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Avalie o Comportamento de seu Consultor de Investimento

Semana passada, no embalo da despedida do ano velho, o blog Opções Sem Mistério listou algumas atitudes recomendadas, do ponto de vista das finanças comportamentais, para o investidor em 2011. Essa semana, vamos comentar como os consultores de investimento deveriam se posicionar frente a seus clientes, tendo em vista, de novo, a questão comportamental. O destaque dado pelo blog à perspectiva comportamental reside no reconhecimento de que, em geral, as […] Leia mais

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Investidor em Ação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às, 12h37.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 13h24.

Semana passada, no embalo da despedida do ano velho, o blog Opções Sem Mistério listou algumas atitudes recomendadas, do ponto de vista das finanças comportamentais, para o investidor em 2011. Essa semana, vamos comentar como os consultores de investimento deveriam se posicionar frente a seus clientes, tendo em vista, de novo, a questão comportamental.

O destaque dado pelo blog à perspectiva comportamental reside no reconhecimento de que, em geral, as decisões das pessoas ao investir em ativos de risco não são tomadas apenas dentro do domínio da racionalidade – assim como os conselhos dados pelos consultores de investimento também não o são -, mas com base em elevado componente emocional ou comportamental.

Por que deveríamos esperar comportamento diferente entre esses dois grupos (investidores e consultores de investimento) se o que os diferencia basicamente, além do conhecimento técnico que pende para os consultores, é o fato de se colocarem “em lados opostos do balcão”?  Isso é verdade; a menos que os critérios para as sugestões formuladas  pelos consultores e as decisões tomadas pelos investidores fossem baseadas em regras objetivas e sua execução realizada por robôs frios e programados previamente para tal.

Entretanto, como isso nem sempre acontece, seria interessante que ambos os grupos encarassem a realidade e passassem por treinamento para evitar que vieses comportamentais relativos ao julgamento e à tomada de decisão (entre outros) comprometessem o seu desempenho nessa atividade. Os consultores na prestação de serviço aos investidores e os investidores nas decisões acerca de investimentos em ativos de risco.

Nesse sentido, os consultores deveriam seguir as sugestões listadas por dois expoentes  das finanças comportamentais (Kahneman e Riepe)1.

– manter controle em situações de “excesso de confiança”;

– não fazer afirmações enfáticas;

– manter os clientes conscientes a respeito da incerteza sobre os investimentos;

– não se deixar influenciar por clientes;

– evitar a lembrança somente dos investimentos bem sucedidos;

– não mostrar excesso de otimismo em suas recomendações;

– comunicar chances de sucesso realistas a seus clientes;

– questionar sua própria habilidade em obter retornos superiores aos do mercado;

– observar que o investimento está sujeito a fatores aleatórios;

– ser claro e abrangente em suas análises;

– identificar o grau de aversão ao risco do cliente;

– maximizar o bem-estar geral do cliente – tanto em termos de riqueza quanto em termos emocionais;

– valorizar fatores objetivos frente a fatores emocionais;

– minimizar o arrependimento e perdas para indivíduos avessos à perdas e propensos ao arrependimento;

– etc.

Da mesma forma que o blog procurou alertar os investidores sobre aspectos comportamentais importantes para a sua tomada de decisão, ele procura realizar a mesma tarefa ao alertar os investidores sobre os possíveis vieses  enfrentados pelos seus consultores de investimento. Atenção!!!

1 Ferreira, L.F. Rogé A Influência de Aspectos Comportamentais Presentes nas Decisões dos Indivíduos, sobre Alocação de Recursos em um Portfolio de projetos sob Condições de Risco. Dissertação de Mestrado, Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2004.

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