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A verdade sobre o “Ajuste Fiscal” atual

“…Vale lembrar que, ao ocupar um maior espaço ou peso relativo na composição do PIB nacional, o governo aumenta o seu poder de ação e controle sobre a economia nacional…” O governo brasileiro acaba de efetuar novo “ajuste” na economia, com aumento de impostos estimado em mais de R$ 20 bi. Com o recente corte de uma série de benefícios sociais realizado, o ajuste total já chega próximo a R$ […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 14h41.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h09.

…Vale lembrar que, ao ocupar um maior espaço ou peso relativo na composição do PIB nacional, o governo aumenta o seu poder de ação e controle sobre a economia nacional…”

O governo brasileiro acaba de efetuar novo “ajuste” na economia, com aumento de impostos estimado em mais de R$ 20 bi. Com o recente corte de uma série de benefícios sociais realizado, o ajuste total já chega próximo a R$ 40 bi em 2015. Além disso, a equipe econômica do governo afirma que irá “poupar” cerca de R$ 66 bi (1,2% do PIB) em 2015; tendo como objetivo maior fortalecer a “poupança interna”.

A verdade sobre o ajuste fiscal do governo

Se acreditarmos que esse objetivo será atingido, seria uma melhora razoável frente ao resultado das contas públicas em 2014, quando o resultado primário registrou déficit de R$ 19,6 bi, acumulado até novembro de 2014 – ainda faltando computar o mês de Dezembro/14.

O mercado festejou esse ajuste, tendo em vista a possibilidade de introdução de maior disciplina fiscal a partir do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. A bolsa de valores subiu, a cotação do dólar caiu e a expectativa de alta nos juros futuros diminuiu…

Tudo parece ir caminhando bem na economia, a despeito da maior pressão inflacionária que será gerada pelo novo “realismo tarifário” implementado pela nova gestão econômica do governo, assim como da precária situação de vários outros indicadores que ainda demandam uma grande melhora para se festejar uma virada na economia: conta-corrente do balanço de pagamentos extremamente deficitária; fraquíssima produtividade e competitividade da indústria nacional, entre outros.

Porém, o que não se comenta, seja na imprensa ou no mercado, é um assunto de extrema importância para todos. É que o tal do ajuste fiscal promovido pelo governo por meio de grande aumento de impostos e de pequena redução em suas despesas significa uma mudança qualitativa na composição do PIB brasileiro.

De uma forma simples, o PIB nacional pode ser entendido, pela ótica da demanda, como a soma do consumo das famílias, do investimento (formação bruta de capital fixo), dos gastos do governo e do resultado líquido da balança comercial do país em determinado período de tempo – normalmente um trimestre, um ano etc..

Assim, quando o governo mexe na composição dessas variáveis, como no caso atual – ao aumentar impostos para atingir o desejado “equilíbrio fiscal” -, ele altera a proporção ou importância relativa de cada uma das variáveis componentes do PIB listadas acima.

Ou seja, na verdade, ele está diminuindo a importância relativa do consumo das famílias ao aumentar tributos em geral e cortar benefícios sociais, assim como também está diminuindo a importância relativa do investimento (via setor privado) na composição do produto nacional bruto.

Explicado de outra maneira, o governo está aumentando o seu papel e importância relativa na economia brasileira, ao diminuir, do outro lado, a importância do consumo e dos investimentos privados. Vale lembrar que, ao ocupar um maior espaço ou peso relativo na composição do PIB nacional, o governo aumenta o seu poder de ação e controle sobre a economia nacional.

Cabe uma pergunta: é isso que a sociedade deseja? Será que a busca por um maior equilíbrio fiscal com maior ênfase no aumento de impostos em contraposição à redução pura e simples de despesas do governo é o que todos desejamos?

Será que, após 4 anos de fracassos sucessivos na gestão da política econômica realizada pelo governo atual, a sociedade gostaria de ver aumentada a importância relativa desse governo na condução da economia e, principalmente, na definição da composição do PIB brasileiro?

Você responde!!!

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…Vale lembrar que, ao ocupar um maior espaço ou peso relativo na composição do PIB nacional, o governo aumenta o seu poder de ação e controle sobre a economia nacional…”

O governo brasileiro acaba de efetuar novo “ajuste” na economia, com aumento de impostos estimado em mais de R$ 20 bi. Com o recente corte de uma série de benefícios sociais realizado, o ajuste total já chega próximo a R$ 40 bi em 2015. Além disso, a equipe econômica do governo afirma que irá “poupar” cerca de R$ 66 bi (1,2% do PIB) em 2015; tendo como objetivo maior fortalecer a “poupança interna”.

A verdade sobre o ajuste fiscal do governo

Se acreditarmos que esse objetivo será atingido, seria uma melhora razoável frente ao resultado das contas públicas em 2014, quando o resultado primário registrou déficit de R$ 19,6 bi, acumulado até novembro de 2014 – ainda faltando computar o mês de Dezembro/14.

O mercado festejou esse ajuste, tendo em vista a possibilidade de introdução de maior disciplina fiscal a partir do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. A bolsa de valores subiu, a cotação do dólar caiu e a expectativa de alta nos juros futuros diminuiu…

Tudo parece ir caminhando bem na economia, a despeito da maior pressão inflacionária que será gerada pelo novo “realismo tarifário” implementado pela nova gestão econômica do governo, assim como da precária situação de vários outros indicadores que ainda demandam uma grande melhora para se festejar uma virada na economia: conta-corrente do balanço de pagamentos extremamente deficitária; fraquíssima produtividade e competitividade da indústria nacional, entre outros.

Porém, o que não se comenta, seja na imprensa ou no mercado, é um assunto de extrema importância para todos. É que o tal do ajuste fiscal promovido pelo governo por meio de grande aumento de impostos e de pequena redução em suas despesas significa uma mudança qualitativa na composição do PIB brasileiro.

De uma forma simples, o PIB nacional pode ser entendido, pela ótica da demanda, como a soma do consumo das famílias, do investimento (formação bruta de capital fixo), dos gastos do governo e do resultado líquido da balança comercial do país em determinado período de tempo – normalmente um trimestre, um ano etc..

Assim, quando o governo mexe na composição dessas variáveis, como no caso atual – ao aumentar impostos para atingir o desejado “equilíbrio fiscal” -, ele altera a proporção ou importância relativa de cada uma das variáveis componentes do PIB listadas acima.

Ou seja, na verdade, ele está diminuindo a importância relativa do consumo das famílias ao aumentar tributos em geral e cortar benefícios sociais, assim como também está diminuindo a importância relativa do investimento (via setor privado) na composição do produto nacional bruto.

Explicado de outra maneira, o governo está aumentando o seu papel e importância relativa na economia brasileira, ao diminuir, do outro lado, a importância do consumo e dos investimentos privados. Vale lembrar que, ao ocupar um maior espaço ou peso relativo na composição do PIB nacional, o governo aumenta o seu poder de ação e controle sobre a economia nacional.

Cabe uma pergunta: é isso que a sociedade deseja? Será que a busca por um maior equilíbrio fiscal com maior ênfase no aumento de impostos em contraposição à redução pura e simples de despesas do governo é o que todos desejamos?

Será que, após 4 anos de fracassos sucessivos na gestão da política econômica realizada pelo governo atual, a sociedade gostaria de ver aumentada a importância relativa desse governo na condução da economia e, principalmente, na definição da composição do PIB brasileiro?

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