidores); descobrir qual o “free float” esperado para a empresa, qual o grau de diluição previsto em caso de lançamento de ações de companhia já negociada em bolsa;

3- determinar qual deve ser o tipo de investidor interessado na ação: apenas investidores estrangeiros, ou investidores locais inclusive;

4- saber quem está coordenando o lançamento (a instituição financeira responsável) e de que tipo ele é: se é realizado na base dos melhores esforços, de colocação garantida, ou de outra forma;

5- tentar checar em que patamar o preço da ação deve ser definido na oferta: na mínima ou na máxima do intervalo previsto pela empresa;

6- por fim, definir o que se pretende a respeito do lançamento da ação: se é para especular ou se é para investimento a médio e longo prazo.

Conclusão:

Há muitos fatores envolvidos para determinar se um investimento em um IPO será bem sucedido ou não – do ponto de vista do comprador da ação. Entretanto, os fundamentos da empresa, assim como as perspectivas (do setor) e o momento econômico vivido pelo mercado como um todo podem ser determinantes para o sucesso do IPO e, consequentemente, para a valorização das ações da companhia no curto e médio prazos.

A qualidade da análise sobre a empresa e sobre esses outros fatores é fundamental para a decisão do investidor. De todo modo, apesar de a empresa parecer preencher os principais requisitos para o sucesso na compra da ação, nada garante que sua empreitada seja bem sucedida. O “timing” de entrada e saída do mercado de ações é muito importante nos investimentos em bolsa, ainda mais para aqueles que pretendem especular, seja por meio de um IPO ou não.

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