Cinco milhões de investidores na BM&FBovespa em 2015?
A meta traçada pela BM&FBovespa de possuir 5 milhões de investidores na bolsa brasileira em 2015 é um objetivo que fica, a cada dia que passa, mais difícil de realizar tendo em vista o curto espaço de tempo para atingi-la. A direção da bolsa se mostra bastante otimista ao projetar esse cenário, já que o crescimento embutido na meta estabelecida é de nada menos do que 10 vezes o número […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2011 às 14h44.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 10h09.
A meta traçada pela BM&FBovespa de possuir 5 milhões de investidores na bolsa brasileira em 2015 é um objetivo que fica, a cada dia que passa, mais difícil de realizar tendo em vista o curto espaço de tempo para atingi-la. A direção da bolsa se mostra bastante otimista ao projetar esse cenário, já que o crescimento embutido na meta estabelecida é de nada menos do que 10 vezes o número aproximado de investidores atuais cadastrados/ativos na entidade.
Por outro lado, é difícil imaginar que o Brasil não venha a possuir, pelo menos, 5 milhões de investidores pessoas físicas em bolsa de valores em futuro próximo. O número equivale a cerca de 2,61% da população brasileira (190,75 milhões de pessoas), aferida pelo censo do IBGE realizado em 2010. Uma cifra muito tímida, se comparada a países com mercados de capitais desenvolvidos, como os EUA e vários países da Europa onde as ações têm lugar garantido na formação da poupança de longo prazo das pessoas.
A possibilidade de sucesso dessa empreitada aumenta se considerarmos a ascensão social recente – para classes de renda mais elevadas – de parte da população brasileira, em conjunto com o registro de um crescimento econômico mais robusto do país nos últimos anos.
Pode-se argumentar que o ganho de renda gerado pelo crescimento da economia tenha se direcionado, em um primeiro momento, para o aumento do consumo e suprimento de necessidades básicas dessa população, como a melhoria na qualidade (e quantidade) de sua alimentação, a realização do sonho da casa própria, entre outras necessidades – até então não atendidas.
Isso significa que o aumento do consumo prevaleceu frente à formação de poupança por parte dessas pessoas em um primeiro momento. Dessa forma, caso a situação da economia venha a consolidar o ganho de renda e melhora da situação da população nos próximos anos, é possível esperar que haja um movimento secundário de aumento da poupança da população em geral, o qual poderá ser direcionado, em parte, para a compra de ações de companhias brasileiras cotadas em bolsa.
Entretanto, isso depende de vários fatores de extrema importância, dentre os quais, a queda das taxas de juros do país para níveis civilizados e a consolidação de um projeto de educação financeira adequado para a população brasileira; além da ênfase no potencial do investimento em ações como instrumento de poupança e de capitalização para a riqueza do indivíduo no longo prazo.
E a quem compete tal responsabilidade? Às autoridades econômicas do governo em primeiro lugar; em especial a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o BACEN (Banco Central do Brasil), e às entidades auto-reguladoras do mercado de capitais e financeiro diretamente interessadas no assunto, como a BM&FBovespa e a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) entre outras.
http://www.twitter.com/investcerto
A meta traçada pela BM&FBovespa de possuir 5 milhões de investidores na bolsa brasileira em 2015 é um objetivo que fica, a cada dia que passa, mais difícil de realizar tendo em vista o curto espaço de tempo para atingi-la. A direção da bolsa se mostra bastante otimista ao projetar esse cenário, já que o crescimento embutido na meta estabelecida é de nada menos do que 10 vezes o número aproximado de investidores atuais cadastrados/ativos na entidade.
Por outro lado, é difícil imaginar que o Brasil não venha a possuir, pelo menos, 5 milhões de investidores pessoas físicas em bolsa de valores em futuro próximo. O número equivale a cerca de 2,61% da população brasileira (190,75 milhões de pessoas), aferida pelo censo do IBGE realizado em 2010. Uma cifra muito tímida, se comparada a países com mercados de capitais desenvolvidos, como os EUA e vários países da Europa onde as ações têm lugar garantido na formação da poupança de longo prazo das pessoas.
A possibilidade de sucesso dessa empreitada aumenta se considerarmos a ascensão social recente – para classes de renda mais elevadas – de parte da população brasileira, em conjunto com o registro de um crescimento econômico mais robusto do país nos últimos anos.
Pode-se argumentar que o ganho de renda gerado pelo crescimento da economia tenha se direcionado, em um primeiro momento, para o aumento do consumo e suprimento de necessidades básicas dessa população, como a melhoria na qualidade (e quantidade) de sua alimentação, a realização do sonho da casa própria, entre outras necessidades – até então não atendidas.
Isso significa que o aumento do consumo prevaleceu frente à formação de poupança por parte dessas pessoas em um primeiro momento. Dessa forma, caso a situação da economia venha a consolidar o ganho de renda e melhora da situação da população nos próximos anos, é possível esperar que haja um movimento secundário de aumento da poupança da população em geral, o qual poderá ser direcionado, em parte, para a compra de ações de companhias brasileiras cotadas em bolsa.
Entretanto, isso depende de vários fatores de extrema importância, dentre os quais, a queda das taxas de juros do país para níveis civilizados e a consolidação de um projeto de educação financeira adequado para a população brasileira; além da ênfase no potencial do investimento em ações como instrumento de poupança e de capitalização para a riqueza do indivíduo no longo prazo.
E a quem compete tal responsabilidade? Às autoridades econômicas do governo em primeiro lugar; em especial a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o BACEN (Banco Central do Brasil), e às entidades auto-reguladoras do mercado de capitais e financeiro diretamente interessadas no assunto, como a BM&FBovespa e a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) entre outras.