Exame.com
Continua após a publicidade

Brasil, país do futebol ou país do futuro?

“Será que Deus é mesmo brasileiro? Eu não contaria muito com essa possibilidade.“ Desde de que me entendo por gente tenho ouvido duas afirmações sobre o Brasil: que é o país do futebol e que também é o país do futuro. Sem dúvida, quanto ao futebol o Brasil parece ser o país que mais produziu “supercraques” ao longo do tempo. Fazendo um paralelo curioso, também podemos lembrar do país como […] Leia mais

I
Investidor em Ação

Publicado em 19 de março de 2014 às, 20h36.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h33.

BrasilSerá que Deus é mesmo brasileiro? Eu não contaria muito com essa possibilidade.

Desde de que me entendo por gente tenho ouvido duas afirmações sobre o Brasil: que é o país do futebol e que também é o país do futuro.

Sem dúvida, quanto ao futebol o Brasil parece ser o país que mais produziu “supercraques” ao longo do tempo. Fazendo um paralelo curioso, também podemos lembrar do país como um dos que mais produziu “superministros”, principalmente na esfera da economia.

Essa comparação, à primeira vista esdrúxula, é muito real porque, de fato, o nosso futebol tem muito a ver com a economia de nosso país. Infelizmente.

Nesse sentido, vale lembrar da frase, martelada de maneira recorrente em nossos ouvidos há mais de 40 anos: Brasil, o país do futuro.

De que forma as duas coisas estão ligadas e como se pode aprender uma lição para a nossa economia por meio do futebol? Conforme ressaltado há pouco, as coincidências entre o futebol e a economia em nosso país são mais do que meras coincidências…

Vamos pegar um exemplo atual, que exprime o fundamento dessa afirmação. A Copa do Mundo de Futebol será realizada em junho no Brasil. A essa altura do campeonato, a menos de três meses de seu início, o estádio que irá sediar o jogo de abertura da Copa, o chamado “Itaquerão”, não está pronto e, conforme as últimas notícias, não terá todo o seu projeto executado a tempo. Não que isso vá impedir a realização do jogo de abertura, mas apenas mostra como as coisas funcionam nesse país.

Também se diz que o brasileiro deixa tudo para a última hora. E é a pura verdade. Seja na entrega de sua declaração de imposto de renda à Receita Federal, seja na implementação de políticas públicas e na execução de políticas econômicas necessárias. Tudo depende de “acordos” e “interesses” da classe dominante; seja ela política ou econômica.

Ok! O homem é um ser essencialmente político. Entretanto, o que se percebe é que, no geral, não há planejamento de longo prazo, mas apenas imediatismo. Tanto por parte do governo, quanto por parte do próprio povo, que se acostumou a viver no curto prazo.

No que resulta tudo isso? Se por um lado o brasileiro aprendeu a ganhar flexibilidade e “jogo de cintura” frente a outros povos, essa cultura gera uma extrema falta de objetividade e de comprometimento com o futuro do país. E aqui tanto faz se estamos falando de futebol ou de economia, porque, ao final, tudo faz parte do mesmo caldo. Será que Deus é mesmo brasileiro? Eu não contaria muito com essa possibilidade.

Acesse também:

http://www.investcerto.com.br

Siga a InvestCerto no Twitter

http://twitter.com/investcerto